OPINIÃO: Pontos desumanos da reforma trabalhista

A reforma trabalhista, como foi aprovada, não irá desmerecer o trabalhador caso os vetos acordados com o Michel forem revistos, através de medida provisória. A reforma fragiliza, desmoraliza e ignora. A reforma, como foi aprovada, tem quatro pontos polêmicos, na minha opinião, pontos desumanos. Porque não acredito que uma pessoa em sanidade mental constituída irá concordar com estes quatro pontos a seguir. 

Ponto 1: grávidas e lactantes poderão trabalhar em lugares insalubres. Se aprovada, a reforma permitirá que mulheres grávidas ou que estão amamentando trabalhem em lugares insalubres de grau médio e mínimo. Só ficará proibido o grau máximo. Locais insalubres podem ser ambientes com excessiva exposição ao calor, hospitalar, frio intenso ou até mesmo radiação. 

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Ponto 2: o assédio moral e sexual será precificado de acordo com condição social da vítima. Caso esse crime seja cometido pelo patrão, a vítima será indenizada de acordo com o salário que ela recebe, ou seja, as trabalhadoras que ganham menos ficarão mais suscetíveis a esta prática. 

Ponto 3: as mulheres deixarão de ter direito a descanso. A reforma revoga o artigo 384 da CLT. Na prática, acaba com o direito da mulher descansar 15 minutos, como previsto hoje, antes de começar uma jornada extraordinária, ou seja, a hora extra. No passado, o Superior Tribunal Federal (STF) decidiu que esse dispositivo é constitucional devido à dupla jornada de trabalho das mulheres. 

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Ponto 4: o trabalho intermitente. Nesse tipo de trabalho, o empregado não tem vínculo com a empresa, nem horário certo, mas fica à disposição do patrão 24h por dia e só recebe as horas trabalhadas. Funciona assim: quando a empresa chamar, a pessoa trabalha 4h. Se não voltar a chamar, o trabalhador só receberá por essas 4h. 

Tempos obscuros, caminhos duvidosos e muita, mas muita gente raivosa. Nunca tivemos tanta informação disponível, mas ao mesmo tempo sofremos de falta de interpretação de texto. Não conseguimos fazer analogia, ter coesão e coerência. Parece-me que às vezes perdemos o senso até mesmo do ridículo, mas ainda temos o direito de passar vergonha alheia. Enquanto a reforma trabalhista era aprovada, as discussões nas redes sociais eram em torno do ex-presidente Lula. Muitos sofrem de amor platônico. 

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Claro que Lula deve responder pelo o que é acusado, ser preso e devolver tudo o que, supostamente, subtraiu dos cofres públicos. Mas, conjuntamente com Lula, temos que julgar Aécio, Michel, Padilha, Moreira Franco, Jucá, ou seremos seletivos? A dificuldade que percebo é de olhar o próximo! E este próximo pode ser sua secretária, porteiro, o vigia, o garçom ou qualquer colega de trabalho, até mesmo ¿eu¿ ou ¿você¿. 

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Neste momento, recordo de um texto da Martha Medeiros que em trecho diz: ¿Morre lentamente quem não troca de ideias, não troca de discurso, evita as próprias contradições, morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário, morre muita gente lentamente¿, em 12.07.2017, morreu muita gente!