ERS-516

Obras na estrada de São Martinho recebem aditivo e vão custar quase R$ 4 milhões a mais

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Pedro Piegas (Diário)

Cinco meses após o início da obra de pavimentação da ERS-516, que liga Santa Maria a São Martinho da Serra, foi publicado, no dia 15 deste mês, um aditivo financeiro em decorrência da alteração do tipo de revestimento do asfalto. Com isso, o custo total da obra aumentará R$ 3,9 milhões, chegando a R$ 19,9 milhões. No momento, a construtora trabalha em um trecho de 6,5 quilômetros, contados a partir de 2,5 quilômetros do viaduto ferroviário no Bairro Caturrita. A execução está em fases diferentes. Em alguns pontos é feita a terraplanagem e outros são colocadas pedras grandes no solo. 

Com o aditivo, o material usado passa a ser o concreto betuminoso usinado a quente, que, segundo o Departamento de Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), é o mais adequado devido à inclinação do terreno, que fica mais acentuado próximo a entrada do município de Santa Maria.

PAVIMENTAÇÃO

No final do ano passado, a Construtora Continental, responsável pela execução da obra, havia informado que, a partir deste mês, seriam cinco quilômetros aptos a receber o pavimento. No entanto, a pavimentação ainda não começou e não há prazo definido para iniciar esta fase. A perspectiva é que a colocação do asfalto possa ser feita em cerca de três meses. 

Com o aditivo, a Continental atribuirá um novo plano de ação. A proposta, segundo o diretor da construtora Hélio Militz, é de sincronizar as fases de andamento da obra:

- Ela é uma obra um pouco mais longa, e tudo o que eu entregar haverá um fluxo de trânsito em cima. Então é melhor deixar para entregar algo um pouco mais para a frente, porque vai ter asfalto até o final do ano, sem dúvidas. - afirma Hélio Militz.

O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem também confirma que os 17 quilômetros serão asfaltados ainda neste ano.

NA PRÁTICA

As fases da obra de pavimentação consistem inicialmente na drenagem do solo e na terraplanagem. Após essa preparação, o solo recebe a cobertura com uma primeira camada de macadame (pedras grandes), uma segunda de britas graduadas (pedras menores) e a terceira e última camada é a de pavimento. 

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Neste trecho, a camada de macadame (pedras grandes) foram colocadas na via

Cada ponto da obra está em uma fase diferente. Este avanço gradual, conforme explica Militz, varia de acordo com as particularidades de cada trecho:

- Como temos a obra inteira para fazer, trabalhamos por tempo, por equipamento e pela solução mais rápida para a obra produzir. Acredito que daqui uns 60 dias já teremos um trecho bem longo com macadame. 

UMA LONGA ESPERA

Desde a primeira confirmação de que a estrada de chão daria lugar ao asfalto, nos anos 1990, os moradores sonham com um acesso rápido a Santa Maria. De lá para cá, houve uma nova inclusão da estrada em um plano de asfaltamento em 2010, no governo Yeda Crusius (PSDB). No ano seguinte, o governo Tarso Genro (PT) reiterou o compromisso com a execução da obra. Mas, foi apenas em junho de 2021 que os moradores puderam renovar as esperanças, com o anúncio do programa Avançar, já no governo de Eduardo Leite (PSDB).

Quem acompanhou o vai e vem de projetos foi o ovinocultor João Paulo Carvalho, de 66 anos. Com propriedade na beira da estrada desde a década de 80, ele participou de mobilizações pela melhoria da estrada, que, segundo ele, só aumenta o fluxo de veículos desde que o município foi emancipado, há 30 anos.

- Eu me sinto realizado, porque depois de uma luta de 42 anos aqui, a gente começa a enxergar agora o resultado. Vocês que são urbanos, quando saem de casa têm calçamento, têm parada de ônibus, tem tudo. Nós, aqui fora, não temos nada disso. Para nós é poeira, é barro e chuva. Então, de tanto a gente brigar com os governos, esperamos que agora aconteça - desabafa o ovinocultor.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Na foto, João Paulo conserta fios da cerca que delimita a propriedade na beira da estrada

O seu Arani Silva, de 67 anos, também acompanha desde pequeno as promessas de asfaltamento da ERS-516. Com passagem pela Câmara de Vereadores da cidade, ele relata a dificuldade de acesso, não só dos moradores, mas também de transportes como o da Secretaria da Saúde. Desta vez, ele se sente confiante de que o trabalho sairá ao ver o trabalho das máquinas:

- A gente vem sofrendo há muitos anos, desde guri eu vejo falarem desse asfalto. Mas agora a gente vê com bons olhos, porque parece que as coisas estão andando e a gente espera que se realize. Eu gostaria de ver inaugurar.

A comerciante Sirlene Flores da Trindade, de 56 anos, viaja regularmente para Santa Maria, seja para garantir os produtos para venda ou até mesmo visitar amigos, familiares e realizar consultas médicas. Ver o percurso sem tanta poeira é um sonho dela:

- É um sonho que a gente está vendo ser realizado. É muito tempo que a gente está esperando por isso, e vendo esse vai e vem. E melhora para gente, para os carros, para a nossa condução e também das pessoas que vêm abastecer o comércio. 

ANDAMENTO DO PROJETO

  • Em 1998, o governador Antonio Britto prometeu a obra 
  • Em 2010, o governo estadual traça plano de asfaltamento de 25 estradas e acessos a municípios gaúchos, incluindo São Martinho da Serra
  • Em junho de 2021, o governo estadual anuncia asfaltamento de estradas, incluindo a ERS-516
  • Em setembro começam as obras, com a colocação dos bueiros e da tubulação de concreto para drenagem e escoamento da água da chuva. Canaletas para escoamento da água também estão prontas

*Eduarda Nenê da Costa

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