reajuste de 27%

Cálculo da prefeitura indica aumento de mais de R$ 1 na passagem do transporte público

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Foto: Eduardo Ramos (Diário)
Valor atual da passagem é R$ 4,20

O novo valor da passagem de ônibus em Santa Maria apresentado pela prefeitura em reunião do Conselho Municipal de Transportes (CMT) é de R$ 5,34. O novo preço é mais de R$ 1 superior ao valor atual, de R$ 4,20, praticado desde 2019. O reajuste supera os 27%. A proposta agora vai para análise do CMT, que deve votar a proposta na próxima segunda-feira. Entretanto, a decisão final do preço da passagem é do prefeito Jorge Pozzobom (PSDB). O último reajuste, em 2019, foi decretado pelo prefeito com R$ 0,05 abaixo do valor aprovado pelo Conselho.

Em publicação nas redes sociais, Pozzobom chamou o valor apresentado pelo próprio Executivo de "extremamente salgado" e afirmou que vai trabalhar por um valor menor. A planilha técnica foi elaborada pela Secretaria de Mobilidade Urbana e entregue ao CMT em reunião extraordinária na prefeitura na manhã desta terça-feira. De acordo com conselheiros, o secretário de Mobilidade Urbana, José Orion Ponsi da Silveira, não participou da reunião.

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Conforme o procurador geral do município, Guilherme Cortez, a decisão final sobre o preço da passagem deve sair até o final da próxima semana. Segundo ele, a prefeitura estuda medidas para que o reajuste real seja menor do que o proposto pela área técnica.

- Estamos estudando alternativas que nos deem uma possibilidade de ter um valor menor que os R$ 5,34. Pode ser uma isenção, subsídio ou ajustes na operação. Não tenho como dizer ainda o que será - explica, sem dar uma previsão de quanto poderá ser o valor.

O último reajuste no preço aconteceu em 2019, e as discussões para o aumento existem desde o ano passado. Com a pandemia, os custos de combustíveis e manutenção de veículos subiram e o total de passageiros carregados caiu, o que aumentou a pressão financeira sobre as empresas transportadoras. Em dezembro, a Associação dos Transportadores Urbanos (ATU) já havia pedido o aumento, que foi negado pela prefeitura. Porém, em fevereiro, o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) admitiu que não havia mais condições de manter a tarifa a R$ 4,20, pois era preciso dar reajuste salarial aos trabalhadores dos ônibus, que estão com os salários congelados desde 2019. O sindicato da categoria, Sitracover, pediu 21,74% de reajuste salarial.

Para o presidente da ATU, Luiz Fernando Maffini, o reajuste pode ser insuficiente. Maffini espera que o valor seja debatido o quanto antes, já que não é reposto há dois anos e existe a necessidade de cobrir os reajustes nos preços dos combustíveis e possibilitar a negociação de aumento nos salários dos funcionários das empresas transportadoras.

- Ainda não fizemos uma avaliação completa, mas em um primeiro momento tomamos conhecimento de que a prefeitura não incluiu na planilha o último reajuste dos combustíveis. Então já estamos analisando com uma certa preocupação - disse Maffini.

O coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Luiz Bonetti, pede mais discussões em torno do tema e defende que o modelo de transporte público vigente em Santa Maria é insustentável. Ele pede uma nova licitação e debates em torno da municipalização do serviço.

- Considerando um cenário em que a população está mais pobre, que a renda das pessoas caiu e tem muita gente desempregada, quem vai pagar a conta são os trabalhadores - afirma o coordenador do DCE, entidade que integra o CMT.

COMBUSTÍVEIS REPRESENTAM 25% DA PASSAGEM

O cálculo tarifário apresentado ao CMT indica que 24,5% do valor da passagem vai para o custeio de combustíveis e lubrificantes. É o item com a segunda maior representação dentro da tarifa e perde apenas para salários e encargos, que consome quase metade do valor (46,29%). O cálculo leva em conta a atual frota operante, que é de 135 ônibus. A ideia média dos veículos é 8,9 anos. Inclui-se ainda no cálculo da passagem os gastos com peças e acessórios, pneus, salários e encargos, despesas administrativas, remuneração de capital, impostos e previdência e depreciação (custo da obsolescência de ativos imobilizados).

Conforme Cortez, o principal impacto no aumento do preço da passagem é o combustível. O levantamento de custos de todos os itens que compõem o preço da passagem foi feito em fevereiro, antes do último reajuste que fez o preço do diesel subir quase R$ 1 em Santa Maria.

VALOR PODE SER VOTADO NA SEMANA QUE VEM

A votação do novo preço deve acontecer na próxima segunda-feira, é o que espera o presidente do Conselho Municipal de Transportes, Rodrigo Santos. A planilha está sob análise das entidades que integram o conselho e o parecer do relator deve ser distribuído de forma online até a quinta-feira. A relatoria ficou por conta do representante da Associação das Empresas Interdistritais, Aroldo da Silva. Depois disso, há o período para os pedidos de vistas dos integrantes.


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