Ensino superior

O que ainda impede a volta total das atividades presenciais na UFSM

Arianne Lima

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Eduardo Ramos (Diário)

Em entrevista à CDN, na tarde de quarta-feira, o reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Afonso Burmann falou sobre as manifestações do ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Hallal, que defende a volta total das atividades presenciais nas instituições de Ensino Superior, e sobre o cenário na universidade local. Burmann explica quais são os fatores que ainda impedem o retorno total das atividades presenciais na instituição.

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ORÇAMENTO

De acordo com o reitor Burmann, o corte no orçamento da UFSM é sentido desde o inicio da pandemia, em 2020. Com o retorno dos estudantes, o custeio com limpeza, vigilância, portaria e outros setores tem sido cada vez mais observado, uma vez que a possibilidade de um retorno total do quantitativo atual discente com poucos recursos causaria impacto neste orçamento. 

- Nós estamos voltando com as atividades práticas presenciais. Em curto espaço de tempo, não saberia estimar quando todas as atividades práticas da universidade estarão retornando. O que nós temos, hoje, são dificuldades referentes ao próprio orçamento, a redução orçamentária que todos conhecem e que desde 2020 se faz sentir em toda a estrutura da universidade. E o retorno de todos os estudantes, simultaneamente, hoje representaria um impacto que a universidade não poderia absorver.

O reitor, que está prestes a finalizar a gestão em dezembro deste ano, afirma que manter uma universidade com 30 mil alunos exige custeio permanente de setores, como o de limpeza, vigilância, portaria, insumos para laboratórios, energia elétrica e manutenção. A compreensão sobre a situação da instituição de ensino por parte da comunidade santa-mariense é um fator importante para o Burmann.

- Não é simples a situação, e não é tão simples assim abrir e dizer "volta todo mundo agora". São 30 mil estudantes. Nós devemos ter, hoje, por volta de 2,5 mil em atividade presencial. E esse número vai aumentando toda a semana com uma nova turma que está retornando para as atividades práticas - explica.

Sobre o orçamento para pesquisas, Burmann, que já compôs o quadro docente da UFSM, lamenta a atual situação: 

- Só de custeio, nós estamos como uma redução de R$ 30 milhões. Não dá nem para falar na redução dos investimentos em pesquisa, que são tão importantes para a universidade. Vários param neste período por conta da falta de recursos. A comunidade não percebeu isso, e dificilmente vai perceber em um futuro próximo. Esse é o resultado de um impacto de médio prazo, no qual aquelas pesquisas que poderiam retornar em beneficio a sociedade estarão atrasadas na oferta dos seus resultados.

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ASSISTÊNCIA

Durante a pandemia, o acesso de novos estudantes à moradia estudantil foi proibido. Em agosto deste ano, cerca de 700 alunos permaneciam nas Casas do Estudante de Camobi e do Centro, de um total de 2,3 mil. Neste período, a Casa do Estudante da UFSM (CEU) passava pelas primeiras adequações referentes ao Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndios (PPCI) no campus de Frederico Westphalen. No campus sede, ocorrem reformas em todas as CEUs. 

Com a retorno gradativo do quantitativo total de estudantes à instituição, Burmann lembra que as ocupações de espaços como a Casa do Estudante e o Restaurante Universitário não serão mais os mesmos. 

- A moradia, certamente, não será como antes. Não será a mesma moradia estudantil de antes. O Restaurante Universitário, apesar de toda a modernização que foi feita, também não vai funcionar no mesmo modo de antes. Nós não vamos poder ter 600 pessoas no salão, por exemplo.

No caso do RU, que recebeu investimento de R$ 6 milhões, estratégias como escalas devem ser colocadas em prática. 

- Nós vamos ter que escalonar esse grupo de usuários do restaurante em um horário que pode se estender de 11h às 14h - finaliza o reitor.

FUTURO

Apesar dos diversos fatores que impedem que a instituição retorne ao funcionamento pré-pandemia, Burmann não descarta a possibilidade e prevê um período para que a normalização seja observada:

- Sinceramente, acredito no retorno presencial no primeiro semestre de 2022. Ou seja, nós seguimos com o segundo semestre de 2021 até final de janeiro, inicio de fevereiro. Em março, inicia o primeiro semestre. Seguindo essa lógica de melhoria dos indicadores da pandemia, nós devemos iniciar com o formato presencial ou quase totalmente presencial. 

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