Música, bom humor e romantismo com Serginho Moah em Santa Maria

Leandra Cruber

Música, bom humor e romantismo com Serginho Moah em Santa Maria

Foto: Richard Vieira/Divulgação

O Dia dos Namorados em Santa Maria vai ser embalado pelo show do artista Serginho Moah, vocalista da banda Papas da Língua por quase 30 anos, que sobe ao palco do Theatro Treze de Maio, neste domingo, a partir das 20h.

Nesta semana, a Revista Mix bateu um papo com Serginho Moah sobre música, inspirações artísticas, os hits e as polêmicas do mundo da música e, claro, a relação do artista com Santa Maria. Em carreira solo, Moah chega ao Coração do Rio Grande com o show Soft Hits, que traz no repertório algumas das canções românticas mais famosas do Papas da Língua, mas não só elas, como brinca o artista:

– Vai ser um Dia dos Namorados romântico, mas não só isso, viu? Solteiros também podem curtir porque tem algumas surpresinhas no repertório para quem é apaixonado por si e pela vida, claro!

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E os hits não são poucos! Além de Eu Sei, que embalou as cenas do casal Jorge (Thiago Lacerda) e Simone (Christine Fernandes) na novela Páginas da Vida, sucesso do horário nobre da Rede Globo, Serginho vai cantar a animada Blusinha Branca, Viajar e até Oceano, de Djavan, uma das inspirações musicais de Serginho, embalado com piano, voz e violão.

Além disso, o show marca o retorno de Moah aos palcos santa-marienses. A última apresentação do artista foi em outubro de 2019, no PlayArte Festival, e, meses depois, teve início a pandemia de Covid-19. Para ele, é momento de celebrar a vida, se cuidar e curtir os shows presenciais.

– A pandemia foi e continua sendo muito difícil para todo mundo. Por isso, fico feliz de poder voltar a realizar o show com público, principalmente agora, que já estamos prontos para tomar até uma quarta dose de uma vacina importante demais. E, claro, meu carinho por Santa Maria é marca registrada. Seja quando fazíamos shows do Papas ou, agora, em carreira solo, é uma alegria ouvir a galera da cidade animada e cantando junto – comemora.

Para quem quer ir ao show de Serginho Moah, neste domingo, no Theatro Treze de Maio, ainda dá tempo de garantir um lugar. Os ingressos custam R$90 (inteira), R$ 70 (mediante doação de alimentos não perecíveis ou agasalhos) e R$ 45 (estudantes e idosos), e podem ser adquiridos na bilheteria do Theatro Treze de Maio ou na plataforma Sympla.

Foto: Divulgação

Apaixonado pelo Coração do Rio Grande 

Seja junto da banda Papas da Língua, um dos ícones do pop rock gaúcho que teve Moah como vocalista durante 26 anos, seja em carreira solo, Serginho guarda boas memórias de Santa Maria. Para ele, a cidade trouxe oportunidades de apresentações incríveis como quando tocaram na Feisma e, ainda, no Park Hotel Morotin ao lado da banda Maskavo. 

– Tocar em Santa Maria enquanto estava no Papas da Língua era algo muito frequente. Todos os shows que fizemos aqui foram muito bons porque a galera costumava cantar junto, vibrar, pedir bis. Enfim, nos sentimos acolhidos pelo que sei, é uma característica forte da cidade.

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Em 2019, Serginho Moah deixou a banda Papas da Língua e passou a investir na carreira solo que já existia. De lá para cá, as passagens por Santa Maria envolveram grandes shows e eventos particulares:

– É muito bacana quando a gente constrói um trabalho bonito como foi o do Papas e depois podemos seguir por outros caminhos. Sinto que os fãs de Santa Maria sempre admiraram o trabalho da banda e do Serginho Moah solo. Tanto que parte do repertório dos meus shows incluem muitos sucessos do Papas. 

O cenário musical gaúcho

Os Cascavelletes

TNT

Garotos da Rua

Os Replicantes

Engenheiros do Hawaii

Nenhum de Nós

Em 2018, o Papas da Língua completou 25 anos de banda e comemorou com um grande show no Theatro São Pedro, em Porto Alegre.

O rock gaúcho e derivados, como o pop rock e até reggae do Papas da Língua, marcou a história da música do Rio Grande do Sul. Em 1993, quando a banda surgiu, ainda se respirava a euforia trazida pelas bandas como Engenheiros do Hawaii, Garotos da Rua, Os Replicantes, TNT, Os Cascavalletes e Nenhum de Nós, no final dos anos 1980, e essa movimentação musical foi inspiração para Moah.

– Se tem uma coisa que dá orgulho é pensar no cenário musical gaúcho, principalmente dos anos 80 e 90. Para quem gostava de música e pensava em seguir carreira profissional, tínhamos exemplos incríveis. Hoje ainda temos, com certeza. E a gurizada é tão ou ainda mais talentosa que antigamente. A diferença é que existia uma movimentação coletiva, uma banda puxava a outra para cima – relembra. 

Hoje, o artista relembra e comemora os sucessos do passado, mas destaca que é preciso olhar para a frente. Aos 57 anos, Moah é um entusiasta das facilidades da internet, principalmente no que diz respeito a produzir, distribuir e consumir música, mas, ao mesmo tempo, destaca que a velocidade do mundo de hoje não pode se tornar um problema:

– Acho incríveis as possibilidades que a internet nos trouxe. Só que toda essa velocidade trouxe algumas consequências como a própria cobrança por uma produção desenfreada, seja de música ou de conteúdo para as redes sociais, por exemplo. Muita gurizada nova acaba se prejudicando, psicologicamente e fisicamente, por se cobrar muito. A música, como uma arte, é para ser gostosa, trazer alegria para quem faz e para quem ouve. 

Luisa Sonza em “Sentadona”

Xamã em “Malvadão 3”

Jovem Dionísio em “Acorda, Pedrinho”

Além disso, ele destaca o trabalho de artistas como Luisa Sonza, de Sentadona,  Xamã, de Malvadão 3, e Jovem Dionísio, de Acorda, Pedrinho!, hits que viralizaram no Tik Tok. 

– O bom da arte é que tem espaço para todo mundo. O meu som é aquele pop rock com traços de reggae, então sei que, no mundo de hoje, não viraria um hit que toca dia e noite em qualquer lugar. Mas admiro o pessoal que gosta e produz esse estilo musical – conta. 

As polêmicas das leis de incentivo à cultura 

Há dias, artistas têm usado as redes sociais para discutir e se manifestar sobre as leis de incentivo à cultura, como a Lei Rouanet e a Lei Aldir Blanc. Tudo começou quando o cantor sertanejo Zé Neto fez uma fala para exaltar o próprio sucesso durante um show em Sorriso, no Mato Grosso. 

– Nós somos artistas que não dependemos da Lei Rouanet, nosso cachê quem paga é o povo. A gente não precisa fazer tatuagem no ‘toba’ para mostrar se a gente está bem ou não. A gente simplesmente vem aqui e canta, e o Brasil inteiro canta com a gente – disse o sertanejo Zé Neto.

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A provocação foi para a cantora Anitta que fez uma tatuagem íntima. Ela não precisou nem responder ao cantor para que os fãs e entusiastas das redes sociais fossem argumentar contra o sertanejo e expor que o show de Zé Neto e Cristiano custou R$ 400 mil e foi pago com dinheiro público. O Ministério Público de Mato Grosso investiga 24 prefeituras denunciadas por usar dinheiro público para financiar artistas como a dupla. 

Foto: Cerqueira Filmes/Divulgação

Bem-humorado, Moah brinca com a situação e diz que, no meio artístico, as leis de incentivo à cultura são ferramentas importantes para promover a arte e o lazer.

– Nenhum artista é melhor por não usar Rouanet ou Aldir Blanc. Inclusive, pior dizer que não usa e fazer shows com dinheiro público e até desvios de verbas, né? Se as leis existem, é para serem cumpridas e usadas. Ainda não tive a oportunidade de fazer algum projeto desse tipo porque é algo super regrado, não é simplesmente ganhar dinheiro e deu. Então, por enquanto, sigo com shows e eventos particulares. Mas, assim, tem gente que perde a chance de ficar quieto, né? – ri Serginho. 

por Leandra Cruber, leandra.cruber@diariosm.com.br

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