Moda: a abordagem atual na internet na coluna de Letícia Sarturi

Redação do Diário

Moda: a abordagem atual na internet na coluna de Letícia Sarturi
Marcada pela espontaneidade e individualidade, a figura da it-girl já existia antes da internet (Foto: Reprodução Instagram @naomi)

Da autenticidade a repetição: como a moda é abordada online?

O Grammy 2023 ocorreu na semana passada e, como esperado, provocou uma série de postagens com avaliações sobre a produção das famosas. Essa abordagem não é novidade entre quem traz conteúdos sobre moda. Assim como ela, outros tipos de comportamentos denunciam que a “comunicação de moda” na internet, local onde muitas tendências se fortaleceram, segue um padrão.

Diversas postagens de looks do dia (que foram temas recorrentes das blogueiras lá nos anos 2000), vários posts com dicas sobre os mesmos produtos de beleza e de skincare, reproduções incessantes de tendências… Tudo isso mostra que existe um tipo de conteúdo que predomina e se repete nas redes.

Não afirmo que essa abordagem é errada, mas endosso que não deve existir uma fórmula pronta para dialogar sobre moda. Precisamos ir além disso, compreendendo que ela é individualidade, identidade, simbolismo, mudança, cultura… Que a moda é um fenômeno que não cabe num “discurso modelo” direcionado apenas para resultados (prestígio, likes e seguidores).

Assim como Naomi Campbell, a atriz, modelo e cantora norte-americana Marilyn Monroe pode ser considerada uma it-girl “pré-internet” (Foto: Milton H Greene/ Instagram @marilynmonroe)

Em artigo publicado no site da revista i-D, Rayne Fisher-Quann refletiu sobre como a internet matou a it-girl. Para isso, afirma que influencers trazem conteúdos que parecem um guia sobre como se tornar essa figura tão emblemática, que passou a ser chamada de “cool girl”.

Marcada pela espontaneidade e individualidade, a it-girl, como recorda a articulista, já existia antes da internet. Entre elas, estavam Marilyn Monroe e, anos mais tarde, Naomi Campbell. “A raridade da persona it-girl sempre foi fundamental para seu apelo cultural. Se todos pudessem ser uma It Girl, então ninguém seria”, argumentou Rayne na publicação (em tradução livre).

Apesar de ficar apreensiva quanto a idolatria em torno da it-girl (assunto para outra coluna), recorro ao exemplo da Rayne para mostrar que discurso e comportamento seguem modelos, mesmo que objetivem um resultado que é conhecido por sua autenticidade (que ironia!).

Que possamos e estejamos dispostas(os) a construir novas formas de nos relacionarmos e comunicarmos com/sobre a moda, seja enquanto profissionais, influencers ou consumidoras(es).

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