Moção de protesto sobre Alexandre de Moraes causa troca de provocações

A votação de uma moção de protesto contra as decisões do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, também ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), causou bate-boca. E, por tabela, refletiu no Legislativo de Santa Maria a discussão Brasil afora envolvendo o resultado da eleição para presidente, vencida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa com o presidente Jair Bolsonaro (PL).

A moção contra “os atos atentatórios ao Estado Democrático de Direito” é de autoria do vereador Pablo Pacheco (Progressistas) e tem por objetivo se somar a movimentos já aprovados por outros legislativos municipais, junto com manifestações da sociedade, para pressionar o Senado a julgar “as transgressões” às instituições brasileiras promovidas por ministros do STF.  

“Eu não estou colocando o Poder Judiciário no mesmo patamar em que o ministro Alexandre está colocando esse Poder”, afirmou Pacheco, enfatizando que a iniciativa é até “tardia”, uma vez que deveria ser apresentada em 2021. Vereadores ligados a Bolsonaro dispararam críticas a Moraes. Já os apoiadores de Lula defenderam decisões do presidente do TSE. “Essa moção é um ataque à Constituição, ao Estado Democrático”, disse Helen Cabral (PT), destacando que era preciso respeitar resultado das urnas, como o PT aceitou, por exemplo, a votação em terceiro lugar de Edegar Preto (PT) ao Piratini, apesar da pouca diferença para Eduardo Leite (PSDB), que foi para o segundo turno e acabou reeleito.Parlamentares trocaram farpas na tribuna e provocações nos bastidores de um lado e de outro. Ao final, a moção foi aprovada por 14 votos a favor e seis contrários.