A morte de qualquer pessoa sempre é triste, independentemente de quem seja, pois todos somos filhos de alguém, irmãos de alguém e em algum momento tivemos amigos e somos ou fomos o amor de alguém. E mesmo que nada disto tenha acontecido, a vida de cada ser humano é única e especial. Ver ceifada a vida de pessoas cuja missão profissional é o bem comum realmente é lamentável. Nada justificativa a violência contra a vida.
Dito isto, quero falar sobre responsabilidade, autonomia, escolha e liberdade. Quando escuto, leio e vejo de órgãos de imprensa (que se dizem sérios e comprometidos com a verdade) a responsabilização do governo federal por este triste fato, fico pensando que tamanho querem que seja este governo e com que poder. A situação colocada chega a ser ridícula, quase que deixa os leitores e ouvintes numa situação de questionamento sobre quem eles estão tentando manipular. O porquê a gente já sabe: é o motivo que move quase tudo – dinheiro e poder.
A floresta tem seus povos indígenas, legalmente donos de boa parte dela, de acordo com as leis do Brasil. Vale lembrar que os índios são cidadãos brasileiros e o Brasil tem limites geográficos bem claros e reconhecidos por todos os países do mundo por meio de vários tratados e acordos assinados entre nossos representantes legais e outros representantes legais de diversas nações.
Portanto, questiono esta democracia forte e, mais do que nunca, em perigo. Duas pessoas entram numa floresta, conhecendo seus riscos e as dificuldades de seus moradores (que não são só índios), sem nenhum tipo de proteção. Será que não deveria ser pergutado à organização não governamental (ONG) e ao jornal ao qual o jornalista estava vinculado por que seus trabalhadores não são protegidos em seu exercício profissional? Sim, eles são trabalhadores vinculados a instituições que, a princípio, possuem obrigação de protegê-los no exercício de sua profissão.
O fato do assassinato, ao meu ver, mostra o que sabemos: temos problemas sociais em nosso país, dentre eles questões de segurança. Temos dificuldades em especial em uma área de floresta de difícil acesso, o que de certa forma protege a própria floresta e seus povos nativos, com muitas riquezas e causadoras de cobiça de todos os tipos e em especial de criminosos.
O Estado não tem condições de proteger todos que vivem na floresta nem em nenhum lugar do Brasil, porque isto demanda muitos investimentos, que começam com educação e pertencimento e vão passar por ética e compromisso social. Enfim, é lamentável a morte de Dom Phillips e Bruno Pereira. Deixo meus mais profundos sentimentos e minha solidariedade a familiares e amigos, mas este fato não é culpa do governo federal, como alguns meios de comunicação querem fazer com que seja.
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