Fotos: Beto Albert (Diário)
A partir desta quarta-feira (28), a instituição beneficente Lar de Mirian e Mãe Celita, mais conhecida como Lar de Mirian, com sede localizada na Avenida Maurício Sirotski Sobrinho, no Bairro Patronato, deixará de ter vínculo com a prefeitura de Santa Maria e receber crianças e jovens de 0 a 17 anos via decisão judicial. O Poder Executivo confirmou o fim do vínculo e disse que já há uma nova instituição para substituir o serviço.
+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp
Desde 2009, o Lar recebia uma verba mensal da prefeitura de R$ 6.861,71 (por acolhido) para atender crianças e adolescentes retirados de seus pais ou responsáveis pelo conselho tutelar e encaminhados via decisão judiciária quando ninguém da família esta apto para cuidar dos menores. Mas a história da instituição no município é mais longa. Fundada em 1961, funcionou por quase 50 anos atendendo meninas em vulnerabilidade social de 0 a 12 anos somente com contribuições da comunidade. Posteriormente, ampliou esse atendimento a jovens até 17 anos.
A presidente do Lar, Claudia Winter, explica que, a partir desta quarta (28), as três casas lar, que recebiam até 12 crianças e adolescentes, deixam de existir. Contudo, o trabalho seguirá na sede da instituição por meio do projeto Re-Criar, fortalecimento de vínculo, com oficinas para crianças e jovens em vulnerabilidade social no contraturno escolar. O trabalho já existia e deve seguir como único a partir dessas mudanças.
– Assim como já aconteceu com algumas instituições em Santa Maria, a gente pode citar o Lar de Joaquina e a Cidade dos Meninos, o Lar de Miriam, em conjunto com a diretoria, optou para não trabalhar mais com acolhimento. O motivo principal principal é essa sede maravilhosa. Esse prédio foi construído com o empenho da diretoria, vendendo empadinhas, fazendo campanhas. E, hoje, ele não é mais útil para acolhimento, pois a legislação determina que esse serviço ocorra em pequenos núcleos. O objetivo da instituição é aproveitar esse espaço para projetos. Queremos, agora, prevenir esse acolhimento com um projeto que mantenha eles nas oficinas e não em caminhos duvidosos – descreve Claudia.

Leia mais:
- Santa Maria tem mais de 7,8 mil títulos eleitorais cancelados; saiba como regularizar a situação
- VÍDEO: Corsan realizará feirão para contratar funcionários em Santa Maria; saiba como participar
- Jovem é preso por tráfico de drogas no Bairro Carolina, em Santa Maria

A nova instituição contratada pela prefeitura
A partir desta quarta (28), as 17 crianças e adolescentes acolhidas pelo Lar de Mirian devem ser recebidas pela nova instituição contratada pela prefeitura – a Associação Beneficente Evangélica da Floresta Imperial (Abefi). Ela atua desde 1968 no atendimento aos menores, com mais de 12 instituições na Região Metropolitana do Estado.
A Abefi irá ofertar atendimento por meio de duas casas, uma na modalidade casa lar, para até 10 crianças, e outra na modalidade abrigo, para até 20. Com o contrato, o município pagará R$ 6,1 mil por criança acolhida, explica o procurador-geral do município, Guilherme Cortez:
– O município de Santa Maria vai, a partir do dia 28, encerrar o vínculo com o Lar de Mirian. Nosso trabalho é garantir o acolhimento institucional para as crianças e adolescentes, e a Abefi nos passa a segurança necessária. Vamos ter 100% do acolhimento do município funcionando.
Cortez ainda explica que a prefeitura trabalhou nos últimos anos para encerrar o contrato firmado via judiciário com o Lar de Mirian, e passar para outra modalidade, contratos legais ordinários. O movimento seria necessário para regularizar o vínculo, o que, no fim, não aconteceu. Com a decisão de encerrar o vínculo com o Lar, o município contará com 80 vagas para o acolhimento, com contratos regulares que contam com plano de trabalho e fiscalização. São três instituições que contemplam o serviço.
Acolhimento institucional em Santa Maria
- Abefi – 30 vagas
- Projeto Nações em Ação – 20 vagas
- Aldeias SOS Santa Maria – 30 vagas
Lar de Mirian a partir de agora
- Segue só com o Projeto Re-Criar, fortalecimento de vínculo;
- Pretendem fazer um trabalho de prevenção;
- Trabalho será na sede da instituição, com 1.000m²
- 40 crianças já são atendidas no contra-turno escolar;
- Atendem das Vilas Lídia, Arco-Íris, Natal, Noal;
- A projeção é aumentar as vagas;
- Atendimento será na sede;
- Número de profissionais vai ser repensado com redução de turnos
- Recebem voluntários;
- Atuarão por meio da captação do Imposto Solidário;
- Além disso, de programas como Mesa Brasil e do Banco de Alimentos;
- E precisam de doações da comunidade;
- Tem um brechó.
Lar de Mirian antes, com acolhimento
- Funcionava com 3 casa lar (até 10 pessoas);
- Recebia R$ 6,8 mil por acolhido(a) e doações;
- Já teve 46 crianças, com 70 profissionais
- Com profissionais disponíveis 100% do tempo
- Já tinha o brechó;
- O Projeto Recriar já existia;
- A instituição tem uma diretoria;
- Mais de 60 anos com o acolhimento em Santa Maria.
Histórico do Lar de Mirian
- 1961 – Fundada para atender meninas na miséria de 0 a 12 anos. Só com a comunidade;
- 2009 – Início da parceria pública. Governo Schirmer solicitou que ampliasse a idade até 17 anos;
- 2015 – Atualização do serviço. A lei indicou juntar sexo e idade. Exigiu mais profissionais;
- 28 de maio de 2025 – Fim da parceria com o município. Continua o funcionamento por projetos sociais.