O candidato Ciro Gomes (PDT) foi o segundo dos presidenciáveis a conceder entrevista no Jornal Nacional, na noite de terça-feira (23). O presidente Jair Bolsonaro (PL) abriu a série de sabatinas, na noite de segunda-feira (22).
Ao contrário das perguntas duras e do tom mais ríspido com Bolsonaro, os âncoras William Bonner e Renata Vasconcellos fizeram questionamentos com menos cobrança ao ex-governador do Ceará. Conhecido por seu pavio curto, Ciro também mostrou também um tom bem mais sereno comparado a alguns atos ao longo da pré e campanha.
O ambiente também foi propício. O candidato teve bastante tempo para expor suas ideias. Defendeu, por exemplo, o plebiscito para “impasses” entre o governo federal e o Congresso. Também prometeu, caso eleito, abrir mão da reeleição. Também apresentou um projeto de renda mínima para pagar 1mil para a população ao mês e propostas para a situação climática e sobre o saneamento básico.
O questionamento mais contundente, talvez, tenha sido sobre suas declarações mais duras em relação a Bolsonaro e ao candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, não contribuíram para uma maior polarização e não para apaziguar o país, como ele prega. Estou tentando mostrar ao pobre brasileiro essa polarização odienta, que eu não ajudei a construir, pelo contrário”, afirmou Ciro, admitindo que pode rever alguns termos. Ao final, no espaço das considerações finais, apresentou, sem dar detalhes, a proposta da criação da lei antiganância para ajudar a reduzir as dívidas dos brasileiros em relação a cartões de créditos e cheque especial.
Favorecido pelo ambiente e pelo fato de não ter sido presidente do país e ter de responder sobre temas espinhosos, Ciro parece ter aproveitado bem o espaço nobre de 40 minutos no telejornal mais importante do país. Resta saber se terá efeito junto ao eleitor e se o mesmo conseguiu digerir tanta informação despejada pelo candidato.
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