A Operação Medicaro, desencadeada pela Polícia Federal (PF), em 2014, em Santa Maria, chegou a mais três cidades gaúchas ontem. A investigação apura fraude na aquisição de medicamentos fornecidos pelo Sistema Único de Saúde a pacientes que encaminham processos via judicial.Na quarta fase da operação _ as três primeiras foram em Santa Maria _, equipes da PF cumpriram 10 mandados de busca e apreensão e seis mandados de condução coercitiva em Porto Alegre, Caxias do Sul e Pelotas, simultaneamente. Todas as pessoas foram ouvidas e liberadas.
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Entre os casos investigados em Santa Maria, a PF detectou possível envolvimento de uma distribuidora de medicamentos com sede em Porto Alegre. A informação foi repassada à PF da Capital, que instaurou inquérito em fevereiro deste ano. Durante as investigações, a PF descobriu que a organização criminosa, naquelas três cidades, era formada basicamente por duas empresas e advogados que encaminhavam os processos judiciais. A distribuidora de remédios de Porto Alegre (e que tem uma filial em Caxias e um representante comercial em Pelotas) se associava a uma empresa despachante aduaneira, sediada em Caxias do Sul, para a importação do remédio.
– A base dessa associação criminosa é em Porto Alegre, com representantes no interior do Estado. Nessa captação de clientes, ela se propõe a fazer pagamentos a médicos e advogados que atuam nos processos judiciais – explicou a delegada da PF de Porto Alegre, Maria Lúcia Wunderlich dos Santos.
Suspeita de fraude gera mudanças na coordenadoria de saúde em Santa Maria
O esquema, nessas três cidades, funcionava assim: um advogado, responsável por encaminhar o processo judicial, informava à distribuidora de medicamentos investigada, os orçamentos apresentados pelas outras duas fornecedoras, para que ela desse um preço mais baixo, vencendo, assim, as concorrências.
Ficou mais difícil conseguir remédios por via judicial após a Operação Medicaro
Cerca de 20 processos judiciais estão sendo analisados na Capital e cidades serranas. Em um dos casos analisados, o grupo criminoso forneceu remédio de uma marca por R$ 108 mil. Em uma segunda venda, com orçamentos de outros fornecedores, o mesmo tratamento foi realizado com outra marca de medicamento por R$ 4,3 mil.
A operação teve o apoio da Procuradoria-Geral do Estado, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e das Vigilâncias Sanitárias do Estado e de Porto Alegre.

Em Santa Maria, foram indiciadas 10 pessoas – um farmacêutico, três advogados, um estudante de Direito, um se"