Foto: Renan Mattos (Diário)
Desde agosto, os moradores do Bairro Camobi deveriam estar transitando por uma ponte na Rua Angelin Bortoluzzi, e não mais pelo desvio. A ordem para começar a obra que liga o bairro ao Distrito de Arroio Grande e leva até o Hotel Fazenda Pampas foi assinada em maio deste ano. A partir daí, a empresa vencedora da licitação teria cinco dias para começar o serviço, o que ainda não aconteceu.
Conforme a prefeitura, a empresa vencedora da licitação pediu alguns ajustes. As solicitações estavam em processo de análise pelo fiscal da obra, o que não possibilitou o início dos trabalhos. Com isso, uma nova ordem de serviço deverá ser assinada.
- A análise dos pedidos foi concluída e, nos próximos dias, deve ser realizada uma reunião entre as secretarias de governo envolvidas no processo e a empresa, para que sejam acertados os últimos detalhes - explica o secretário de Desenvolvimento Rural, Rodrigo Menna Barreto.
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A prefeitura esclarece que a ponte será pré-moldada e que a empresa teria pedido reequilíbrio financeiro, em função do tempo e do aumento da matéria prima utilizada, como o ferro. A obra está orçada em R$ 391.692,73.
Para facilitar o acesso, foi feito um desvio na Rua Angelin Bortoluzzi, mas, em dias de chuva, a situação só se agrava.
O assessor comercial do Hotel Fazenda Pampas, Rafael Ruviaro, lamenta o fato. As empresas que organizam festas deixam de alugar o espaço por medo de, dependendo do dia, não conseguir passar pelo desvio.
- Estamos aguardando ansiosamente porque o prazo de início do serviço era 17 de junho, e com um ano muito chuvoso como este, estamos passando mais trabalho do que imaginávamos. Como temos eventos quase todos os finais de semana, acaba prejudicando o acesso de clientes. Já aconteceu de os hóspedes ficarem ilhados, sem contar os moradores - comenta Rafael Ruviaro.
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ALTERNATIVA
A opção aos motoristas é tentar cruzar pela Estrada Norberto José Kipper, ERS-511, porém, em dias de chuva, o trecho fica intransitável. O farmacêutico e agricultor Paulo Muhd, 54 anos, mora no Bairro Camobi desde 2013. Ele, a esposa e as duas filhas passam pelo desvio diariamente.
- Decidimos morar aqui para ter mais tranquilidade. Não ter a ponte atrapalha todo mundo. A cada enxurrada, o desvio se vai um pouco - desabafa Paulo.
Por medo de não conseguir trabalhar, o filho, a nora e a neta do agricultor Reinaldo de David, 68 anos, saíram de casa em função da chuva dos últimos dias.
- Eles estão na minha casa porque precisam trabalhar e estudar, e já ficaram ilhados outras vezes - lembra Reinaldo.
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O PROBLEMA
A ponte de madeira desabou em 2015 porque não aguentou o peso de um caminhão. Desde então, moradores e outros motoristas dependem do desvio feito no local. A reportagem tentou contato com a empresa via telefone e e-mail, mas, até o fechamento desta edição, não obteve retorno.