Foto: Vinicius Becker (Diário)
O sábado (11) foi de grande movimento na 31ª Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop), realizada no Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, no bairro Medianeira, em Santa Maria. Desde as primeiras horas da manhã, os corredores dos pavilhões ficaram tomados por visitantes em busca de produtos artesanais, alimentos coloniais e artigos sustentáveis vindos de diferentes regiões do país e de países vizinhos.
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Ao todo, cerca de 400 expositores participam da feira, que reúne representantes da economia solidária local, do Rio Grande do Sul, de outros estados brasileiros e também de nações como Argentina, Uruguai e Paraguai. O evento segue até este domingo (12), com programação que inclui oficinas, debates, apresentações culturais e comercialização de produtos.
Espírito Coletivo
Mesmo fora da data tradicional — a feira geralmente ocorre em julho —, o público compareceu em peso. O coordenador da Feicoop, José Carlos Peranconi, destaca que a mudança de período não afetou a dimensão do evento.
— Apesar de a feira não estar acontecendo na época em que tradicionalmente ocorre, ela está sendo realizada com a grandeza que a gente almejava. Tudo isso é resultado do trabalho de mais de 50 pessoas que atuam de forma totalmente voluntária — ressalta o coordenador.
Segundo Peranconi, a força da Feicoop está justamente na dedicação de quem acredita no projeto e faz dele um espaço de resistência e promoção da economia solidária.
Histórias que movem a feira
Entre os corredores do Centro de Referência, histórias como a da feirante Marli Dambrósio se misturam ao aroma de doces e salgados. Há cerca de 20 anos, ela trabalha com economia solidária, comercializando seus produtos nos pavilhões da Feicoop.
— Iniciei no projeto para tentar vender um pouco mais das minhas trufas por uma temporada e acabei ficando. Hoje consegui expandir os produtos que vendo — conta Marli, enquanto organiza bombons e trufas, que seguem sendo o carro-chefe da sua produção.

Para ela, a feira representa mais do que uma oportunidade de vendas: é um espaço de convivência, aprendizado e valorização do trabalho artesanal.
Presença nacional e internacional
A edição deste ano também teve destaque pela presença de delegações de outros estados brasileiros, entre elas, um grupo vindo do Rio de Janeiro, com representantes de cidades como Niterói e Teresópolis.
Muitas das expositoras participaram pela primeira vez do evento e se disseram surpresas com a estrutura e o público.
— Ter uma feira dessas é um grande presente, tanto pra quem expõe quanto pra quem vem conferir. Valeu a pena as mais de 36 horas de viagem para estar aqui — afirma Cristina Félix, feirante de Teresópolis, que trabalha com velas aromáticas, acessórios e peças de crochê.

Para Cristina e suas colegas, além das vendas, a Feicoop abre espaço para novas conexões e trocas de experiências com grupos de todo o país.

Do exterior, participam feirantes do Uruguai, Paraguai e Argentina. Um dos grupos, vindo da cidade de El Soberbio, na província de Missiones (Argentina), marca presença desde 2019, levando uma erva-mate artesanal produzida por cooperados da região, além de produtos típicos da Argentina como Vinhos.
A presença internacional reforça o caráter integrador e de intercâmbio cultural da feira.

Um espaço de trocas e aprendizado
Criada em 1994, a Feicoop nasceu a partir de uma iniciativa do Projeto Esperança/Cooesperança, ligado à Arquidiocese de Santa Maria, e se consolidou como um dos maiores eventos de economia solidária da América Latina. O evento é reconhecido por incentivar práticas sustentáveis, o consumo consciente e a geração de renda através da cooperação e da solidariedade.
Durante todo o sábado, o clima foi de confraternização entre expositores e visitantes. Famílias, estudantes e caravanas de diferentes cidades circularam pelos pavilhões e áreas externas, onde também ocorreram apresentações artísticas, rodas de conversa e celebrações religiosas.
A 31ª Feicoop segue até este domingo (12), com programação diversificada e entrada gratuita ao público.