estiagem

Em 2021, Defesa Civil distribui mais água no interior do que em quatro anos anteriores

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Foto: Pedro Piegas (Diário)

Quando o caminhão-pipa estaciona na rua, os moradores da comunidade da Costa da Montanha, Bairro Camobi, já espiam pela janela, pois sabem que o alívio para o calorão chegou. Leva poucos minutos para a caixa d'água ficar cheia. E o líquido precioso que jorra das mangueiras da Defesa Civil é usado para tudo: beber, cozinhar, lavar roupa, tomar banho. 

- É a única água que nós temos. Se não fosse essa ajuda, não teríamos água. Com o calor aumentando, essa quantidade que recebemos muitas vezes nem dá para toda a semana - conta o operador de máquinas Daniel da Luz, 44 anos. 

Neste final de ano, Daniel, que mora com a esposa Adriana Ramos, 40 anos, recebeu visitas. Na casa, a regra é poupar, para que as caixas que ficam no quintal tenham água até a próxima quinta-feira, quando a Defesa Civil volta para a localidade.

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Assim como Daniel e Adriana, outras 618 famílias de Santa Maria também dependem da distribuição de água em caminhões-pipa. Só neste ano de 2021, foram 2 milhões de litros entregues, quantidade maior do que a soma dos últimos quatro anos (veja abaixo). O serviço de distribuição de água acontece o ano todo, porque há famílias do interior que não têm acesso à água encanada. Mas, em períodos de estiagem, como agora, a demanda se multiplica, com poços e vertentes secos. 

- O ano foi recorde no fornecimento de água, e algumas ações terão que ser aceleradas, para que esses problemas não aumentem. Estamos trabalhamos e contamos para que o uso racional da água seja feito. Na cidade, a Corsan já nos garantiu que não há risco de desabastecimento - afirma o chefe de gabinete do prefeito, Alexandre Lima.

Como a entrega de água em caminhão-pipa é uma solução paliativa, a Defesa Civil estuda ações que possam resolver o problema da falta d'água de forma definitiva. No atual contrato com a Corsan, há o compromisso de construção de redes de abastecimento de água em comunidades da zona rural. 

ENTREGA DE ÁGUA NOS ÚLTIMOS 5 ANOS

  • 2017 - 20 mil litros
  • 2018 - 258 mil litros
  • 2019 - 176 mil litros
  • 2020 - 1 milhão de litros
  • 2021 - 2, 1 milhões de litros

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Foto: Pedro Piegas (Diário)

POPULAÇÃO SENTE OS IMPACTOS

style="width: 50%; float: right;" data-filename="retriever">São 1.863 pessoas de nove distritos e de Camobi que dependem exclusivamente da água entregue pela Defesa Civil. A dona de casa Tereza da Luz, de 65 anos, mora há 35 anos na localidade da Costa da Montanha. Antes, ela lembra que os moradores conseguiam água direto de uma empresa localizada nas proximidades. Mas, nos últimos anos isso mudou.

- Faz cerca de um ano que a Defesa Civil entrega água aqui toda a semana, porque não temos outra forma de acesso - diz.

O aposentado Luis Antônio Rodrigues, 75 anos, conta que chegou a buscar água em um carrinho de mão em um estabelecimento próximo antes da prefeitura disponibilizar em caminhão-pipa:

- Nós juntávamos todas as vasilhas que tínhamos em casa para buscar água. Agora, melhorou bastante. Mas, no calor, vai muita água, daí temos que economizar. 

Os pedidos de entrega de água podem ser feitos diretamente com a Defesa Civil pelos telefones: (55) 3222-5192 e (55) 99110-7940 (WhatsApp)

FAMÍLIAS ATENDIDAS EM 2021

  • Arroio Grande:  51 pessoas, 13 famílias
  • Passo do Verde: 274 pessoas, 47 famílias
  • São Valentim: 26 pessoas, 9 famílias
  • Santo Antão: 14 pessoas, 6 famílias
  • Boca do Monte: 5 pessoas, 2 famílias
  • Palma: 6 pessoas, 1 família
  • Pains: 14 pessoas, 3 famílias
  • Camobi 25 pessoas, 13 famílias
  • Pé de Plátano: 12 pessoas, 2 famílias
  • Km 3: 5 pessoas, 1 família

COMITÊ PARA ESTIAGEM 
O Município de Santa Maria está monitorando a situação da estiagem, principalmente nas comunidades do Interior que já enfrentam a falta de água neste período de chuva escassa na região. Para antecipar a solução de problemas, consolidar um diagnóstico mais preciso e ter um plano de ação, que já está em vigência, a prefeitura, por meio do gabinete do prefeito Jorge Pozzobom e das secretarias de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, realizou uma reunião com representantes da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Defesa Civil do Rio Grande do Sul e de Santa Maria, Coordenadoria Regional da Agricultura do Estado e Núcleo de Estudo de Eventos Meteorológicos Extremos e Mudanças Climáticas (Nemec) da UFSM na última terça-feira .
O diálogo com os diversos setores ocorreu no Gabinete, no Centro Administrativo Municipal, e foi capitaneado pelo prefeito em exercício, Rodrigo Decimo. Segundo ele, o objetivo do encontro, além de construir um plano de ação, foi para unir esforços e atender às necessidades das famílias atingidas pela estiagem: 
- A ideia desse grupo de trabalho é atender a emergências momentâneas, mas, também, de fazer um trabalho a longo prazo, já que as previsões apontam que teremos déficit hídrico nos próximos meses.

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