Dia do Orgulho na visão da população LGBTQIA+ santa-mariense

Redação do Diário

Dia do Orgulho na visão da população LGBTQIA+ santa-mariense
Foto: Celio Krawczyk (divulgação/arquivo Diário)

O decreto 56.521 de 24 de maio de 2022, assinado por Ranolfo Vieira Junior, faz crer que Santa Maria terá mudanças quanto a manutenção de políticas públicas voltadas para a comunidade LGBTQIAP+ já existentes, assim como a criação de novas. Neste Dia do Orgulho LGBTQIAP+, o Diário ouviu personalidades LGBTQIAP+ do Coração do Rio Grande para conhecer as possibilidades e as deficiências sentidas.

Leia a outra parte da reportagem:

Dia do Orgulho LGBTQIA+: Santa Maria já tem motivos para celebrar

Luci Duartes, vereadora

Foto: Charles Guerra (arquivo Diário)

“Como parlamentar, tenho batido bastante na tecla da educação. Ano passado, criamos um projeto voltado para combater a evasão escolar de pessoas LGBQIA+ e foi totalmente mal interpretado. Hoje, muitas pessoas sofrem bullying na escola por causa da orientação sexual, seja por parte dos colegas e até de professores, e elas acabam parando de estudar. Isso é muito ruim. Se com muito estudo, o mercado de trabalho já é difícil, imagina para uma pessoa LGBTQIAP+ que parou de estudar. Contribuir para a realização dos sonhos das pessoas, faz a minha vida valer a pena.”

Gustavo Duarte, professor universitário

Foto: Gustavo Duarte (arquivo pessoal)

“Sei que o mundo já evoluiu bastante, mas ainda não foi o suficiente. Enfrentamos o preconceito no próprio ambiente de trabalho, como quando uma agressão dentro da UFSM e, felizmente, denunciei e fui amparado. E quando pensamos na população LGBTQIAP+ idoso, esse sofrimento é duplicado. Se existe preconceito com pessoas gays, lésbicas, bis e transexuais jovens, imagina com velhos. Essa questão também é uma pauta importante que devemos conversar mais em Santa Maria”

Cilene Rossi, assessora parlamentar

Foto: Leandra Cruber (Diário)

“Hoje, como assessora parlamentar, me sinto mais segura e tenho conhecimento de todos meus direitos. Mas, já senti na pele como as pessoas trans, especialmente negras, são marginalizadas. Há poucos anos, Santa Maria registrou uma série de assassinatos de mulheres trans, como a minha amiga Verônica, e só isso já fala muito sobre a falta de oportunidades no mercado de trabalho formal, já que as trans vão para a prostituição, e sobre a falta de segurança. E, infelizmente, isso ainda não parece ter mudado”

Camila Grellmann, empresária

Foto: Camila Grellmann (arquivo pessoal)

“O principal objetivo da Colors Turismo é promover consultoria em viagens para o público LGBTQIAP+. Ela surgiu a partir de uma oportunidade de mercado percebida por mim. A Fan, em 2022, completa 15 anos e, pelas experiências que tivemos ao longo desses anos, percebemos que havia demanda e pouca oferta para alguns públicos específicos. Nossa intenção é sugerir produtos exclusivos, mas sobretudo oferecer um atendimento onde as pessoas se sintam confortáveis para viver a sua liberdade. Por isso, nosso slogan é Viva a sua Liberdade”

Lauren Moraes, professora e idealizadora da festa Calor da Rua

Foto: Lauren Moraes (arquivo pessoal)

“A primeira coisa que eu penso sobre a questão do lazer voltado ao público LGBT é que faltam muitos espaços, por isso o pessoal acaba criando festas ou eventos que levam a questão da representatividade. Elas criam aquele espaço que elas sentem falta, até para abraçar a causa. A gente já tem tantas questões que a gente precisa lidar, né?! Então as pessoas acabam criando eventos para se sentirem abraçadas e poderem abraçar também essa representatividade”

Alisson Fernandez, designer de Moda

Foto: Alisson Fernandez (arquivo pessoal)

“O Brasil em si não é um país seguro, então quem dirá Santa Maria. Ainda tem muito preconceito. A gente vê aquela história que é muito legal ser amigo do gay, mas quando o gay tá dentro de casa é um problema. Isso a gente vê em muitos discursos, vejo em questões de bullying dentro da escola com os meus filhos… Não é um lugar seguro ainda, assim como o Brasil inteiro”.

Doug Batistello, cabeleireiro e idealizador da ByFofis

Foto: Doug Batistello (arquivo pessoal)

“Existem lugares em Santa Maria que infelizmente não acolhem muito bem o público LGBT. Mas a gente sente que tem avanço, até por isso abrimos a loja pride aqui na cidade.Vimos que o pessoal vende algo pride só no mês de junho, que nem eu sempre digo, no material de construção é capaz de tu encontrar um saco de cimento todo colorido no mês de junho. E na nossa loja a gente quer trazer o arco íris, o colorido, a representatividade o ano inteiro”.

Gustavo Rocha, aeronauta, criador de conteúdo digital e ativista

Foto: Gustavo Rocha (arquivo pessoal)

“A gente precisa falar muito de acolhimento. Precisamos debater a questão de desmistificar assuntos que grupos conservadores que não querem tocar. Por exemplo, sexualidade ,que eles desviam como pauta de ideologia de gênero. Precisamos debater sexualidade nas escolas e dentro das famílias também. A gente vê que muitas famílias acabam expulsando filhos de casa e não os acolhem por falta de informação. Discutir isso e acolhimento de homens e mulheres trans para poder prosseguir com outras pautas”

Taís Moreira, professora de yoga, terapeuta holística e cabeleireira

Foto: Camila Nunez

“Sinto que a gente tem uma carência muito grande de apoio para o público LGBT na cidade, faltam projetos que apoiem mais a cena. O movimento que acontece na cidade é um movimento muito da contracultura, do movimento alternativo. Realmente, sinto uma necessidade muito grande de apoio cultural que venha de projetos da prefeitura e outros órgãos governamentais que possam apoiar mais a causa”.

Rudys Rodrigues, vereador

Foto: Divulgação

“Por mais que a nossa população tenha tido algumas conquistas e avanços em diversas áreas de Santa Maria, a nossa luta ainda continua, principalmente por mais direitos, empregabilidade, respeito e politicas públicas inclusivas na educação, saúde, cultura, lazer e esporte. E meu papel como parlamentar é justamente ir atrás dessas políticas e fazer com que elas se tornem uma realidade em nosso município. Precisamos continuar essa mudança para que a comunidade LGBTQIAP+ tenha dignidade e gente precisa fazer com que a sociedade entenda que precisamos de respeito, igualdade e inclusão”

Programação Dia do Orgulho LGBTQIAP+

DiversificaUni, no hall de entrada no Centro de Educação Física e Desportos, na UFSM, a partir das 9h, com roda de conversa sobre o mês da diversidade e apresentações artísticas

Diálogos sobre o Orgulho, no Café Portela, ao lado do Museu de Arte de Santa Maria, a partir das 19h30, com roda de conversa e apresentações artísticas

Leia a outra parte da reportagem:

Dia do Orgulho LGBTQIA+: Santa Maria já tem motivos para celebrar

Leandra Cruber, leandra.cruber@diariosm.com.brMirela Joels, mirella.joels@diariosm.com.br

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