Com 79 tataranetos e 63 bisnetos, moradora da região celebra os 110 anos de idade

O que aconteceu de mais marcante desde 1913 a 2023? Duas guerras mundiais, a ida do homem à Lua, a revolução tecnológica, a conquista dos direitos das mulheres, uma pandemia de Gripe Espanhola, de Covid-19, e por aí vai. São tantos fatos históricos para a sociedade que é até inimaginável pensar que alguém pode vivenciar tudo isso. Mas, essa é a trajetória da castilhense Alzira Rodrigues, que nasceu em 30 de julho de 1913. Aos 110 anos, celebrados no último domingo (30), a moradora de Pinhal Grande, na região central do Estado, concebeu seis filhos, têm 22 netos, 63 bisnetos e 79 tataranetos. Uma família digna de Guinness Book (livro dos recordes). 

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Trajetória de Dona Alzira 

Conhecida como Dona Alzira, a pinhal-grandense foi casada por 45 anos com Pedro Rodrigues. Trabalhou no campo boa parte de sua vida, colhendo feijão, mandioca e batata. Mas, foi como parteira que os filhos e netos têm a maioria das lembranças. A neta e cuidadora de idosos Mafalda da Rosa, 43 anos, conta que a avó ia até outras cidades para trazer crianças ao mundo. Como a própria Mafalda, que tem uma ligação com a avó desde o dia do seu nascimento. 

Atualmente, apenas dois dos filhos de Alzira são vivos: a Florinda, mãe de Mafalda, e o Getúlio. Florinda teve 12 crianças, e o irmão teve 10. Depois vieram os 63 bisnetos e os 79 tataranetos. Sendo o mais novo deles, o Maurílio, de 2 meses, que mora em Santa Maria. Uma diferença de mais de um século entre a tataravó e ele.  

A maioria da família está em Pinhal Grande e se reveza para cuidar dos familiares, principalmente dos idosos. Até os 90 anos, Dona Alzira conseguiu morar sozinha, mas, agora, com 110, divide a casa com a filha Florinda, 80 anos, e com o genro Adão, 76 anos. 

A neta se emociona ao contar que a avó ajudou ela e os irmãos em toda a formação da vida deles. Cada um leva uma parte de Alzira com muito carinho nas atitudes do dia a dia.

— Eu sempre lembro que a minha avó era muito humilde. Mas, se chegasse alguém na casa dela e estivesse com fome e tivesse menos condições, ela sempre dividia a comida. Isso eu carrego comigo, porque a melhor atitude de um ser humano é ajudar o próximo — reflete Mafalda. 

Festa de aniversário 

No último domingo (30), quase toda a família se reuniu na casa da avó em Pinhal Grande para fazer um churrasco de aniversário. As carnes foram feitas especialmente para a aniversariante, que não gosta nenhum pouco de doces. Por isso, o bolo de aniversário deu espaço para um “churrasco bem gordo”, conta a neta. 

Para Mafalda, comemorar os 110 anos é um presente. A cuidadora de idosos sabe das limitações que a idade da avó traz, mas ela ainda consegue se alimentar e caminhar sozinha.

— Cada dia que passa é uma dádiva de Deus ter ela em nossas vidas, sou muito grata mesmo. 

A pessoa e mulher mais velha do mundo é a filha de espanhóis, Maria Branyas, de 115 anos, que nasceu na Califórnia em 1907, mas mudou-se para a Catalunha quando tinha 8 anos de idade. Em 1931, casou-se com um médico e teve três filhos, que lhe deram 11 netos e 13 bisnetos. Aos 115 anos, ela entrou para o Guinness como a mulher mais velha do mundo na atualidade. 

Apesar de Maria Branyas ser considerada a pessoa mais velha do mundo, a alagoana Josefa Maria da Conceição faleceu em fevereiro de 2023, aos 121 anos. Ela nunca teve a idade reconhecida no livros dos recordes. Em 2019, o prefeito da cidade de Pilar, Renato Filho (MDB), chegou a fazer contato com o livro dos recordes no Brasil para tentar registrar a marca. Após a solicitação de alguns documentos, familiares ainda aguardavam a visita dos avaliadores.