Na crise

Cinco dicas para administrar as contas com R$ 600

Gabriela Perufo

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Quem é funcionário público estadual ligado ao Executivo e ganhou somente R$ 600 até agora, está quebrando a cabeça para pagar as contas de cada dia. Renegociar datas de pagamento e prazos, fazer empréstimos junto a familiares ou bancos e raspar as economias estão entre as alternativas recomendadas pelos especialistas em orçamento doméstico. 

O fiscal estadual agropecuário Fernando Turna, 47 anos, recebeu R$ 600. Valor insuficiente para pagar a prestação da casa, do carro e a escola dos dois filhos.

– Essa história do servidor estadual fazer poupança não existe. Nossa diária, enquanto fiscais, é muito menor que de um político, e mesmo assim estão atrasadas. Esta semana fiz reserva em um hotel, para uma viagem a trabalho e paguei do meu bolso. Eu não recebo pelas diárias há dois meses, ou seja, eu estou pagando para trabalhar, estamos financiando o Estado – diz o servidor.

No caso de Turna, o salário da mulher ajuda nas contas da casa, além de uma reserva financeira. Mas ainda assim fica difícil cumprir todos os prazos de pagamento. O economista Alexandre Reis, coordenador da Clínica de Finanças do Centro Universitário Franciscano (Unifra) lembra que a tendência é que o parcelamento continue:

– É primordial para todos os servidores públicos, de qualquer categoria e tipo de renda, ter uma organização diferente do que tinha antes e honrar os compromissos até o final do ano. Pague neste mês Uma das dicas dos especialistas é tentar prorrogar ou renegociar os prazos das contas, mas tudo em setembro.

– Apesar de o governador estar fazendo um certo terrorismo, é bom o servidor manter a cabeça no lugar e se organizar. O principal modelo é não deixar acumular para o mês seguinte – explica Mateus Frozza, professor da Unifra.

É sempre importante negociar os prazos, mas quando não se trata de credores estaduais, eles não têm a obrigação de alterar os prazos, segundo explicação de Márcia Rocha, auditora fiscal do Procon de Santa Maria:
– O credor pode aceitar a negociação, é uma liberalidade. Mas ele também tem o direito de dizer não. Claro que vale a tentativa, a pessoa pode chegar com o contracheque em mãos e explicar a situação.

Segundo Márcia, a situação econômica pode ser motivo de os servidores entrarem na Justiça contra o Estado, com ações por danos. Agora ou no futuro, todos servidores que pretendem representar judicialmente devem guardar contracheques, extratos bancários, contas e comprovantes de pagamentos que informem a data e o valor, incluindo multa e juros.

 

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