É normal fazer calor em agosto? Entenda

01/08/2023 13:58
Atualizado em: 02/08/2023 10:56

Foto: Eduardo Ramos (Diário/Arquivo)

Agosto começou nesta terça-feira (1º), e com ele um registro de calor. A previsão para o mês é de oscilação nas temperaturas. O sol segue aparecendo e um ‘veranico’ é registrado neste início. Está previsto um mês de mínimas baixas e máximas altas. Para a metade do mês, chuvas devem ser registradas.

+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp

Calor em agosto?

O agosto é o mês que faz a passagem do inverno para o verão, marcado pela primavera entre eles. Por isso, é comum que sejam registrados períodos de calor nesta época. O pesquisador e docente de Meteorologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Daniel Caetano Santos, explica que estas oscilações de temperatura e extremos são característicos da época:

– É comum que nós tenhamos alguns eventos de frio como no inverno, mas também já começa a ocorrer o calor, que é mais comum no verão. Essas grandes oscilações de temperatura são comuns a partir de agora à espera da primavera. Temos uma temperatura mínima baixa, mas uma máxima já mais elevada.

O meteorologista da BaroClima Meteorologia, Gustavo Verardo, explica que, com essas oscilações sendo comum, a tendência é de que as chuvas aumentem depois do dia 7 do mês, quando uma frente fria ingressa ao Estado:

– É normal termos calor de verão e geada durante o mês. E, historicamente, é um período marcado por temporais também, que neste ano tendem a ocorrer com mais frequência na segunda quinzena, sobretudo em direção a setembro.

Um gráfico produzido por Verardo elenca as maiores temperaturas registradas desde 1961. O ano de 2021 foi o que registrou a maior de todas, com 35°C.

Influência do El Niño e mudanças climáticas

O fenômeno El Niño ocorre no Oceano Pacífico Equatorial. Ele influencia no regime de chuvas da região Sul do Brasil. A principal característica do fenômeno são chuvas acima do normal, diferente do que ocorre com o La Niña.

– Vínhamos com três anos de La Niña, chuvas abaixo do normal. Sentiremos que essa primavera e o próximo verão serão de um volume de chuva mais elevado. Para a previsão do mês de agosto, com influência do El Niño, chuvas acima da média. Devido a chuva, poucas incursões de massa de ar frio, que é o que “derruba as temperaturas” – explica o professor Daniel.

A tendência para as próximas décadas é que estes eventos climáticos extremos sejam registrados com mais frequência:

– Pensando em anos para a frente, trabalhamos com tendência e não previsão. A tendência é de que os fenômenos sejam registrados com intensidade, calor, chuvas e frios intensos.