Buraqueira e esgoto a céu aberto já viraram rotina no Bairro Patronato

Fotos Gabriel Haesbaert/Terreno na Rua Samuel Kruschim (acima) virou depósito de lixo dos vizinhos. Casa na Rua das Açucenas está cheia de entulhos

A vizinhança da Rua das Açucenas, no Bairro Patronato, sofre, há mais de quatro anos, com o acúmulo de lixo que já toma conta do pátio de uma casa. O antigo morador da residência é idoso e, atualmente, mora com familiares em Santa Catarina. Com o imóvel desocupado, ratos, baratas e mosquitos tomaram conta do local e estão fazendo visitas indesejadas aos vizinhos, que não sabem mais como resolver o problema.
- De noite, vejo baratas e ratos correndo dentro da minha casa. Já cansei de passar veneno. É um descaso total conosco. Os vizinhos já colocaram fogo, já fizeram um monte de coisa, mas a prefeitura não vem aqui, não dá jeito de limpar - lamenta a funcionária pública aposentada Genair Schneider, 64 anos.
Outro terreno, este na Rua Samuel Kruschim, também está cheio de lixo. A vizinhança diz que o dono do terreno limpa e tenta deixar o local organizado, mas o problema está na falta de respeito de moradores do bairro que utilizam o espaço como depósito de entulhos. 

O QUE DIZ A PREFEITURA Sobre o lixo 
Conforme a Secretaria de Meio Ambiente, a atuação das equipes da pasta ainda segue concentrada no atendimento de restos de troncos e galhos do temporal. A retomada do serviço de recolhimento de focos de lixo pela pasta está prevista para o início de 2018. A prioridade, em primeiro lugar, será o atendimento à Vila Brenner. Depois, os demais locais serão atendidos e, entre eles, está o Bairro Patronato.

Rua das Açucenas está cheia de buracos. Moradores dizem que tiveram problemas nos carros e que acidentes já foram registrados no local

Outro fator que incomoda quem mora no Patronato é a buraqueira nas ruas. Genair vive no local há 27 anos e diz que, até hoje, só viu a prefeitura passar com patrola, para manutenção das vias, em duas ocasiões. Atualmente, ela diz, é a vizinhança mesmo quem dá um jeito de arrumar a rua, colocando cascalhos, britas e até restos de materiais de uma fábrica de mármores da região.
- Eu moro aqui desde que nasci, e a situação das ruas do bairro só piora. Isso nos deixa tristes e cansados. Já fizemos abaixo-assinados e protestos, já fechamos a rua, mas, até agora, nada foi feito. Às vezes, a gente paga os nossos funcionários para quebrar e colocar os materiais na rua para podermos passar de carro e para conseguirmos caminhar por aqui - diz a administradora de empresas Claudete Cardoso, 55 anos. 

O QUE DIZ A PREFEITURA Sobre os buracos
Conforme a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, não há previsão de manutenção da Rua das Açucenas e nem da Rua das Rosas. Com relação à última, a secretaria diz foi pavimentada no final de 2016 e que fará uma vistoria no local para verificar os problemas relacionados aos buracos e ao esgoto. Já sobre a Rua Samuel Kruschim, a secretaria diz que a via apresenta condições de trafegabilidade e, por isso, também não há previsão de manutenção no momento. 

ESTRAGOS
Genair já teve prejuízos com o carro durante algumas tentativas de chegar ou sair de casa e diz que o problema não é diferente para quem mora perto da residência dela. 
- Há muitos buracos, e a rua está um verdadeiro caos. Muitos vizinhos têm ainda mais dificuldade para sair de casa. Alguns já tiveram problemas nos carros por causa dessa quantidade de buraco - reclama ela.
Na Rua das Açucenas, em frente à casa de número 5, o buraco já está tão grande que ocasionou um acidente. Um motociclista que estava fazendo uma entrega na residência caiu no local e se feriu.
- Os motociclistas que conhecem a rua até desviam para evitar passar por aqui, mas quem não conhece acaba passando e caindo nos buracos - diz a mototaxista Sione Rossi, 44 anos. Fora a buraqueira, a Rua das Açucenas alaga sempre que chove mais forte. Além do problema para transitar pela rua com o aguaceiro, quando a chuva passa, os buracos ficam maiores. - Em dias que chove muito, não podemos passar a pé aqui - reclama a aposentada Talita Pedroso, 56 anos, que mora há quase duas décadas no bairro. Outro problema que afeta a vizinhança está na Rua das Rosas, que, além dos buracos, tem esgoto a céu aberto.

Cansados de esperar, os moradores do bairro reclamam, também, da falta de segurança e de iluminação.
- O sentimento é de que estamos abandonados aqui - lamenta Genair.

O QUE DIZ A PREFEITURA Sobre à iluminação
De acordo com a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, a manutenção da iluminação é realizada a partir da abertura de protocolos. No caso da iluminação das ruas das Rosas, Açucenas e Samuel Kruschim, há quatro protocolos abertos, do período de 11 a 13 de dezembro. As demandas estão inseridas no cronograma da empresa para serem atendidas. 

Informações sobre problemáticas no seu bairro podem ser enviadas para natalia.zuliani@diariosm.com.br ou pelo telefone (55) 3221-1616