Mobilidade

Buracos, desníveis e pedágios: motoristas reclamam da situação da RSC-287 e secretário avalia condições de asfalto

Buracos, desníveis e pedágios: motoristas reclamam da situação da RSC-287 e secretário avalia condições de asfalto

Foto: Nathália Schneider (Diário)

As reclamações quanto à situação da RSC-287 não são de hoje. Constantemente há relatos de crateras abertas, desníveis e acidentes, principalmente, no trecho de Paraíso do Sul até Santa Maria. A indignação aumenta, pois perduram os problemas e o pedágio continua sendo cobrado. Para avaliar como está o cenário, Pedro Capeluppi, secretário de Estado de Parcerias e Concessões, acompanhado do deputado estadual licenciado e secretário de Estado de Assistência Social, Beto Fantinel, vieram de carro desde Porto Alegre. 


Capeluppi entende que há rapidez de respostas com a operação tapa-buraco, uma medida branda para evitar maiores problemas para quem transita pelo trecho. E permanecerá acontecendo até que haja o início da duplicação realmente – prevista para iniciar em 2029 no trecho de Santa Maria a Paraíso do Sul, enquanto de Tabaí a Novo Cabrais, deve iniciar agora em junho.


— Eu nunca tinha feito o trajeto. Fiz hoje e a gente vê muitas obras com recuperações profundas, principalmente no trecho entre Tabaí e Venâncio Aires. De Venâncio a Santa Maria, vimos algumas equipes fazendo tapa-buracos. As equipes atuaram de maneira muito breve pela última chuva. Então, a gente vê uma um contrato sendo executado e o nosso trabalho é garantir que isso continue acontecendo, até que as obras mais profundas venham — analisa Capeluppi.


Preocupação da região

Foto: Eduardo Ramos (Diário)

A principal ligação entre a Região Metropolitana e o centro do Estado é preocupação de entidades da região. Durante a visita, as duas autoridades do governo estadual se juntaram em reunião na Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (Cacism), com representantes da região.

 
— Esta reunião é mais uma das que já tivemos em função de tentar duplicar a rodovia daqui em direção a Porto Alegre da maneira mais rápida possível. Outra frente, é que nós temos uma rodovia pedagiada, com buracos, ondulações e imperfeições. Estamos tratando com o Poder Público para que isto melhore e se crie frente de trabalho — pontua o vice-presidente de Comércio da Cacism, Andrei Nunes.


O secretário Capeluppi indica que está em tratativa avançada com a concessionária Rota de Santa Maria, do Grupo Sacyr, responsável pela duplicação, para que acionem equipes que irão fazer recuperações mais profundas do asfalto no trecho de Venâncio Aires a Santa Maria, o que deve ocorrer a partir de junho.


Duplicação adiantada

Foto: Nathália Schneider (Diário)
A estimativa para duplicar os 76 km de Santa Maria a Novo Cabrais é de um custo de cerca de R$ 500 milhões, com entrega entre 2040 e 2042 – ou terá de iniciar antes a obra se o tráfego no trecho atingir 18 mil eixos por dia – atualmente, está em 12,2 mil.
 
A palavra-chave desta decisão de antecipar a duplicação está no volume de veículos que trafegam diariamente no trecho. Conforme Capeluppi, não cabe mais discussão, pois tudo está delimitado por contrato:

— Quando o contrato da concessão foi assinado, a previsão era de duplicação desse trecho no 19º ano da concessão. O que a gente vê hoje é que, pelos números de tráfego, essa duplicação deve acontecer e, no máximo, deve começar no 13º ano da concessão (2034). Como o outro trecho também vai ser duplicado antes do previsto, isso vai ocasionar um aumento ainda maior de tráfego. 

Capeluppi indica que em 2030 o trecho Santa Maria a Novo Cabrais deve começar a ser duplicado. Foto: Eduardo Ramos (Diário)

Beto Fantinel fala com expectativa positiva sobre o início das obras devido ao alto volume de tráfego, pois a duplicação de Santa Maria a Novo Cabrais começaria no nono ano de concessão se a projeção de aumento de veículos se confirmar. Isto significaria daqui seis ou sete anos.

A tarifa deve se manter a mesma se este raciocínio se mantiver. Se o Estado liberar a duplicação desse trecho antes de atingir os 18 mil eixos por dia, daí seria preciso mudar o contrato e pagar para a Rota por essa antecipação da obra (pode ser via pagamento do Estado ou aumento de tarifa, por exemplo).

Comunidade reclama da RSC-287 no trecho de Santa Maria até Paraíso do Sul

Foto: Nathália Schneider (Diário)

Os motoristas que trafegam pelos 204 km da RSC-287 passam por cinco pedágios e aguardam para que, em algum momento, a duplicação desta via fique pronta. No trecho entre Santa Maria e Novo Cabrais, a entrega da ampliação da via é muito aguardada. Com a população pagando desde 16 de outubro de 2022, de R$ 4,10 a R$ 24,60, a depender do tipo de veículo, ainda há constantes reclamações quanto ao estado da via. A reportagem percorreu Santa Maria até Paraíso do Sul para mapear a situação. Os buracos, a má qualidade dos remendos e o acostamento foram citados pelos moradores e comerciantes. O trecho mais crítico foi entre Restinga Sêca a Paraíso.

Situação 

Foto: Nathália Schneider (Diário)

Passamos após uma operação tapa-buraco, já que durante o percurso encontramos buracos recém-cobertos. Ao conversarmos com um dos moradores à margem da RSC-287, ele confirmou que a equipe havia passado no dia anterior. Marciano de Moraes Prestes mora há 38 anos na localidade de Vila Rosa, entre Agudo e Santa Maria. Sua casa fica no km 194 da rodovia. Servidor público de Agudo, dirige a ambulância de urgência e emergência. 

— Estes tapa-buracos que eles fazem têm uma duração pequena. Dura até a primeira chuva. Inclusive nos dias de chuva, estes buracos ficam submersos com a nivelagem da água e é mais suscetível ao impacto dos veículos. Com o tempo, a faixa fica desnivelada e dá uns solavancos ruins até para os pacientes que a gente transporta — reclama Marciano. 

Dia de chuva

Em dia de chuva, é que mais aparecem clientes para Yuri Miguel Kellermann, 54 anos, proprietário de uma borracharia próximo à entrada de Paraíso do Sul. Ele relata que pouca coisa mudou desde a implementação do pedágio.

— Dia de chuva, chegamos a atender cinco ou seis carros, porque a pessoa não vê o buraco. Entorta roda ou danifica o pneu. Eles vieram tapando com a operação, mas com a primeira chuva abre de novo. As maiores ocorrências são Santa Maria, sentido Santa Cruz.

Foto: Nathália Schneider (Diário)


Dependendo da gravidade, um buraco pode gerar ao motorista um gasto de R$ 180 a R$ 200 na reforma de um pneu ou roda.


Problemas

  • Degrau elevado entre a via e o acostamento logo após o pedágio no sentido Santa Maria a Paraíso do Sul
  • Alguns quilômetros após o pedágio, começaram a aparecer buracos tapados recentemente. Pelo jeito, trabalho feito no dia anterior
  • De Restinga Sêca a Agudo, há recorrentes buracos tapados
  • Acostamentos estreitos que causam problemas a pedestres e motoristas ao desviar de buracos
  • Pior trajeto é entre Restinga Sêca e Paraíso do Sul


Os pedágios

  • Começaram a funcionar em 16 de outubro de 2022
  • Localizadas em Taquari (km 47), Paraíso do Sul (km 168) e Santa Maria (km 220)
  • A praça de cobrança mais próxima de Santa Maria é no distrito de Palma
  • O pagamento deve ser feito nos dois sentidos, de R$ 4,10 a R$ 24,60, dependendo do tipo de veículo. Motos pagam R$ 2,10


Custo da duplicação 

  • Em 30 anos, a Rota investirá R$ 2,7 bilhões para manter a rodovia e os serviços, além de duplicar os 204 km
  • A duplicação do trecho entre Tabaí e Novo Cabrais custará hoje R$ 1,5 bilhão
  • Para duplicar os 76 km de Santa Maria a Novo Cabrais, o custo será de cerca de R$ 500 milhões


Início da duplicação na RSC-287

  • Em fevereiro deste ano, o Estado autorizou a concessionária Rota a antecipar a duplicação da rodovia RSC-287 para junho
  • O primeiro trecho duplicado tem 30 quilômetros e fica entre os municípios de Venâncio Aires e Santa Cruz. A previsão é iniciar a duplicação ainda em junho

Onde reclamar

Reclamações sobre o funcionamento da praça de pedágio, sobre a rodovia e para socorro, os motoristas podem entrar em contato pelo telefone da Rota de Santa Maria, pelo 0800-100-0287Para fazer reclamações para a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) pelo telefone 0800-979-0066

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