De olho na água

Apesar da aparência, nível da Barragem do DNOS não preocupa

Camila Gonçalves


Fotos: Gabriel Haesbaert (Diário)
Nível da água está um metro e meio abaixo do nível normal e não preocupa a Corsan

Quem observa as margens da barragem do DNOS da frente do Clube do Professor, no Bairro Campestre do Menino Deus, pode temer o risco de abastecimento de água em Santa Maria. A água passa longe do pequeno trapiche de madeira, que outrora ficava submerso, e deixa à mostra até mesmo os pés da torre de energia.

Apesar do cenário típico de estiagem, a barragem está a apenas um metro e meio abaixo do nível normal, situação considerada favorável e muito melhor que em anos anteriores, segundo o superintendente regional da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), José Espstein. Na década de 1980 e início dos anos 2000, o manancial chegou a secar.  

- Para esse período, é uma situação controlada. Já tivemos verões em que, nesta época, o volume estava seis metros abaixo - compara Epstein.

Laudo técnico revela motivo pela queda de telhado do Clube Caixeiral

O início do verão veio com promessas de longos períodos sem chuva por influência do fenômeno El Niña na região. Em dezembro do ano passado, a barragem chegou a quase 2,7 metros abaixo do nível normal. No entanto, nem mesmo aquele contexto era assustador, segundo Epstein. Isso porque a somente 30% da Barragem do DNOS é utilizada para o abastecimento de Santa Maria. Os outros 70% vêm da Barragem Rodolfo Costa e Silva (popularmente chamada barragem de Val de Serra), em Itaara. O reservatório tem capacidade para abastecer Santa Maria por mais de um ano sem chuva. Portanto, caso a DNOS volte a secar, se transfere mais água da barragem principal, sem prejuízo do abastecimento, assegura o superintendente.

Com nível máximo de 27 metros, a Barragem de Val de Serra estava com 25,5 metros ontem à tarde, quando começou a chover forte. A ameaça do baixo nível de água na barragem do Bairro Campestre só é real para a população que depende dela para a agricultura e para a fauna e flora do local. Apenas 6% da água captada é para abastecimento, o restante é usado na irrigação e lavouras de arroz.

Prova do papel secundário da Barragem do DNOS é que ela figura nos planos da Corsan como uma reserva técnica para o futuro.

- A Corsan tem um projeto de não utilizá-la (a barragem) mais e trazer toda a água lá de cima (de Val de Serra). Ela não seria desativada, mas transformada em uma estrutura de contingência para uma situação de emergência - detalha.

Parque dos Morros vira área de conservação e pode receber verba para melhorias

Com 3,8 milhões de metros cúbicos, a Barragem do DNOS é oito vezes menor que a reserva de Itaara. Para se ter ideia, são necessários 2 milhões de metros cúbicos para abastecer Santa Maria todo mês. Uma das maiores obras em andamento pela Corsan é da quarta adutora que vai puxar a água da Barragem de Val de Serra até a estação de tratamento da Vila Vitória.

DESPERDÍCIO
Mesmo com grande disponibilidade hídrica, o superintendente da Corsan lembra que, em março, Santa Maria tem o período de maior consumo de água do ano. Além do calor, o retorno à cidade da população flutuante, de cerca de 20 mil pessoas, pede mais atenção com o gasto de água.

Adiada solução para o abastecimento de água na Vila Pôr do Sol

Epstein orienta que os usuários não gastem muito tempo no chuveiro, reutilizem a água da máquina de lavar roupas para lavar calçadas e carros, utilize o tratamento adequado de piscinas e adote outras medidas preventivas e conscientes. 

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Chuva traz alívio, mas o tempo deve continuar seco nos próximos dias Anterior

Chuva traz alívio, mas o tempo deve continuar seco nos próximos dias

Laudo técnico revela motivo da queda de telhado do Clube Caixeiral Próximo

Laudo técnico revela motivo da queda de telhado do Clube Caixeiral

Geral