faltam 23 dias

A menos de um mês do júri da Kiss, ex-prefeito Cezar Schirmer silencia

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Cezar Augusto Schirmer (MDB), 69 anos, prefeito de Santa Maria à época do incêndio da boate Kiss, repetiu uma postura criticada, principalmente em 2013 e nos primeiros dias consecutivos à maior tragédia do Estado que tirou a vida de 242 pessoas e deixou 636 feridas: silenciar. Daqui 23 dias, o  júri ocorre em Porto Alegre.

Desde a última quinta-feira, o Diário procurou Schirmer, hoje secretário de Planejamento e Assuntos Estratégicos na prefeitura da Capital, bem como a assessoria do emedebista. Algumas tratativas chegaram a ser feitas nos últimos dias, mas, ele recuou.

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Nesta segunda-feira, por meio da Comunicação Social da prefeitura de Porto Alegre foi enviada a seguinte nota: "Informamos que o secretário Cezar Schirmer não se manifestará sobre o assunto até que o julgamento esteja encerrado".

Informações que circulam entre a ala conservadora do MDB gaúcho asseguram que, caso haja prévia do partido - já que o nome de José Ivo Sartori é unânime - é que Schirmer seja o nome a ser lançado pelo MDB ao governo do Estado. Pesaria contra ele, a tragédia da boate Kiss. Por outro lado, o partido vê como redenção a atuação dele enquanto secretário de Segurança na gestão Sartori. Entre as ações, estão a desvinculação do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar e a Lei de Incentivo à Segurança, a qual prevê que empresas possam destinar à segurança pública até 5% do ICMS que seria arrecadado pelo Estado.


ATUAÇÃO

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Em 2020, o emedebista foi eleito vereador de Porto Alegre com 3.484 votos. Na longa trajetória política, Schirmer foi deputado estadual e federal. E já havia sido secretário estadual da Fazenda, em 1987; secretário extraordinário para Assuntos da Casa Civil, em 1989, e secretário da Agricultura e do Abastecimento do Estado, de 1995 a 1998. Foi prefeito de Santa Maria de 2009 a 2016, quando deixou a cidade para assumir a Secretaria Estadual de Segurança Pública durante o governo de José Ivo Sartori. Também desempenhou funções no governo Bolsonaro.

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QUESTIONAMENTOS FEITOS PELO DIÁRIO AO EX-PREFEITO DE SANTA MARIA

  • Como o senhor tem acompanhado o caso?
  • O senhor renunciou três meses antes de acabar o mandato e se mudou para Porto Alegre. O Caso Kiss teve impacto nesta decisão?
  • O senhor foi "acusado" por ter dado as costas para a cidade, familiares de vítimas e sobreviventes da tragédia. O senhor pretende ir ao júri ou acompanhar a transmissão pela internet?
  • À época do indiciamento e durante a investigação, o senhor chegou a referir a expressão "aberração jurídica" pela interpretação legal dos fatos. Hoje, com aqueles quatro acusados no banco dos réus e, apesar do indiciamento da polícia, nenhum ente público foi denunciado pelo Ministério Público. Como o senhor avalia esse desfecho judicial?
  • O senhor se arrepende de não ter feito alguma coisa para evitar o incêndio, seja quanto à fiscalização ou outra medida. E se pudesse voltar no tempo, o que faria diferente?
  • O senhor não virou réu, mas ao longo desses anos tem convivido com críticas e foi muito associado ao "prefeito da Kiss", o "prefeito da cidade da Kiss". Ficou algum a ressentimento?
  • Por uma coincidência trágica, neste ano, o prédio da secretaria de segurança pegou fogo e morreram dois bombeiros. Essa secretaria não deveria ser exemplo em PPCI, em segurança e mais esse incidente não poderia ser evitado?
  • Em 2013, o senhor referia em entrevistas que sua rotina e sua saúde emocional estavam fortemente afetadas pela tragédia e que perdia noites de sono. Hoje, quase nove anos depois, o senhor tem dormido bem?

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CASO KISS

O incêndio ocorreu em 27 de janeiro de 2013,em Santa Maria. Morreram 242 pessoas e outras 636 ficaram feridas. O julgamento do processo foi transferido para a Comarca da Capital, por decisão da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Inicialmente, o desaforamento foi concedido a três dos quatro réus - Elissandro Spohr, Mauro Hoffmann e Marcelo de Jesus. Luciano Bonilha Leão foi o único que não manifestou interesse na troca (o julgamento chegou a ser marcado em Santa Maria) mas, após o pedido do Ministério Público, o TJRS determinou que ele se juntasse aos demais.

No processo criminal, os empresários e sócios da Kiss, Elissandro e Mauro, e os integrantes da Banda Gurizada Fandangueira, o músico Marcelo, e o roadie (encarregado pela troca de instrumentos) Luciano , respondem por homicídio simples (242 vezes consumado, pelo número de mortos; e 636 vezes tentado, número de feridos).

O júri ocorre no Foro Central de Porto Alegre, no dia 1º de dezembro.

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