A melodia que une gerações: aos 69 anos, Banda do Maneco se prepara para mais um 7 de Setembro e mostra por que é a trilha sonora de Santa Maria

A melodia que une gerações: aos 69 anos, Banda do Maneco se prepara para mais um 7 de Setembro e mostra por que é a trilha sonora de Santa Maria

Foto: Vinicius Becker (Diário)

Neste domingo, 7 de setembro, comemora-se a Independência do Brasil. Um dos eventos mais marcantes é o desfile cívico-militar que ocorre na Avenida Medianeira, a partir das 8h30min. Por ali, passarão escolas, militares, organizações civis, projetos, empresas e entidades. Entre as atrações, estão as bandas de música, que garantem o ritmo do desfile. Além dos músicos militares, a Banda Marcial do Colégio Estadual Manoel Ribas - carinhosamente conhecida como Banda do Maneco - já consolidou sua presença neste e em outros eventos.



O som dos metais e a batida dos tambores que ecoam pelo ginásio do Colégio Estadual Manoel Ribas são um indício do que Santa Maria ouvirá na manhã deste domingo (7), na Avenida Medianeira. Mas a marcha que marcará o Desfile Cívico de 7 de Setembro é apenas a ponta mais visível de uma história de 69 anos, construída o ano inteiro com disciplina, paixão e um forte senso de comunidade. O Diário acompanhou um ensaio da banda marcial mais antiga do Estado para contar a história por trás da música, uma tradição de quase sete décadas em Santa Maria.


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Engana-se quem pensa que os ensaios ocorrem apenas no mês da Pátria. Durante todo o ano, a Escola Manoel Ribas é a segunda casa para quase 70 integrantes. São alunos, ex-alunos e pessoas da comunidade que dedicam horas da semana a um projeto que se tornou a trilha sonora da vida de milhares de santa-marienses. O que começou como uma fanfarra simples, em 1956, hoje é uma complexa engrenagem extracurricular que ensina muito mais do que notas musicais e passos de dança.

Foto: Vinicius Becker (Diário)

O professor e regente Daniel Santos da Silva sabe bem disso. Ele mesmo é um fruto da banda, onde entrou quando ainda estava no Ensino Médio. A paixão pela música, que nasceu ali, o levou a se formar na área e, hoje, ele cursa mestrado em educação musical. Para ele, o objetivo do projeto vai além das apresentações. A banda, segundo o regente, tornou-se um verdadeiro celeiro de talentos, revelando músicos que hoje integram as bandas do Exército, da Base Aérea e da Brigada Militar, além de profissionais de educação física que saem do corpo coreográfico.

Foto: Vinicius Becker (Diário)

– O slogan do projeto é "desenvolvimento social através da música e da dança". Porém, alguns componentes acabam seguindo na área – explica o professor.


Manter uma estrutura desse porte, com instrumentos, uniformes e viagens para competições, é um desafio constante. Como um projeto extracurricular, a banda não recebe verbas diretas. A solução, encontrada ainda na década de 1990, foi a criação da Associação dos Amigos da Banda Marcial Manoel Ribas, hoje também presidida por Daniel. É a associação que organiza risotos, rifas e outras ações para arrecadar os fundos necessários para manter o sonho vivo.


Um laço que nunca se desfaz

Foto: Vinicius Becker (Diário)

A história da banda é marcada por pessoas que entram e, de alguma forma, nunca mais conseguem sair. Natura Mayer, 37 anos, é a prova viva desse laço. Ela entrou no corpo coreográfico em 2003, quando era aluna do Ensino Médio. O tempo passou, ela se formou em Educação Física, tornou-se advogada e empresária, mas nunca conseguiu deixar a banda. Hoje, é ela quem comanda, como professora, o grupo de 20 dançarinos que um dia integrou.


– Eu não consigo nunca me desvincular da banda. O Maneco tem o meu coração, tem o meu carinho, e eu vou fazer sempre o que estiver ao meu alcance para a banda continuar funcionando. É muito trabalhoso, porque a gente não tem aporte de outros lugares, é sempre com muito sacrifício – conta Natura.


Esse sentimento de pertencimento é o que move a instituição. O professor José Paulo Rorato, que está na banda desde 1993, hoje atua como um mentor para os mais novos. Para ele, o maior orgulho é ver a história se renovando. O que mais o realiza, segundo ele, é ver os alunos que passaram por suas mãos se tornarem, anos depois, seus colegas de trabalho na banda, dando continuidade ao legado.

Foto: Vinicius Becker (Diário)

​– O interessante de tudo é ver os alunos passarem por ti e depois serem teus colegas. É o processo normal de quem trabalha com formação – reflete.


De pai para filha

A tradição de passar o bastão é, muitas vezes, literal. Ricardo Josué Dias de Oliveira, 43 anos, toca sua imponente tuba sinfônica ao lado da filha Milena da Silva de Oliveira, 14, que está no saxofone soprano. Ele, que já havia sido integrante, retornou à banda em 2022 para que a filha pudesse realizar o sonho de participar, mesmo sem nunca ter tocado um instrumento. Para Milena, a presença do pai é um porto seguro, especialmente na tensão dos campeonatos. A estudante do nono ano do Ensino Fundamental conta que ter ao lado a pessoa que ela mais conhece a faz se sentir acolhida.


Programe-se:

Foto: Beto Albert (Diário)
  • O quê: Desfile Cívico-Militar da Semana da Pátria 2025
  • Quando: Domingo (7)
  • Horário: 8h, hasteamento das bandeiras; 8h30min, início do desfile
  • Local: Avenida Medianeira


Homenageados e Destaques

  • Tema Nacional: Dom Pedro II - Vida e obra
  • Tema Estadual: Grêmio Náutico União
  • Homenageados em Santa Maria: Taltíbio de Mello Custódio (in memoriam) e Albino Pozzobom (in memoriam)
  • Destaque Local: Diácono João Luiz Pozzobon - Jubileu e 75 anos da Mãe Peregrina
  • Homenageados Institucionais: Escola Marista Santa Maria (120 anos), Colégio Franciscano Sant’Anna (120 anos), Regresso dos combatentes da FEB (80 anos), Escola Estadual Cícero Barreto (95 anos), EMEF Renato Nocchi Zimmermann (40 anos), EMEF Nossa Senhora da Conceição (40 anos), EMEF Sérgio Lopes (premiada em Gramado), CIOSP (5 anos), entre outros.


Bloqueios no Trânsito:

  • Sábado (6), a partir das 22h: A Avenida Medianeira, entre as ruas Serafim Valandro e Floriano Peixoto (sentido bairro-centro), será bloqueada para a pintura das raias do desfile.
  • Domingo (7), a partir das 6h30min: A Avenida Medianeira será totalmente bloqueada entre a Rótula da Medianeira e a Rua General Neto até o final do desfile.

Paradas de Ônibus:

  • As paradas da Avenida Medianeira (ambos os sentidos), da Rede Vivo/Banrisul na Av. Dores (sentido centro-bairro) e das avenidas Ângelo Bolson e Hélvio Basso (sentido bairro-centro) serão desativadas durante o evento.
  • A parada da Rua do Acampamento (Frizzo/USE) será transferida para a Rua José Bonifácio, em frente à Ortopedia Rozaulo.
  • Linhas Santos/Urlândia: O embarque deverá ser feito no Paradão da Rua Pinheiro Machado.
  • Principais Alterações de Itinerário:
  • Linhas para Camobi, Itararé e Universidade (sentido Centro-Bairro): O desvio principal será pelas ruas José Bonifácio, Riachuelo e Pinheiro Machado.
  • Linhas para a Região Sul (Santos, Passo das Tropas, etc.) e Oeste (Urlândia): O desvio principal será pela Avenida Presidente Vargas.
  • As demais linhas de ônibus que não passam pela Avenida Medianeira não sofrerão alterações.​

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