style="width: 100%;" data-filename="retriever">
Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Quando a merendeira da Escola Municipal de Ensino Infantil (Emei) Zahie Bered Farret, no Bairro Caturrita, entrou em laudo médico, no mês de maio deste ano, a primeira tentativa da direção foi a reposição da servidora junto à Secretaria Municipal de Educação (Smed). No passar dos dias, a necessidade de alimentar todas as crianças superou a espera. Não tendo ninguém designado para a função, a própria diretora, Lizandra Casali da Silveira, assumiu as panelas da cozinha.
Ocorre que, há 15 dias, uma professora também precisou se afastar e está de atestado. Restou, mais uma vez, a Lizandra uma rotina que inclui cozinhar de manhã, dar aula à tarde e, no tempo que "sobra", administrar as demandas da direção.
- Esse não é serviço da diretora. E os pais, às vezes, ajudam. Mas se eles colocam as crianças na creche é porque precisam trabalhar e não têm com quem deixar. A gente ajuda no que pode com alguma doação, um pão, pois o dinheiro que vem para eles é pouco. E a diretora também tem a casa dela, a família dela - relata Maria Alice Batista, avó de uma aluna do maternal.
Com três mil bailarinos, Santa Maria em Dança começa nesta quinta-feira
O problema é que sem equipe de trabalho, o número de refeições que era oferecido aos alunos reduziu. De cerca de 50 almoços servidos por dia, hoje são 15. A prioridade são as crianças que permanecem dois turnos na instituição. Já o café da manhã segue sendo oferecido normalmente para cerca de 50 alunos. No total, a escola tem 114 estudantes.
- Estamos seguidamente mandando ofício à Smed. A gente não pode deixar as crianças sem esse serviço. Mas, para nós, não é só o preparo dos alimentos. Tem que servir, tem a louça para lavar, o fogão para limpar - lamenta a diretora.
Outra mãe diz compreender o descaso com a educação dos estudantes.
- Seria mais fácil para as autoridades solucionarem a falta de dois colaboradores e resolverem o problema de toda uma comunidade, do que uma comunidade assumir outros papéis e levar a escola para o caos. A diretora assume papéis que não é dela e não consegue desempenhar com mesma qualidade, e os pais acabam faltando trabalho para fazer alguma colaboração. A gente não está pedindo nenhum favor, estamos solicitando o que é nosso de direito e a educação das crianças. Os papéis estão invertidos por uma má administração - diz Vanderleia Camargo Nunes, mãe de uma aluna do maternal.
PREFEITURA
A prefeitura, contudo, alega que partir do momento em que a escola comunicou a falta da merendeira, foi disponibilizada outra servidora para a função para que a escola não ficasse desprovida do serviço. Após isso, essa servidora foi recolocada à disposição da secretaria pela própria direção da escola por conta de ajustes internos.
A diretora Lizandra justifica que, apesar de a Secretaria de Educação ter feito a substituição, o problema não foi resolvido:
- Dispensamos a servidora porque no primeiro dia ela ficou das 8h ao meio-dia. Depois, emendou um atestado atrás do outro, o que não resolvia, pois precisamos de uma pessoa presente e apta às funções. Por isso, seguimos sem merendeira.
Nova central da Ebserh em Brasília dá suporte a ressonâncias do Husm
Por meio da superintendência de Educação, a Smed acrescentou que "uniu esforços com a secretarias de Gestão e Modernização Administrativa e de Finanças para encontrar uma solução viável para o problema com a maior brevidade possível".