Decisão histórica e polêmica

Educadores e estudantes de Santa Maria opinam sobre a decisão de extinguir o vestibular

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Do ponto de vista político, a decisão tomada pelo Cepe (de adotar o Sisu como única forma de seleção para ingresso na Universidade Federal de Santa Maria) deve continuar sendo discutida. Mesmo que a mudança não seja revista tão cedo, o tema não pode ser conclusivo.

Pelo menos essa é a opinião de dois professores da instituição que têm opiniões divergentes sobre o mesmo assunto. O professor do curso de Filosofia, Hugo Fontana acredita que ainda não se conhece o método ideal de seleção e avaliação para ingresso no Ensino Superior. Para ele, a adoção de cotas e de políticas como a do Sisu são "paliativas e transitórias". O professor e ex-pró-reitor de Graduação Jorge Luiz Cunha discorda. Na sua avaliação, uma universidade pública deve ter como prerrogativa o acesso universal e democrático para toda a nação, ao que se propõe o Sisu. Cunha afirma que esse era o projeto inicial da criação da UFSM pelo reitor José Mariano da Rocha Filho.
- Há uma visão distorcida do projeto original. O fundador concebeu a UFSM como uma universidade cuja abrangência alcançaria o cone sul da América do Sul. Ou seja, uma abrangência que extrapola as barreiras do país. Quanto mais da nossa cidade ou Estado - relembra Cunha.

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Cunha também comemora outra decisão tomada pelo Cepe: a ampliação das vagas destinadas às cotas sociais e raciais. Para ele, mesmo que a universidade tenha uma repercussão imensa na região, seja econômica, seja culturalmente, ela deve ser vista como parte do Estado brasileiro, uma instituição criada para atender às demandas nacionais e atender aos interesses dos cidadãos, que são os seus verdadeiros donos e financiadores.
- Na universidade pública deveria ser realizado o ideal da igualdade prometido na Constituição. A igualdade não é uma realidade na sociedade, mas uma das missões da universidade é criar essas condições materiais de igualdade de acesso a todos, e não à minoria da elite.

Hugo Fontana vê a decisão tomada nesta quinta-feira como fundamentalmente política, com diferentes argumentos. Seja para garantir mais recursos para a instituição, seja para democratizar o acesso, a decisão não deve ser vista como definitiva sobre o tema. Ele acredita que políticas como a de cotas ou mesmo da adoção do Sisu como forma de seleção devem ser medidas transitórias, adotadas exclusivamente em curto prazo, por seu caráter paliativo frente aos grandes problemas da educação brasileira:
- O problema da educação é mais complexo e antigo, e o próprio vestibular sempre foi um problema do ponto de vista da educação. Essas medidas não resolvem, apenas solucionam momentaneamente uma situação de desigualdade. Avaliar"

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