com a palavra

'Assumi em um momento conturbado', lembra o coordenador regional de educação

Rafael Favero

Foto: arquivo pessoal

José Luis Viera Eggres, 54 anos, nasceu em Mata e se formou em Letras na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Além disso, ele tem pós-graduação em Educação Profissional pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e pós-graduação em Gestão Escolar pela Universidade de São Luiz. Egress é casado com a professora Lucia Taschetto Eggres e é pai de Lucas e Miguel. Desde 2017, ele é o coordenador regional de educação da 8ª CRE.

Diário - Na infância, o senhor já demonstrava interesse em trabalhar na educação?

José Luis Viera Eggres - Não. Minha inclinação era para área do Direito. Minha mãe foi professora normalista. Meu pai era pecuarista e representante comercial. Ambos eram muito engajados nas questões políticas e sociais e, em nossa rotina, me proporcionaram conversas e discussões sobre esses temas, em casa. Lembro que, no entorno da mesa de refeições, meu pai e minha mãe faziam comentários diários sobre questões locais e política nacional. Penso que isso me influenciou, mais tarde, a fazer as opções importantes tanto em aspectos pessoais quanto profissionais. Também trago boas lembranças das histórias do meu avô paterno, que foi prefeito de São Vicente Sul, na década de 1940, e teve entre as principais metas a criação e construção de escolas públicas, a exemplo da Escola Florismundo Eggres da Silva, no município de Mata, que leva o nome deleFoto: arquivo pessoal
Em família, com o filho Miguel (a partir da esq.), a nora Paula, a mulher, Lucia, Egress, a nora Letiane e o filho Lucas

Diário - Quais funções o senhor desempenhou até chegar ao cargo de coordenador da 8ª CRE?

Eggres - Meu primeiro emprego foi como frentista de posto de gasolina e, depois, gerente de loja de móveis e eletrodomésticos. Em 1988, comecei na educação como auxiliar de serviços escolares. Mais tarde, trabalhei como professor do Ensino Fundamental e Médio, secretário municipal de Educação e Desporto de Mata e fui vereador em quatro mandatos seguidos. Nas quatro eleições, fui o mais votado da coligação a que pertencia e, por duas vezes, fui o mais votado da história político-administrativa do município. Além disso, trabalhei como secretário municipal de planejamento e captação de recursos, chefe do setor de Recursos Humanos (RH) da 8ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), e na Ouvidoria Geral da Casa Civil do Governo do Estado. Agora, estou participando de uma seleção aberta para permanecer como coordenador regional. Estou na expectativa do resultado.

Diário - Nessa trajetória, quais foram as principais contribuições que o senhor ofereceu à educação da Região Central?

Eggres - Assumi como coordenador regional em um período bastante conturbado no segmento da educação, diante das dificuldades financeiras pelas quais passava e passa o Estado. Como objetivo, estabelecemos o diálogo e decisões compartilhadas com a equipe de trabalho e a busca de entendimento com as equipes diretivas das escolas, professores e servidores, como forma de buscar alternativas e soluções para gestão. Nossa administração se baseia na realidade, na franqueza, na verdade e na transparência. A CRE segue diretrizes de ação da Secretaria de Estado da Educação e, nessa perspectiva, avançamos na informatização e modernização dos processos de gestão. O trabalho da equipe da CRE e das escolas apresentou um considerável avanço na avaliação do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Rio Grande do Sul (Saers), sendo que 52,35% das escolas que estavam no grupo abaixo do básico subiram de posição em relação às avaliações entre 2016 e 2018.

Foto: arquivo pessoal
Junto ao prefeito Jorge Pozzobom e da secretária de Cultura, Esporte e Lazer Marta Zanella

Diário - Como secretário municipal de Educação e de Desporto, que fatos lhe marcaram mais?

Eggres - Fui gestor da educação municipal de Mata logo após a aprovação da lei de diretrizes e bases (LDB/96) e da Lei do Fundeb, momento em que houve grandes mudanças na educação, tanto do ponto de vista da legislação quanto da perspectiva do financiamento. Nossa meta, com base nessa nova realidade, foi reestruturar a rede municipal de educação como forma de se adaptar à nova realidade. Para isso, foi necessário otimizar o número de escolas da rede, criar escolas polos, implementar o Ensino Fundamental Completo nas escolas rurais, buscar parceria com universidades para oportunizar formação superior para todos os professores municipais e construir um novo plano de carreira para o magistério municipal. Implementamos a educação infantil. Outro fato que marcou nosso trabalho foi o incentivo à formação e qualificação profissional por meio de convênios entre o município de Mata e o Instituto Estadual Guilhermina Javorski, com a Universidade Franciscana (UFN) e com o Instituto Federal Farroupilha. Criamos e incentivamos o transporte escolar noturno para a URI Santiago. fotos arquivo pessoal Investir na escolarização da população possibilita ascensão social e econômica da comunidade e cria um ambiente de oportunidade e desenvolvimento.

Diário - Como o senhor concilia a atenção à família e ao trabalho, entre as tantas atividades que desempenha?

Eggres - De fato, conciliar as atividades do trabalho como coordenador regional com as obrigações familiares não é fácil. Essa função exige muitas viagens, reuniões, dedicação, empenho e atenção. Minha esposa, também professora, sempre trabalhou, e tem os dias ocupados com as atividades da profissão. Nossos filhos já são adultos. Lucas, formado em Gestão Pública, já não mora mais conosco. Ele trabalha em uma empresa em Jaguari, onde reside. O Miguel, que ainda mora em casa, está concluindo o curso de Direito em Santa Maria.

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