Santa Maria é o 79º melhor lugar do país para investir em imóveis

Não é novidade que Santa Maria tem um forte mercado imobiliário. Porém, alguns números impressionam. A cidade tem hoje 168 imobiliárias e de 700 a 800 corretores de imóveis para dar conta da demanda. O grande número de estudantes e militares, a boa média de renda, e o dinheiro garantido dos salários dos funcionários públicos contribuem para aquecer a compra e venda de imóveis. Essa facilidade em alugar apartamentos sempre fez muita gente comprar imóveis na cidade como investimento, pois o retorno é maior que a poupança e oferece pouco risco. Esses são fatores que fizeram Santa Maria ser considerada a 79ª melhor cidade do Brasil para se investir em imóveis, segundo ranking publicado pela revista Exame.

– É bom investir em em Santa Maria, primeiro, por ser polo regional e, segundo, pela questão das universidades e órgãos públicos. – afirma Nilo Ourique, dono da Nilo Imóveis.

Para o presidente do sindicado das imobiliárias (Secovi Centro), Antonio Odil Gomes de Castro, o perfil conservador e tradicional de boa parte da população de Santa Maria faz com que as pessoas procurem investir em imóveis, pois são investimentos de baixo risco:

– A pessoa compra um apartamento e já ganha com o aluguel, em média, 0,5% do valor desse imóvel, por mês, que é mais ou menos o que rende a poupança. Além disso, o preço do imóvel valoriza até 10% por ano. Ou seja, é um bom negócio, pois ganha com aluguel e com a valorização do bem.

Valorização supera inflação

Para se ter uma ideia, nos últimos 10 anos, com a grande procura por imóveis e a facilidade de crédito, os preços de alguns apartamentos chegaram a triplicar. Foi um período de grandes lucros para os investidores. E quem lucra com locações também fez um bom negócio, pois os preços dos alugueis subiram, em média, 121% de janeiro de 2006 a janeiro de 2015, bem acima da média da inflação na cidade, que foi de 67%.

Outro investimento, com um risco um pouco maior, é comprar na planta. Imóveis comprados por R$ 98 mil a R$ 102 mil, há dois anos, foram vendidos agora por R$ 140 mil a R$ 150 mil.

Porém, devido ao ano de incertezas na economia, com alta dos juros, da luz e da gasolina, além da redução de crédito e do consumo, acabou a temporada de lucros extraordinários ao se investir em imóveis. Os preços de apartamentos, casas e prédios comerciais estão se estagnando ou até caindo. Por isso, ainda dá para comprar imóvel como investimento para ter retorno, mas é preciso ter mais cuidado e fazer bem as contas para não entrar numa furada. Evandro Zamberlan, coordenador do Fórum de Entidades Empresariais e ex-presidente do Sinduscon, acredita que como caíram os preços, pode ser um bom momento de comprar.

Antes de investir, faça a conta na ponta do lápis

Devido ao cenário atual, de dificuldades na economia, o setor imobiliário também é afetado. Por isso, acabou aquela ótima fase, da última década, em que os imóveis triplicavam de preço em poucos anos. A tendência atual é de preços estagnados ou até de queda dos valores. Em Camobi, por exemplo, um investidor diz que já recebeu uma oferta de apartamento com preço 15% menor que o cobrado no final de 2014 e acredita que possa haver uma redução de mais 10%, em alguns casos.

Já o dono da Nilo Imóveis, Nilo Ourique, acredita que não está ocorrendo desvalorização, mas apenas uma acomodação pontual de alguns imóveis:

– Os preços não estão baixando de uma forma geral. Tem gente com apartamento ou casa que é mal localizado, mas que estava pedindo preço de um imóvel do Centro. Os preços dos imóveis bem localizados, onde há pouca oferta, estão subindo.

A dúvida é: quanto tempo vai durar esse período de estagnação ou queda? Ninguém sabe dizer. Com essa realidade, pode ficar vantajoso para quem comprará um imóvel para morar, pois, se esperar um pouco, poderá adquirir um apartamento ou casa bem mais barato que os valores cobrados no ano pass