entrevista

Rede local de calçados defende abertura do comércio aos feriados em Santa Maria

Deni Zolin

Foto: Pedro Piegas (Diário)

Amanhã será o segundo feriado do ano em que o comércio poderá abrir as portas com uso de funcionários, desde que pague compensação e comunique os sindicatos dos lojistas e dos comerciários até hoje. Do comércio de rua, geralmente, costumam abrir nos feriados e alguns domingos apenas as lojas de redes nacionais, como Renner. Porém, uma das maiores redes de lojas de Santa Maria, a Eny Calçados, resolveu encampar um movimento para fomentar a abertura em domingos e feriados - é uma das poucas lojas locais que aderiu à abertura no comércio de rua, já que nos shoppings, a maioria das lojas abre. Um dos diretores da Eny, Fernando Isaia, defende:

- A gente aposta que se abrir em todos os feriados, um dia isso pode se tornar viável através da repetição. É uma construção de futuro do município. Nossa decisão em abrir é por acreditar que a cidade pode dar um passo a mais em relação aos feriados e domingos - declarou ele, em entrevista ao colega Guilherme Bicca, da assessoria do Sindilojas.

Confira a entrevista abaixo:

Deni Zolin - Como foi a decisão de abrir sabendo que poucos lojistas fariam o mesmo?

Fernando Isaia - Se ninguém mais ia abrir, nós precisávamos de algo que aumentasse o fluxo. O comércio, resumidamente, diz respeito a uma fórmula muito básica, que é: o fluxo de pessoas, multiplicado pela conversão, multiplicado pelo ticket. E o feriado entra exclusivamente na questão do fluxo.

Deni - E cientes disso, quais foram as estratégias traçadas?

Isaia - A gente concedeu um desconto para todas as vendas feitas no Cartão Eny, de 10%, unicamente no feriado para chamar as pessoas. Por que a gente fez isso? O consumidor não viria para o Centro por causa das lojas abertas. Fizemos propaganda para informar do desconto e garantir a venda com fluxo de pessoas. Também promovemos uma mateada em frente à Infanto, oferecendo água quente e erva mate. A gente pode olhar para o feriado como um dia a mais de custos, ou como uma venda a mais.

Deni - E por que investir recursos e energia na abertura das lojas em um feriado que não era consenso entre a comunidade varejista?

Isaia - Sabe por que o Calçadão se chama Salvador Isaia? O vô, quando quiseram fechar a rua para fazer o Calçadão, foi a única pessoa que apoiou. Todos os lojistas eram contra a tornar a via única para pedestres. E o que isso tem a ver com o feriado? As pessoas não acreditam que pode dar certo. Mas a gente tem obrigação de acreditar que é viável. Hoje, o Calçadão é um dos metros quadrados mais caros do Brasil. Mas porque existiram pessoas que apostaram. O comércio no sábado à tarde, a mesma coisa: houve pessoas que compraram a briga para conseguir mudar a lei e permitir abrir o comércio nas tardes de sábado. A questão dos feriados é a mesma coisa.

Deni - O foco da abertura aos feriados, hoje, não está na venda, mas na criação de uma cultura?

Isaia - A formação de cultura, para nós, é o maior valor. Os feriados são uma forma de nós ajudarmos o município a crescer. Não é só para a Eny vender mais. É uma questão de, através do comércio, crescer, em termos de região, e a cidade se fortalecer. Se cada loja abrir, e conseguirmos tornar isso viável, podemos, por exemplo, gerar mais empregos. Para nós, seria até mais fácil abrir só as lojas de shopping. Mas existe um valor maior que é a cidade. É algo que temos que fortalecer.

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