Para reduzir a conta

Pesquisa e pechincha ajudam a minimizar o reajuste de 12,5% nos medicamentos

Mariana Fontana

"

Não tem jeito, o reajuste no preço dos remédios já pesa no bolso do consumidor e é mais perceptível para os clientes que precisam de medicamentos de uso contínuo. Em época de inflação alta, o jeito para reduzir é recorrer à pechincha. O reajuste de 12,5% começou a valer no dia 1º. O índice ficou acima da inflação, o que não acontecia há 10 anos. Até então, a base de cálculo para o aumento dos medicamentos era o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, e chegou a  10,67% em 12 meses até fevereiro.

Leia outras notícias de Economia

Nesta quarta-feira, o Diário pesquisou o preço em quatro lojas de redes diferentes na área central, escolhidas aleatoriamente, São João, Panvel, Farmácias Associadas e Mais Econômica e, em duas, ainda encontrou os preços antigos. A Mais Econômica, da Rua do Acampamento, ainda não repassou o reajuste. O farmacêutico do local, Alexandre Ribas, acredita que o não-reajuste é uma estratégia da empresa para fidelizar o cliente. E, segundo ele, está dando certo, já que o movimento tem aumentado no local. Mas o cliente precisa ficar atento.

– Além de mantermos o preço antigo, estamos dando descontos, na medida do possível. Ainda não aumentamos nada, mas alguma hora deve subir, só não sabemos quando – comenta Ribas.

Na Farmácias Associadas, na Avenida Rio Branco, conforme o gerente José Arruda, ainda é possível encontrar alguns medicamentos sem alteração. A estratégia da loja, segundo Arruda, é negociar com a distribuidora:

– Promoção em medicamentos a gente não pode oferecer. Porém, se a gente consegue um desconto maior ao comprar com os laboratórios, consequentemente, repassamos mais desconto. Ainda temos alguns remédios no estoque, que não serão alterados.

Pesquisar é importante

Conforme o economista e coordenador do curso de Economia da Unifra, Mateus Frozza, além da pechinha, também vale pesquisar. Segundo Frozza, é preciso aproveitar a proximidade das farmácias, em especial no Centro, para comparar os preços:

– Como existe uma concorrência forte nesse mercado, às vezes, é possível diluir o preço dos remédios através dos descontos. É um setor em que pesquisar vale a pena.
A técnica é adotada pela funcionária pública aposentada Vania Avila, 59 anos. Ontem, ela já havia percorrido duas lojas e passaria por mais uma para verificar os preços. A tática dela é pagar no dinheiro:

– Sempre vou em pelo menos três farmácias diferentes, pois a gente não pode ficar na primeira. Eu aprendi que a gente tem que pedir desconto. Sempre procuro pagar à vista, pois assim a gente consegue mais desconto.

Clientes se anteciparam ao reajuste

Algumas farmácias da cidade já vinham avisando os clientes de que haveria a escalada nos preços na virada do mês passado. Por isso, o movimento foi acima do normal.

– A procura, antes do aumento, foi muito acima do esperado. Vendemos 50% a mais. A venda tem se mantido, mas talvez venha a cair mais no meio do mês – avalia a gestora da São João, na filial do Calçadão, Andreza de Macedo Gomes.
Na Panvel do Calçadão, a venda ainda não foi impactada segundo a subgerente Tamires Flores. Ela afirma que os clientes seguem buscando cada vez mais por descontos.

O aposentado Claudio Roberto Moreira, 62, até tentou se antecipar para comprar o remédio do filho com o preço antigo. Mas, antes mesmo do aumento, ele já pagou mais caro. O item, que saía por R$ 139, está custando R$ 167.

– Já comecei a diminuir de outros lados, no mercado e nos passeios, para conseguir comprar todos os remédios, porque não temos como ficar sem – lamenta o aposentado.

PARA IR ÀS COMPRAS

Compare – No setor farmacêutico, a concorrên"

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Pré-candidatos à prefeitura de Santa Maria apontam perfil que buscam para vice-prefeito

Próximo

UFSM lança edital para comprar 230 toneladas em alimentos da agricultura familiar

Economia