Em choque com Levy

Paulo Pimenta propõe déficit zero para evitar corte drástico no Bolsa Família

Deni Zolin

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O santa-mariense Paulo Pimenta (PT) está na linha de frente contra as tentativas do ministro Joaquim Levy de prever um superávit de 0,7% para 2016 e do relator do Orçamento, Ricardo Barros (PP-PR), de cortar R$ 10 bilhões do Bolsa Família e R$ 2 bilhões de outros setores – o anúncio foi feita na sexta.

Pimenta apresentará emenda que prevê déficit zero, o que já provocou a ira de Levy – o ministro afirmou que, se isso for aprovado, ele deixará o cargo, pois avalia ser fundamental ter sobra de recursos para pagar os juros da dívida: “A gente está gastando muito mais do que tem”, afirmou Levy na sexta.

Novo shopping deve inaugurar só em 2017 em Santa Maria

Líder do governo na Comissão Mista de Orçamento, Pimenta é respaldado por integrantes do governo, sindicatos e movimentos sociais. Ele diz que, se em vez de 0,7% de sobra, for aprovado o déficit zero, o governo teria R$ 34 bilhões a mais em 2016, sendo que R$ 10 bilhões seriam para evitar o corte drástico proposto ao Bolsa Família, e os outros R$ 24 bilhões às obras do PAC e creches, entre outras.

- O burocrata olha a planilha, vê duplicação da travessia de Santa Maria e diz “isso dá para cortar, não tem problema de paralisar por uns dois anos”, mas não pensa no impacto social disso. Por isso, eu defendo que temos de enfrentar a crise com responsabilidade fiscal, mas crescendo e gerando emprego - afirmou ele, que garantiu haver R$ 45 milhões previstos à duplicação das BRs na cidade em 2016.

Pimenta acredita que essa “disputa” com Levy não enfraquece o governo e não  vai provocar a saída do ministro.

- Essa política não é a do Levy, é a do governo, dos ministérios, que precisam de verbas para tocar projetos com impacto social - diz.

Na próxima quarta, a comissão deve votar o Orçamento da União. Se for mantido o corte no Bolsa Família, das 9,7 mil famílias atendidas em Santa Maria, 6,5 mil perderiam o benefício, atingido 22 mil pessoas – no país, seriam 23 milhões.

A proposta de Barros (PP) é cortar o programa das famílias com renda per capita entre R$ 154 e R$ 394 (meio salário mínimo), beneficiadas pela regra de permanência no Bolsa. Também sairão famílias com renda acima do teto do programa.


 

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