Entrevista

Fabiano Pereira: 'O PT que a gente entrou não existe mais'

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Desde o começo do ano, foram ficando cada vez mais fortes os rumores sobre uma possível saída de Fabiano Pereira do PT. Aos 41 anos, com um currículo formado por um mandato como vereador, dois na Assembleia e batendo na trave em duas eleições à Câmara Federal, além de ter sido secretário municipal de Saúde na gestão de Valdeci e secretário estadual de Justiça do último governo Tarso Genro, o santa-mariense não está exercendo nenhum cargo político no momento.

– Sou diretor de uma empresa de São Paulo com sede na região metropolitana desde dezembro. Não posso dar mais detalhes, porque não combinei com eles – desconversa Fabiano.

Em entrevista ao "Diário", Fabiano comenta que apesar dos boatos, fica no PT. Fala ainda dos escândalos envolvendo o partido e de seu futuro político. Ser prefeito segue sendo um sonho pessoal, mas Fabiano afirma ser cedo para falar em nomes e cita o padrinho Valdeci Oliveira como candidato natural do partido em Santa Maria. Admitiu estar endividado após o último pleito e desmente qualquer relação tumultuada com Paulo Pimenta. Afirma que o partido, que internamente tem diferentes correntes, deve se unir para enfrentar o momento de crise e precisa punir com rigor seus expoentes envolvidos em escândalos.

Diário de Santa Maria – Como o senhor avalia o momento petista envolto em escândalos e em meio à crise econômica que vive o país?
Fabiano Pereira – O PT que a gente entrou não existe mais, mas tem um partido que fez muito. O partido precisa descobrir qual o seu caminho e tem muita coisa para acontecer. É uma chance de renovação. A forma de organização do partido que tem muitas correntes diferentes era boa até agora. Mas diante do contexto, não dá mais para se dar ao luxo de ter disputas internas. Se quiser enfrentar a crise atual, temos de nos unir e ver novos processos. Antes dos escândalos, o PT, com qualquer nome, fazia 30% dos votos em qualquer lugar. Possivelmente, faça menos. Não acredito em impeachment. Não existe essa possibilidade. Os problemas só surgiram porque a nossa Polícia Federal e o Ministério Público têm cada vez mais mecanismos para atuarem com autonomia e transparência. São as redes sociais que geram isso. Lá é um território livre, e as pessoas querem é guerra mesmo. Agora, o governo tem de pensar melhor a sua articulação política. Ficar na defensiva é um erro. Tem de admitir que existe um problema. Em todos os locais tem anjos e demônios. Temos de ter uma transparência interna muito grande, e quem fez alguma coisa tem de ser punido.

Diário – O senhor quer ser candidato a prefeito em 2016?
Fabiano – É muito cedo para tomar uma decisão. Não sou uma pessoa sozinha. Tem muita gente conosco. Fiz 75 mil votos (no último pleito, quando ficou em segundo suplente para deputado federal). Qualquer político quer ser prefeito de sua cidade. Tenho uma história no PT, muito gás para dar. Mas ainda é cedo para falar das eleições municipais. Terá muito debate interno. Evidentemente, o Valdeci é o candidato natural.

Diário – O que deu errado no último pleito?
Fabiano – Fiquei feliz com a votação, aumentou um pouco em relação à última eleição (em 2010, fez 73.402 votos e, no ano passado, 74.453). Não é fácil concorrer com os outros candidatos que têm três, quatro mandatos, com emendas parlamentares e todo a estrutura para captar votos. É uma desigualdade muito grande. Mas a cidade está bem representada nos dois parlamentos. Não temos o número ideal, mas temos qualidade. O Pimenta está na comissão do orçamento. Pozzobom e Valdeci têm funções de ponta na Assembleia, apenas de lados opostos. São competentes e referências.

Diário – Existem muitos boatos que o senhor sairia do PT. O que há de verdade?
Fabiano -  O que houve foi um contato do PDT e outro com o PSD do Danrlei que é meu amigo pessoal. O que "

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