Moradores de Santa Maria e região ainda estão tentando se recompor depois das cheias e dos devastadores temporais de granizo e de vento de até 134km/h. Porém, também é hora de as autoridades já começaram a se mexer e fazer algo de efetivo em termos de prevenção.
Nos últimos dias, abordei várias vezes a questão da importância de o Estado ter uma estrutura bem mais eficiente para monitoramento das tempestades e de alerta à população. Com as imagens de radar meteorológico da Aeronáutica e outras ferramentas disponíveis, é possível saber com precisão para onde uma tempestade está indo e pode causar estragos, em especial, de granizo, pois as imagens do radar são bem claras.
Hoje em dia, com essa tecnologia e a facilidade de comunicação que temos, com mensagem de celular, redes sociais como Facebook, Twitter e Whatsapp, além da colaboração dos meios de comunicação, é muito fácil avisar às pessoas, com algumas horas de antecedência, em quais cidades o temporal vai passar. Claro que não evitará o vendaval, mas se a pessoa for avisada que daqui uma hora ou duas haverá risco de granizo, vento forte ou alagamento, pode evitar de sair para rua ou procurar se proteger, além de fazer outras coisas para amenizar danos.
Em Blumenau (SC) e Itajaí (SC), após uma grande enchente, os órgãos públicos montaram um sistema eficiente de monitoramento, que manda mensagens de celular aos moradores de áreas de risco. Não seria difícil cadastrar os moradores do Estado, por cidade ou bairros, para que fossem enviadas mensagens só aos locais sob risco.
A UFSM, felizmente, tentará articular com a prefeitura e o Estado um convênio para montar um serviço desse tipo, pois tem o Grupo de Modelagem Atmosférica (Gruma), com profissionais especialistas nessa área e que, com apoio dos órgãos públicos, poderão fazer esse monitoramento e serviço de alerta específico. Tomara que isso saia do papel e que a tecnologia e o conhecimento da Federal possam ser usados para um serviço de utilidade pública tão importante. Temos a faca e o queijo na mão.
Já o Daer, Dnit e as prefeituras precisam, depois de reconstruir as estradas e recuperar ruas, planejar obras de prevenção, como aumentar os níveis de rodovias que seguidamente alagam. Se todos sabem que o trânsito fica interrompido a cada enchente, isso não pode ser encarado como normal. É preciso fazer obras para elevar o nível dessas estradas para evitar que, nas próximas enxurradas, não voltemos a ficar quase ilhados.