A pé ou a cavalo

Consumidores reclamam do único posto de combustíveis de São Martinho da Serra, frequentemente fechado

Juliana Gelatti

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Em São Martinho da Serra, na Região Central, o único posto de combustíveis fica frequentemente fechado mesmo durante o dia, por não ter gasolina e óleo diesel para vender aos consumidores locais. O álcool não chega até lá há meses.

Além dos moradores do município, que dependem dos produtos para abastecer carros e motos, visitantes de outras cidades, agricultores e até carros oficiais do município, como escolares e ambulâncias já ficaram na mão, conforme moradores.

No último feriadão, o posto ficou quatro dias fechado, da tarde de sexta-feira até a tarde de terça-feira, por não haver produtos à venda:

Tive que tirar a gasolina da motosserra para que o meu irmão, que mora em Porto Alegre e veio visitar a família, pudesse voltar para casa. E isso aconteceu com muita gente diz o motociclista Jeferson da Silva, que já adquiriu o costume de abastecer o veículo em Santa Maria, onde vai frequentemente.

Além das grandes, as pequenas viagens do dia a dia também ficam comprometidas. A agricultora Maria Salete Oliveira já ficou muitas vezes sem poder trabalhar por falta de óleo diesel para os implementos usados na lavoura. Ela conta que, na quarta-feira, alguns funcionários precisaram ir para casa a pé, caminhando 5 quilômetros, porque não havia gasolina para o carro.

Isso é muito comum, há anos acontece. Nunca temos a garantia de que o posto estará aberto quando precisarmos. Quando chega um caminhão, vai todo mundo correndo abastecer, porque sempre vem pouco produto conta a agricultora.

O proprietário do Posto Vidal, Eli Venturini Vidal, que também tem outro estabelecimento em Nova Palma, admite que "de vez em quando" ocorrem "transtornozinhos", e admite a falta de produto à inadimplência dos consumidores e a problemas nas estradas:

A gente cobra, mas o pessoal não paga. Agora não vai mais acontecer esse problema porque cortei as vendas "fiado" diz Vidal.

Ele explica que, durante o feriadão, a distribuidora estava fechada, por isso não houve abastecimento. E, segundo ele, para não deixar a prefeitura sem produto, reserva parte da gasolina ou diesel do estoque para não deixar os serviços públicos parados.

Embora não haja previsão legal de algum tipo de punição para o desabastecimento do posto, o professor de Direito da Unifra, que coordena o trabalho de estagiários no Procon de Santa Maria, Vitor Hugo do Amaral Ferreira diz que reservar o combustível disponível para algum consumidor em detrimento de outros é uma prática abusiva, punida pelo Direito do Consumidor. A exceção é quando o produto já está pago.

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