Diário nos Bairros: Eleições 2016

600 moradores ouvidos elegem as prioridades dos 41 bairros

Lizie Antonello

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O que o próximo prefeito poderia fazer pelo local onde você mora que faria a diferença na sua vida, na do seu vizinho, de todo o bairro? Em busca dessas respostas, desde abril, o projeto Diário nos Bairros – Eleições 2016 está percorrendo os 41 bairros da cidade. Até o fim de julho, a equipe de reportagem seguirá pelas ruas, totalizando cerca de 600 moradores ouvidos nos quatro cantos da cidade. 

Os moradores do bairro Tomazetti querem segurança

A série prevê reportagens sobre a demanda principal de cada região da cidade e a prioridade que liderou o ranking de reivindicações, considerando todos os bairros visitados. As prioridades das 41 comunidades serão enviadas aos candidatos a prefeito, solicitando que eles apresentem propostas concretas e específicas para cada pedido. A partir do próximo ano, a intenção é acompanhar, de forma sistemática e contínua, o que o prefeito eleito está fazendo para cumprir suas promessas à comunidade.

Encontramos problemas crônicos que não estão atrelados a um governo específico. São situações pontuais que estão esperando soluções do Executivo há anos, até décadas. Ao longo do caminho percorrido, a reportagem conversou com eleitores santa-marienses envoltos em desesperança, desinteresse e descrença na política e nos políticos. São pessoas como o seu Elvio Mota Nielsen, 56 anos. – Se foi a esperança de algum dia melhorar – lamentou o morador do Parque Residencial Jardim Berleze, no bairro Diácono João Luiz Pozzobon, diante da rua de chão batido, sem rede de esgoto e com iluminação precária.Para o professor do Departamento de Ciências Sociais da UFSM e cientista político Dejalma Cremonese, esse sentimento é reflexo do momento político atual:– Temos muitos vícios incorporados no Brasil em nível macro que acabam respingando no local, e essa descrença atinge o eleitor comum que não vê uma resolução dos problemas na cidade.

Porém, também na nossa jornada, encontramos cidadãos que acreditam na força do voto e creem em dias melhores. Exemplo disso é o seu Adão Alves de Andrade, 79 anos. Como já passou dos 70, ele não é mais obrigado a votar. Mesmo assim, em 2 de outubro, o funcionário público aposentado do bairro Tomazetti irá à urna para ajudar a escolher o futuro prefeito:– Quero votar para ajudar a quem vai ficar. Eu sou teimoso. Gosto de ver as coisas direitas.

A atitude de seu Adão remete ao real conceito de política, segundo Cremonese, ''aquela pessoa que se preocupa com os problemas do bairro, da cidade, de uma forma mais coletiva, mais ampla.'' De modo geral, as pessoas não têm a concepção de bairro, esse conceito parece um pouco distante delas. A maioria pensa no núcleo mais perto, na sua rua. Por isso, a prioridade pode divergir de uma rua para a outra.

– As pessoas estão mais preocupadas com o imediato e com aquilo que as afeta diretamente. A ideia do bairro é a partir delas, não pensam nele como um lugar mais amplo, de convivência, que tenha coisas que sejam de todos – analisa"

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