colheita bilionária

VÍDEO: safra movimenta R$ 9,4 bilhões na região

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Foto: Renan Mattos (Diário) 

Terminadas as colheitas da soja e do arroz, a Região Central comemora os bons resultados das suas duas principais culturas, com safra recorde em ambas. O clima favorável e o investimento de tecnologia por parte dos produtores são duas das principais explicações para o sucesso das lavouras. Ao todo, a colheita desta safra representará uma injeção de R$ 9,4 bilhões na economia da região.


O cálculo é realizado pela média de produtividade de ambos os grãos e já prevendo que 30% da produção da soja tenha sido vendida com preços do ano passado, em patamares inferiores aos atuais. Na semana que passou, a saca custava, em média, R$ 158,71.

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SOJA
A produção de soja na região alcançou 3,3 milhões de toneladas, uma média de 55 sacas por hectare. A área plantada foi de pouco mais de 1 milhão de hectares. Todo esse grão vale R$ 7,8 bilhões. A produção corresponde a 16,3% de toda a soja colhida no Estado, que soma 20,2 milhões de toneladas nesta safra.

O engenheiro agrônomo do escritório regional da Emater em Santa Maria, Luis Frnando Oliveira, destaca que essa é a maior safra de soja do Rio Grande do Sul:

- O mais importante foi a condição climática favorável. Isso a gente está muito marcado em função do ano passado, em que a seca quebrou pela metade a safra. Aí tem outros fatores além da questão climática, que são o nível tecnológico das lavouras, o conhecimento agronômico e uma intensificação no uso de insumos.

Oliveira frisa que, se houvesse maior precipitação entre os dias 15 de dezembro do ano passado e 15 de janeiro deste ano, a produtividade poderia ser ainda maior na região.

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ARROZ
O arroz também bateu recordes. Nunca a produtividade do grão foi tão alta no Estado. Na Região Central, segundo a Emater, foram colhidas 1,036 milhão de toneladas em 120 mil hectares, com produtividade de 8,1 tonelada por hectares, abaixo um pouco da média gaúcha, de 8,4 toneladas. Somente a comercialização do grão deve significar uma injeção de R$ 1,6 bilhão na economia da Região Central.

- O produtor está fazendo o dever dele, produzindo de uma forma muito bem feita, com investimento em tecnologia e nos preceitos básicos para conseguir boas produtividades. O produtor tem adotado os manejos que a pesquisa e a extensão pregam - relata o engenheiro agrônomo Gionei Alves de Assis dos Santos, do Instituto Riograndense do Arroz (Irga).

Segundo o engenheiro, a maior safra de arroz do Estado foi colhida no período de 2010/2011. A atual, em números totais, é a quarta maior em 10 anos.

IMPACTO
Os mais de R$ 9 bilhões que a atual injetará na economia da região encherão os bolsos dos produtores e impulsionarão a economia de municípios com pouca expressão agrícola. É o caso de Santa Maria, que tem apenas 4% do Produto Interno Bruto (PIB) oriundo do meio rural. A secretária de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação, Ticiana Fontana, relata que setores da economia santa-mariense são diretamente favorecidos pelos bons resultados do campo.

- Temos um impacto muito grande na economia local quando o agro está bem. Diretamente no setor da construção civil, porque as pessoas vêm da região comprar imóveis aqui. Também negócios envolvendo concessionárias de veículos e investimentos no mercado financeiros - diz.

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A produção de soja e arroz na Região Central na safra de 2021:

Soja

  • Área plantada 1 milhão de hectares
  • Produção 3,3 milhões de toneladas (16,3% da produção gaúcha, de 20,2 milhões de toneladas
  • Valor estimado R$ 7,8 bilhões

Arroz 

  • Área plantada 120 mil hectares
  • Produção 1,036 milhão de toneladas
  • Valor estimado R$ 1,6 bilhão

OTIMISMO
Com os bons resultados obtidos neste ano, tanto em produtividade quanto em preço pela sacana, cooperativas e produtores estão otimistas para os resultados da próxima safra de grãos no Estado. Puxado pela grande demanda da China, principal comprador de soja do país, o preço deve se manter na casa dos R$ 150, próximo ao valor praticado atualmente. Segundo o ultimo boletim da Emater, a soja está sendo negociada na região, em média, por R$ 158,71 a saca.

Diversos fatores influenciam no preço final do grão: o valor do bushel (que equivale a cerca de 27 quilos de soja) na Bolsa de Chicago; a variação do preço do dólar em relação ao real; o mercado internacional; as bonificações por exportação. Analisar o mercado de forma macroeconômica e prever o melhor momento para fazer a venda do que está estocado nos silos não é uma tarefa fácil.

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- É muito arriscado dizer com toda a certeza para onde vai o preço, porque isso não tem como. Mas, para o ano, existe um otimismo muito grande por parte dos produtores e economistas. O preço está bom, tudo está bom - relata Pedro de Francheschi, diretor financeiro e comercial da Cooperativa Tritícola Sepeense (Cotrisel).

Com 450 mil sacas de soja em estoque na empresa, o sócio-diretor da ImexSul, de Santa Maria, Fernando Cunha Pagliarin, afirma que a confiança do produtor está em alta e projeta maiores investimentos para a próxima safra.

- Neste ano, o produtor praticamente dobrou a receita, porque no ano passado a maior parte dos contratos foi fixado em R$ 80 ou R$ 90. A confiança é boa e o pessoal vai investir bastante em tecnologia, vai querer aumentar a área plantada. Acredito que vai ter um incremento muito grande na produtividade e no aumento de área a partir do próximo ano - destaca.




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