Foto: Kauane Fão Folgerini (Arquivo Pessoal)
O Laboratório do Ministério da Agricultura no Estado (Lanagro) detectou agrotóxicos em 38 das 42 amostras de abelhas mortas em cidades gaúchas. Segundo a Secretaria Estadual de Agricultura (Seap), os técnicos coletaram amostras e descartaram que a mortandade de enxames ocorreu por outras doenças, ficando a conclusão de que foi por agrotóxicos.
Agrotóxico tem sido usado de forma incorreta em lavouras de arroz na região
Aqui na região, os exames acharam, nas abelhas, a presença de fipronil (usado para matar formigas) e outros agrotóxicos em amostras das cidades de Santiago, Nova Esperança do Sul, Mata, São Vicente do Sul e Capaçava do Sul, enquanto em Cruz Alta e São Gabriel, foram achados outros defensivos. Em Itacurubi, foi achado só fipronil.
O diretor da Divisão de Insumos e Serviços da Seap, Rafael Friedrich de Lima, disse ao Diário que parte dos agricultores não tem respeitado a distância mínima para a aplicação de alguns agrotóxicos, como o Proclaim 50, para matar lagartas, o que tem causado a morte de abelhas.
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Outro uso irregular tem sido colocar inseticida, como o fipronil, junto com herbicida na hora de matar ervas daninhas que estão em época de floração, o que atrai as abelhas e gera mortes. Segundo Lima, os apicultores devem registrar as mortandades na Secretaria de Agricultura para que sejam investigadas. Ele admite que é difícil punir agricultores com as multas previstas, de até R$ 17 mil, devido à complexidade para identificar quem aplicou agrotóxicos de forma errada. Por isso, defende que apicultores e agricultores devem se aproximar, para que os últimos avisem os produtores de mel quando vão aplicar agrotóxicos, amenizando os riscos.