Sócios colorados escolhem presidente do clube neste sábado; conheça as propostas para os torcedores de Santa Maria

Sócios colorados escolhem presidente do clube neste sábado; conheça as propostas para os torcedores de Santa Maria

Foto: Ricardo Duarte (Inter)

Fora de campo a temporada do Inter já acabou. Mas os torcedores colorados têm mais um compromisso com o clube neste final de ano. Hoje, 58.629 sócios aptos a votar poderão escolher quem serão seus representantes nos próximos três anos. As eleições do Inter são para os conselhos de Gestão e Deliberativo. Após a votação no primeiro turno – onde apenas os atuais conselheiros votam –, o presidente em exercício, Alessandro Barcellos, da chapa 1, concorre contra Roberto Melo, da chapa 2.

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Atualmente, o clube conta com cerca de 130 mil sócios, mas nem todos estão aptos para participar do processo eleitoral. Para votar é preciso se encaixar em três critérios: ter acima de 16 anos, estar adimplente no último dia de outubro de 2023 e ter mais de doze meses de contribuição.

O processo ocorrerá entre 9h e 17h, de forma online ou presencial. Além dos candidatos à presidência do clube, as chapas também são compostas por quatro vice-presidentes. O sócio ainda escolherá as chapas para o Conselho Deliberativo.

A votação online acontece pelo site www.votainter.com.br. Quem optar por votar presencialmente, deverá ir até o Gigantinho, no complexo do Beira-Rio, portando documento com foto e carteirinha de associação.

Em entrevista ao programa Papo D Esporte, da Rádio CDN 93.5, os dois candidatos falaram sobre suas propostas. Confira a seguir três questionamentos feitos pelo Diário a Alessandro Barcellos e Roberto Melo.

Roberto Melo (esquerda) concorre contra Alessandro Barcellos (direita)Foto: Ricardo Duarte (Inter)

DIÁRIO - Por que o torcedor deve apostar na sua candidatura e no seu projeto para o Inter?

ALESSANDRO BARCELLOS - Nas eleições de 2020, o torcedor fez uma opção pela mudar a forma de gerir o clube, daquela forma que vinha sendo gerida há mais de 20 anos e principalmente nos últimos 11 anos com o mesmo modelo e com dificuldades para que o clube pudesse voltar a figurar entre os grandes clubes da América. Isso foi determinante. Tivemos a possibilidade de assumir o clube. É Importante dizer: nenhuma outra gestão assumiu o clube em meio a uma pandemia. Em 2021, ficamos praticamente 11 meses sem público total nos estádios, enfrentando uma dificuldade enorme, nunca vista. Nós assumimos o clube com uma dívida em torno de 600 milhões de reais, um endividamento que cresceu abruptamente de 2017 até 2020, com uma taxa de juros subindo 12 vezes consecutivamente desde terceiro mês de 2021 e não parou de subir, um quadro social com queda e inadimplência em alta, consequência também na pandemia, é verdade, um time sem ganhar campeonato regional há cinco anos e nacional há 11 anos, ou seja, uma realidade muito difícil e a gente tendo que romper com duas décadas do mesmo modelo de gestão. Óbvio que não fizemos tudo que queríamos fazer, mas fizemos muito e avançamos muito. Este é um dos motivos principais. É importante que o torcedor saiba que nós tivemos três anos de gestão com um terço apenas do Conselho Deliberativo apoiando e hoje nós estamos indo para o segundo turno de uma eleição com uma vitória no primeiro turno, com maioria dos conselheiros, isso é fruto de uma ampliação a partir de uma política de pacificação, de unificação que almejamos. Tivemos dificuldade em atingir esse objetivo de pacificação e unificação porque uma parte que lançou uma candidatura esse ano, defendendo as suas ideias legitimamente, mas demonstrando em vários momentos que o discurso é uma coisa e a prática é outra. Para eles, a pacificação só é boa quando determinados grupos, que são históricos no clube, entendem que é o momento. Então, se veem como os únicos a poder pacificar o clube. Os números mostram que a gente é capaz de ampliar olhando para o futuro e pensando no Inter. A chapa Em Frente pelo Inter tem esse objetivo de ir em frente. Sabemos que muita coisa tem por fazer, mas a parte mais importante que era alicerçar o clube, deixar o clube em uma situação muito melhor do que encontramos, com uma situação com capacidade de geração de receitas maiores, com a entrada de novos recursos, com uma equipe extremamente competitiva, chegando a ser uma das quatro melhores da América, nós estamos preparados para avançar muito mais. Para podermos ter, além de uma equipe competitiva, termos um elenco mais competitivo. Esse trabalho está sendo feito desde já, estamos planejando, independentemente do resultado da eleição, condições para que o torcedor possa já no início do ano que vem poder ter um clube que faz nada mais, nada menos do que a sua obrigação. Estamos buscando um clube com equilíbrio econômico financeiro, condições de ter credibilidade no mercado para poder voltar a crescer. Isso foi feito em outros clubes, que buscaram essa solução de forma muito forte, cortando na carne e, inclusive, correndo risco como nós corremos. Mas agora nos dão uma dimensão muito diferente e essa dimensão e esse trabalho é que foi fruto de um projeto que construímos ao longo do tempo. Aumentamos as nossas capacidades políticas dentro do clube muito em cima de um projeto e esse projeto vai avançar fortemente com a vitória nessa eleição.

ROBERTO MELO - Eu quero ser presidente do Inter e quero a confiança e o apoio do nosso torcedor e da nossa torcedora, porque eu me sinto muito preparado para conduzir o Internacional novamente ao caminho das conquistas. Para a gente retomar aquele espírito vencedor que tínhamos há pouco tempo atrás. Para o Internacional realmente voltar a conquistar títulos, voltar a revelar jogadores, já que sempre que fomos campeões tivemos a pujança e o protagonista da nossa base, que hoje, infelizmente, está relegada em segundo plano. Para valorizarmos mais o nosso sócio do interior e nossos consulados que hoje estão completamente abandonados. Temos viajado muito pelo interior e esse é o relato que recebemos dos nossos sócios. Sinto-me muito preparado também porque eu tenho ao meu lado o grupo de pessoas vencedoras na história do clube. O Projeto Gigante de Novo não é um projeto do Roberto Melo, não é um projeto de um grupo apenas, é um projeto de vários grupos, de vários colorados históricos na vida do Inter. Colorados que foram muito vencedores, como Fernando Carvalho, colorados que ajudaram o Inter nas questões administrativa e patrimonial, como Giovanni Luigi na construção do nosso novo Beira-Rio, colorado apaixonados que já investiram muito e ajudaram o Inter em momentos difíceis, mas, principalmente, em momentos de conquistas, como Delcir Sonda. É um projeto de muita gente e eu me sinto muito feliz de estar representando um projeto construído há muitas mãos para que o clube volte a conquistar títulos novamente. Também me sinto preparado porque eu realmente me dediquei durante 11 anos na gestão do Internacional. Primeiro de 2007 a 2014, passei por vários setores do clube onde conquistei vários títulos: seis Gauchões, uma Libertadores, uma Sul-Americana de maneira Invicta, duas Recopas Sul-Americanas. Então sabemos como fazer. Eu realmente me sinto preparado para essa missão, que não é fácil, mas ao lado de muita gente qualificada, de um Conselho de Gestão que me acompanha com grandes companheiros qualificados e experientes me sido preparado para fazer o Inter voltar às conquistas e recuperar o nosso “Celeiro de Ases” que nos deu tantas alegrias. Esses são alguns dos motivos para eu querer ser presidente do Internacional. Eu acho que estamos preparados e por esse motivo a gente merece a confiança e a honra do sócio confiar no nosso trabalho.

DIÁRIO - Em relação à manutenção da comissão técnica atual, quais os planos da sua candidatura? Eduardo Coudet deve ser o treinador no ano que vem?

ALESSANDRO BARCELLOS - Nós acreditamos que temos um elenco que precisa de qualificação para melhorar a competitividade para apoiar um calendário que é extremamente complicado, de muitos jogos por ano. Evidente que é nosso interesse que o Coudet permaneça. É um treinador que, em nossa opinião, faz o time jogar de forma efetiva, com intensidade, com envolvimento. O Coudet assumiu o time há pouco tempo, sem ter sido discutido com ele a montagem do elenco com as suas características. Ele assume e tenta tirar dos jogadores aquilo que eles podem entregar de melhor dentro da sua ideia. Isso mostra a sua capacidade e a sua evolução ao longo dos últimos períodos, a forma como ele se relaciona não só com os atletas, mas com o mundo externo, com a imprensa é sem dúvida nenhuma, um avanço importante que ele traz em sua carreira. Agora isso depende também do próprio treinador, nós temos que conversar com ele e ver quais são os desejos dele. Se tudo der certo a gente continua com ele aqui. Sei que isso é importante para o grupo, é importante para nós, e espero que seja importante também para ele.

ROBERTO MELO - Conceitualmente, eu acredito que, quando se avalia que o trabalho é bem feito, a continuidade sempre é mais interessante. Quando tu manténs um treinador de um ano para o outro, tu tens meio caminho andado. Ele já conhece o grupo, sabe as carências e o grupo está acostumado com o trabalho do técnico. Eu não estou lá dentro para fazer essas avaliações, infelizmente, nós estamos olhando de fora. Mas essas avaliações precisam ser feitas para tomar uma decisão. Ao contratar um treinador novo não há garantias de resultado. Não temos tempo a perder, precisamos começar o ano e ganhar o Gauchão, não podemos deixar de ganhar o estadual e para isso ter uma continuidade no trabalho é importante.


DIÁRIO - O torcedor de Santa Maria é apaixonado pelo Inter. Recentemente, uma excursão saiu da cidade para acompanhar o time na Argentina no jogo contra o River Plate. Já teve ônibus saindo da cidade com torcedores sem ingresso para ficar no entorno do Beira-Rio durante uma partida decisiva. Quais são as estratégias da chapa para aproximar ainda mais o torcedor do interior do Inter?

ALESSANDRO BARCELLOS - Sem dúvida nenhuma esse é um desafio gigantesco para nós. A gente buscou nesse primeiro momento criar um ambiente virtual onde pudéssemos colocar o Mundo Colorado. Ainda temos dificuldades operacionais para que isso funcione da forma almejada, mas esse é um avanço importante. São horas e horas de conteúdos: 2,9 milhões de acessos e 3,1 mil minutos de conteúdos exclusivos para tentar levar para o sócio que está mais longe uma experiência, uma relação mais próxima com o mundo do Inter, do futebol e do vestiário. Mas isso ainda é pouco, sabemos que é pouco. Estamos trabalhando para melhorar essa questão, para termos no futuro, por exemplo, transmissões de jogos tanto da base quanto do futebol feminino de forma mais constante. Fizemos algumas experiências e vamos avançar ainda mais nisso. Isso requer investimento e nós vamos fazer. Temos a ideia de criar mais atratividades em dias de jogo. Isso não foi possível nesse primeiro momento porque isso requer investimento e agora temos uma capacidade boa de investir nisso, utilizarmos os demais equipamentos que estão em torno do Beira-Rio, como por exemplo, o Gigantinho, o Centro de Eventos e o Parque Gigante. Tudo para deixar o torcedor que veio do interior mais à vontade e ter mais ações e atividades para fazer em dias de jogo. Por exemplo, um convênio que firmamos com a prefeitura de Porto Alegre recentemente e que já está em execução, é a construção de churrasqueiras no Parque Marinha ao lado do estádio. É um projeto do Internacional com a prefeitura para que o torcedor possa vir mais cedo e passar o dia, assim como pode no Parque Gigante. Essas iniciativas são importantes e esperamos, a partir do próximo mandato, poder fazer com que o dia de Inter seja realmente um dia em que o torcedor possa vir cedo para cá curtir. A pandemia nos atrapalhou um pouco, mas eu já posso dizer com toda certeza que são projetos que já estão bem encaminhados e a continuidade vai nos dar condições de fazer o torcedor do interior estar mais presente. Principalmente o torcedor de Santa Maria que tem batido todos os recordes de excursões para os jogos. Temos um levantamento e a cidade tem estado presente em todos os jogos em casa. Isso nos alegra muito e torna a região muito importante para nosso projeto.

ROBERTO MELO - Meu primeiro cargo no Inter foi em 2007/2008 no setor de Comunicação Social que hoje se chama Relacionamentos Social. Na época participei do projeto chamado “Rio Grande Vermelho”, um projeto que trabalhava diretamente com os consulados do interior e com os sócios e sócias do interior. O projeto almejava que o Inter chegasse ao ano do centenário, em 2009, à marca de cem mil sócios. Em 2002 o Inter tinha oito mil sócios, sendo que apenas cinco mil estavam em dia. Eu participei junto com outros colorados que faziam parte das gestões do Inter desde 2002. Em apenas sete anos, alcançamos a marca dos cem mil. Isso se deu muito, primeiramente, pela paixão e pela lealdade do nosso torcedor. Muitas vezes esse sócio com dificuldades financeiras, mas sempre se esforçando para ajudar o clube. E também pelo trabalho que foi feito junto aos consulados. Eu aprendi a importância dos consulados no interior para a vida do Inter, a importância do sócio e da sócia do interior para a vida do Inter. Fazíamos diversos tipos de premiações para os consulados que fizessem associações, para ter a preferência em algum tipo de ingresso, para poder assistir algum treino, poder visitar a sala do presidente e falar com o presidente. A gente valorizava todos os associados e valorizava muito esse sócio de longe que tem menos possibilidades de ir ao estádio porque não está aqui perto e muitas vezes não consegue comprar o ingresso. Então temos que ter alternativas para esse sócio. Tem diversas maneiras de se tratar o torcedor do interior com respeito que ele merece, o torcedor que paga religiosamente a mensalidade para ajudar o clube que ele ama. A gente já viveu isso e sabemos como vamos fazer. Vamos reativar novamente o projeto do “Rio Grande Vermelho” para aumentar o número de sócios. Dá para fazer diferente e a gente sabe como fazer porque já fizemos. Valorizando o sócio, tratando melhor o sócio do interior, tratando melhor os consulados e estimulando a abertura de novos consulados. Esse é o primeiro passo para atrair o maior número de associações para o clube. Mas também de valorizar. Outro problema que vamos solucionar é a questão do check-in. O torcedor não consegue fazer o check in rápido e seguro para comprar o ingresso.

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