“Algumas crianças conversam comigo como se eu fosse um herói”, revela Daronco sobre a vida fora das quatro linhas

É fim de ano e quase – nem todos – estão de férias. É quase também o caso do árbitro da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e santa-mariense Anderson Daronco, 42 anos.

Apesar de estar longe dos gramados durante este período, os treinamentos continuam. No Papo D Esporte desta terça-feira (26), na Rádio CDN (93.5 FM), em uma conversa descontraída, ele falou sobre a temporada 2023, marcada por um encontro para lá de inusitado com o craque português Cristiano Ronaldo na Arábia Saudita, além do futuro profissional, metas a serem batidas e uma possível aposentadoria no horizonte.

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A carreira de Daronco é marcada por incontáveis situações, desde apitar clássicos, ser reconhecido em absolutamente todos os lugares por onde passa, até polêmicas criadas dentro e fora de campo, como no caso de ser classificado por muitos como “o juiz fortão”. Apesar disso, ele conta que o carinho que recebe, especialmente das crianças, é compensatório:

– Aqui em Santa Maria o pessoal já está acostumado comigo. A tietagem é muito maior em outros lugares, como Rio de Janeiro e estados do Nordeste. É difícil andar tranquilo em praias, por exemplo, nestes locais. Algumas crianças conversam comigo como se eu fosse um ídolo ou herói. É legal ser reconhecido pelo meu trabalho.

Foto: Vinícius Machado (Diário)

Quando a torcida entende que um lance é polêmico, os xingamentos passam a ser frequentes em uma partida de futebol. Segundo Daronco, como ele se tornou uma figura conhecida, os direcionamentos das críticas são diferentes em comparação com a maioria dos árbitros do país:

– É difícil ficar numa boa nessas situações, quando discutem com a gente em lugares públicos, porque a gente escuta isso o dia inteiro, não é de uma pessoa só. E isso fica na nossa cabeça. Mas a minha parte de tentar cativar e mostrar o lado humano de como é o ambiente da arbitragem eu tento fazer. Espero que eu esteja plantando uma sementinha para que o ódio pela arbitragem no futuro não seja tão grande.

Apitando clássico saudita

Em 22 de setembro de 2023, o árbitro foi alvo de uma polêmica, que, segundo ele, só foi polêmica depois do jogo. Daronco foi convidado para apitar um clássico saudita entre Al-Nassr e Al-Ahli. Na ocasião, Cristiano Ronaldo, que defende o Al-Nassr, reclamou de um possível pênalti e discutiu com o santa-mariense.

– A polêmica foi criada depois. Foi um embate do jogador em uma situação que a arbitragem estava correta. Foi uma sequência de situações, ele protestava dois possíveis pênaltis em sequência e felizmente a gente acertou naquele lance.

Para ele, a situação serviu para compreender ainda mais a sua representatividade no futebol nacional:

– Muitos jornais e portais de notícias acabaram produzindo em cima do ocorrido (discussão com CR7). Outros árbitros estiveram lá e poderiam ser notícia na situação também. Mas acabaram utilizando meu nome. É claro que eu sei como funciona esse meio, mas isso mostra como às vezes a gente não percebe nosso tamanho e o que isso significa para a arbitragem brasileira.

O convite para apitar o jogo partiu da federação saudita e teve liberação da CBF. O confronto terminou em 4 a 2 para a equipe de CR7, com dois gols do ídolo lusitano.

Copa do Mundo e aposentadoria

Sobre o sonho de apitar uma Copa do Mundo, Daronco confessa que o desejo permanece, por mais que, hoje, aos 42 anos, reconheça que é muito difícil ser convocado.

– Também não é só idade, outros árbitros que já apitaram Copa do Mundo terão a prioridade. Muito pela questão do investimento no profissional também. É um processo complexo. E também é preciso que haja respeito pelas instituições responsáveis.

A vida é feita de metas. E antes da aposentadoria, há algumas a serem batidas. Uma delas é a quantidade de jogos na Série A do Campeonato Brasileiro.

– Eu tenho algumas metas, de números de jogos, gostaria de chegar aos 300 jogos, me faltam ainda 77. Acredito que como as coisas vão, vou conseguir atingir minhas metas. Aí, sim, só depois disso, vou começar a pensar em aposentadoria. A época de pandemia e outras escalas acabaram impactando nesse número.

Se depender do ritmo atual, em até 4 anos a meta será batida. Segundo ele, o número varia de ano para ano por conta de vários fatores. Em 2023, foram 24 partidas de Série A apitadas.

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