Copa Claudio Braga de Vôlei Feminino

"Quero passar um pouco da minha experiência para a garotada", diz campeão olímpico de vôlei em visita a Santa Maria

Foto: Jonathas Valcorte/AVF

Santa Maria foi sede de uma das fases classificatórias da Copa Cláudio Braga de vôlei mirim, na categoria sub-14 feminino, que ocorreu no domingo (28). O ginásio do Sest Senat, no Bairro Nossa Senhora de Lourdes, foi palco da etapa, que recebeu quatro equipes: a anfitriã, Associação Volei Futuro/Construtora Jobim (AVF), Vôlei Nova Petropólis, Recreio da Juventude, de Caxias do Sul, e Sesi/Apav, de Canoas.

Além de ser um encontro entre times de diferentes locais do Estado e de impulsionar uma competição de base feminina, uma presença olímpica de peso chamou a atenção: o ex-jogador da seleção brasileira de vôlei e agora técnico Gustavo Endres.


Presença olímpica em quadra

Gustavo Endres tem um currículo extenso dentro da modalidade. Entre suas conquistas, estão duas medalhas olímpicas (ouro em Atenas 2004 e prata em Pequim 2008) e dois títulos mundiais com a seleção brasileira masculina.

Ele se aposentou das quadras em 2015, mas não largou o esporte. Agora, ocupa o lugar de treinador do Sesi/Apav de Canoas, que ficou na quarta colocação nesta etapa.

Já no fim do evento, quando retirava seus equipamentos de filmagem da quadra, Gustavo foi procurado e posou para fotos. Pais, mães, jogadoras e fãs do esporte buscavam um registro, para guardar na memória o contato com um medalhista olímpico. Depois disso, quando se dirigia para a saída do ginásio, concedeu uma breve entrevista ao Diário.

Avaliando o desempenho da equipe, ele comenta que, de um modo geral, o time foi bem. Criado há cerca de dois anos, o “assunto categoria de base ainda é algo muito novo”:

– A realidade da nossa equipe está bem longe do representante de Santa Maria, por exemplo. A AVF existe há mais de uma década e investe na base. Outros adversários dessa competição já possuem categorias de base consolidadas, há um investimento. Estamos tentando, ano a ano, melhorar a qualidade da equipe para, no futuro, chegar no mesmo patamar que nossos adversários.

Fundada em 2009, a Associação de Pais e Amantes do Voleibol (Apav) tinha somente equipe adulta, que disputava a Superliga A. Porém, com a chegada da pandemia, houve a ideia de começar “de baixo, com a criação das categorias de base masculina e feminina”.

– Temos em Canoas um projeto federal para crianças e adolescentes com um viés mais educacional. Já a parceria com o Sesi tem foco no rendimento. Então, vamos no social, analisamos aqueles jovens que possuem um certo destaque e trazemos para a equipe e treinamos, visando às competições.

Gustavo comenta que a procura de jovens pela modalidade cresceu muito desde 2020 e isso motivou a investir ainda mais no esporte:

– Estamos com falta de vagas nas equipes de base lá em Canoas, tem até lista de espera. Na pandemia, os pais desses jovens procuraram ajuda médica, buscando soluções para lidar com a ansiedade nesse momento. Os médicos recomendaram a prática de esporte e é aí que entra o vôlei. É um esporte coletivo, que visa o trabalho em equipe, dá uma sensação de pertencimento, que vai muito além.

Em terras santa-marienses como técnico pela primeira vez, ele finaliza, de forma descontraída, que seu grande objetivo é “passar conhecimento para a garotada”:

– Estou há dois anos como técnico do time mirim feminino, mas antes treinei equipes adultas em Canoas. Essas meninas são jovens, muitas nem me viram jogar, então elas perguntam sobre mim para os pais ou avós delas. Meu foco nesse momento é ajudar ao máximo, passar um pouco do que eu sei para elas. 


A etapa

Foto: Maria Júlia Corrêa

Em Santa Maria, a disputa foi entre as equipes do Grupo A. Simultaneamente, a cidade de Teutônia também sediou a etapa classificatória com outros quatro times, porém do Grupo B. Caxias do Sul vai sediar os confrontos do Grupo C, ainda pela fase classificatória, em 17 de junho.

No Ginásio do Sest Senat, as quatro participantes foram tabeladas em seis jogos. As duas melhores colocadas avançam para a fase classificatória da Série Ouro; já a terceira e quarta jogam a Série Prata. Confira a tabela e o resultado dos jogos:

  • Vôlei Nova Petrópolis 2 x 0 SESI / APAV 
  • Recreio da Juventude 2 x 1 AVF/Construtora Jobim 
  • AVF/Construtora Jobim 0 x 2 Vôlei Nova Petrópolis 
  • SESI / APAV 0 x 2 Recreio da Juventude 
  • AVF/Construtora Jobim 2 x 1 SESI / APAV
  • Vôlei Nova Petrópolis 2 x 0 Recreio da Juventude


A equipe Vôlei Nova Petrópolis, que venceu os três jogos, alcançou o primeiro lugar da tabela. O Recreio da Juventude, que venceu duas partidas, ficou em segundo. Essas duas equipes avançaram para a Série Ouro.

Já a AVF, que ganhou uma das três partidas, alcançou a terceira colocação. E o SESI / APAV, de Canoas, perdeu os três duelos e terminou na quarta posição. Esses times jogam a Série Prata na próxima fase.

A Série Ouro está prevista para 2 de julho, mas o local ainda não está definido. Nela, enfrentam-se os primeiros e segundos colocados dos Grupos A, B e C. Os vencedores vão para a final, que está prevista para a mesma data.

Já os terceiros e quartos colocados vão para a Série Prata, que também ocorrerá no dia 2 de julho, porém em outra sede. Os clubes serão distribuídos em seis confrontos. Os vencedores disputam as finais também no mesmo dia.


Atletas falam sobre a etapa classificatória

Meninas de 12 a 14 anos estavam presentes na etapa. São jovens, mas que desde cedo lidam com a rotina intensa de treinamentos, viagens, disciplina e a pressão por resultados.

Carolina Maschio, oposta da AVF, tem 13 anos. Ela comenta que é a primeira vez que atua em casa. Por isso, ela afirma que “sente mais a pressão da torcida”. 

– Os jogos têm um nível alto de qualidade, cada ponto foi disputado. Além dos acertos, acredito que os erros nos fazem refletir e buscar melhorar. Jogo pela AVF desde o ano passado e vejo que a equipe evoluiu muito.

Manuela Furlan Visiorá tem 13 anos e é central do Recreio da Juventude, de Caxias do Sul. Capitã da equipe, também achou os duelos bem disputados. Ela comenta que treina três vezes na semana e que, nesses dias, ela dobra as horas de treino. Além do treinamento com suas colegas de time, depois ela joga com atletas da categoria sub-16 para aumentar o desempenho. A atleta, que iniciou na modalidade aos 9 anos, afirma que deseja chegar longe:

– É numa competição estadual que a gente começa, né? Então, é bom o nível estar alto, isso ajuda a ganhar mais maturidade.

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