"Já estou pensando na próxima edição", diz santa-mariense Georgia Furquim após participação na Olimpíada de Paris

Foto: André Carvalho

Para qualquer atleta de alto rendimento, a participação nos Jogos Olímpicos é sem dúvidas um dos grandes objetivos da carreira, se não for o principal. O feito é exclusivo para poucas pessoas, e a santa-mariense Georgia Furquim, 27 anos, atleta do skeet feminino, modalidade derivada do tiro esportivo, realizou esse sonho recentemente na edição de Paris.

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A atleta esteve na França por 15 dias, mas não chegou a ir até Paris. Como as provas do tiro esportivo eram disputadas em Chateauroux, cidade a três horas de distância da capital francesa, Georgia optou por permanecer por lá para focar na disputa.

A gaúcha fez a sua participação em dois dias. No primeiro, no sábado (3), ela acertou 65 dos 75 pratos lançados. Enquanto no segundo, errou apenas quatro dos 50 alvos. Sendo assim, terminou a competição na 26ª colocação geral. Além da participação nos Jogos Olímpicos, Georgia Furquim é recordista brasileira e medalhista sul-americana.


A experiência

Foto: André Carvalho

Antes de embarcar para a França, a atleta do tiro esportivo já tinha muito claro que o objetivo principal na Olimpíada era dar o seu melhor e desfrutar do momento especial. Em função de ter garantido a vaga em março deste ano, a santa-mariense contou que a preparação foi muito intensa e exigiu bastante da parte mental. No entanto, ela reforça que conseguiu dar o máximo na prova e que está motivada para seguir treinando.

– Foram momentos bem intensos de preparação, principalmente por eu ter conquistado a vaga próximo dos Jogos. A parte mental foi muito exigida, mas depois das competições vem aquela paz. Eu dei o meu melhor e venci essa etapa – comenta Georgia em tom de orgulho.

Vivendo um sonho, uma das grandes dificuldades foi assimilar a grandeza dos Jogos Olímpicos e entender que a competição estava por vir. Com o costume de manter a tranquilidade antes das disputas, ela conta que pela primeira vez sentiu ansiedade antes da prova.

– Você não sabe como se comportar lá, é um misto de sensações. Apesar de ser uma competição, eu falava para mim mesma para aproveitar cada segundo, para curtir o momento, porque eu mereci estar ali. Na noite anterior à prova, eu praticamente não dormi de tão ansiosa que fiquei. Eu nunca tinha passado por isso, pois nunca tinha tido ansiedade pré-prova – contou a santa-mariense.


O espírito olímpico

Foto: André Carvalho

Após a experiência, Georgia disse que mudou a sua visão sobre o próprio esporte, gostando mais ainda e tendo mais vontade para treinar. Para a jovem de 27 anos, o grande responsável por isso foi o “espírito olímpico”, que de acordo com a mesma, a contagiou de forma intensa e especial:

– A Olimpíada te envolve tão intensamente, que você acaba vivendo aquele ambiente o dia todo. A prova tem um espírito diferente e nós atletas trazemos isso na bagagem. É uma competição de altíssimo nível, onde todos estão muito bem preparados. A questão é que alguns só não estão no melhor dia, mas estão bem preparados. A única certeza que tenho é de que as pessoas estavam felizes de estarem lá, dava para ver no semblante delas.

Inclusive, o clima leve foi bastante lembrado por ela, que classificou os Jogos Olímpicos de Paris como a competição mais “viva” que disputou, dando a entender que o propósito das participantes não era apenas competir. Ela também reforçou que existe uma boa relação entre as outras atletas, tanto antes quanto depois das provas, o que acaba por humanizar o esporte.


Futuro

Em Chapecó, cidade onde reside atualmente, Georgia já retornou aos treinos. A participação na Olimpíada colaborou para que a atleta voltasse ao Brasil mais motivada para o próximo grande evento esportivo.

– É como se a chama olímpica voltasse comigo, porque eu já estou pensando na próxima edição. Desde que eu voltei, já comecei a treinar, e penso que 2028 é logo ali. Geralmente eu tenho um período de digestão após as competições, mas desta vez não foi assim. Eu já quero de novo – afirmou Georgia.

A próxima competição no calendário da gaúcha é em setembro, no Campeonato Brasileiro de Tiro ao Prato Olímpico, em Piraquara (PR). Quanto às disputas internacionais, ainda não há previsão da participação de Georgia Furquim, mas provavelmente seja em 2025. A atleta coloca como meta participar dos Jogos Sul-Americanos de 2026, em Rosário e Santa Fé, na Argentina, dos Jogos Pan-Americanos de 2027, em Lima, no Peru, e dos Jogos Olímpicos de 2028, que serão realizados em Los Angeles, nos Estados Unidos, e que terão as primeiras vagas distribuídas no final de 2026. Quanto aos Jogos em solo norte-americano, a atleta já tem em mente os seus objetivos.

– Eu fiquei impressionada como o nível de competição em uma Olimpíada é diferente. É algo muito cativante. Eu não quero só ficar no nível que eu estou agora, eu quero melhorar muito e quero incomodar as melhores. Na próxima Olimpíada, só estar lá não vai ser o suficiente, eu quero me superar – concluiu.

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Antonio Oliveira

antonio.oliveira@diariosm.com.br

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