Foto: Reprodução (Redes Sociais)
Autora de A Casa das Sete Mulheres (2002), romance que ganhou projeção internacional e virou minissérie na TV Globo, a gaúcha Letícia Wierzchowski, 53 anos, é uma das principais vozes da literatura atual no Brasil. Com 25 anos de carreira, destaca-se por obras que transitam entre a ficção adulta e o público infantojuvenil, com forte apelo histórico, destaque para personagens femininos e narrativa sensível.
Na literatura infantil, Letícia já recebeu premiações importantes, como o Prêmio Jabuti em 2009, pelo livro Era outra vez um gato xadrez.
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No campo cinematográfico, além de A Casa das Sete Mulheres, ela colaborou com o diretor e roteirista Tabajara Ruas na adaptação de O Continente, de Érico Veríssimo, para o roteiro de O Tempo e o Vento, produzido como série e filme, dirigidos por Jayme Monjardim.
Entre seus livros mais conhecidos, estão Um Farol no Pampa (2004), Cristal Polonês (2003), Sal (2013), Navegue a Lágrima (2015), Travessia (2017) O menino que comeu uma biblioteca (2018). Seu trabalho mais recente, foi lançado esta semana. Uma adaptação em história em quadrinhos do romance A Hora da Estrela, de Clarice Lispector.
Neste sábado, Letícia será uma das atrações da 52ª Feira do Livro de Santa Maria, com a palestra “A alegria da escrita”, às 19h, no Theatro Treze de Maio.
Em entrevista exclusiva ao Diário, a escritora fala sobre a carreira, inspirações e o ofício de escrever.
Diário: Como é para você, uma escritora gaúcha, participar de uma feira do livro tão antiga e de uma cidade do interior? Você já conhece a Feira de livro de Santa Maria?
Letícia: Eu já estive várias vezes em Santa Maria e, há muitos anos, acho que uns 10 anos, eu participei da feira, mas faz muito tempo que eu não tenho voltado à cidade. E para mim sempre é uma alegria ver uma feira assim tão pujante, tão organizada como essa e que eu estou sendo super acolhida. Então é com bastante alegria que eu estou indo a Santa Maria.
Diário: Você tem alguma relação ou lembrança com Santa Maria?
Letícia: Uma vez eu ministrei uma oficina em Santa Maria e fiquei uma semana na cidade. Também tenho vários amigos muito queridos, amigos de coração que são de Santa Maria. Então, minha relação com a cidade é bastante afetiva.
Diário: Na palestra, você aborda alegria da escrita e escrita criativa. De que modo o tema conversa com tuas obras e te identifica como escritora?
Letícia: Desde que eu publiquei meu primeiro romance. E a ideia é contar um pouquinho de tudo o que eu aprendi e experimentei como uma narradora. Mesmo que as histórias sejam
ficcionais, a gente tá falando da vida e, no meu caso, contar histórias é uma coisa tão íntima. Você tem de observar tanto as
pessoas, pensar tanto sobre o ser humano e o que é viver, o que é estar aqui e qual o legado que eu quero deixar enquanto escritora. Então, o que eu aprendi com tudo isso – e eu sempre digo – tudo de bom que eu tenho na vida veio das histórias, inclusive meus filhos.
Diário: Qual você considera a sua principal característica enquanto escritora?
Letícia: Tem um escritor que eu gosto muito, que tem uma frase assim: “A literatura consiste numa única regra, contar as nossas histórias como se fossem dos outros e as dos outros como se fossem nossas” e eu acho isso genial. É exatamente isso. Se eu tivesse que dar uma frase que me caracterize, seria por meio de um pedaço de um poema da Sophia de Mello Breyner, uma poetisa portuguesa: “Como o mar dentro de um búzio, o divino sussurra no universo.” Quando eu escrevo um romance, ou conto qualquer história, eu sempre tento procurar o divino que se esconde atrás da vida. Acho que esse é o meu objetivo maior. Eu gosto de compartilhar histórias, que é o que eu nasci para fazer.
Diário: A feira homenageia os 120 anos de nascimento de Érico Veríssimo e, com isso, não tem como não mencionar A Casa das Sete Mulheres e a sua relação já estabelecida com os personagens de Veríssimo. Passado tanto tempo, o que essa obra ainda representa na sua carreira?
Letícia: A minha relação com o Érico é muito forte. O Érico me acompanha na vida desde quando eu era criança, porque eu lia os livros infantis dele, como O Urso com Música na Barriga ou o Aviãozinho e eu amava. E embora eu já tenha feito tanta coisa, A Casa das Sete Mulheres é um epíteto. É um livro que, por falar do feminino e do papel da mulher, uma questão que ainda é muito forte e importante, é o que faz ele seguir sendo um livro atual. Tanto que A Casa das Sete Mulheres vai ser outra série de televisão. Eu vendi os direitos para uma grande produtora de São Paulo, e eles estão fazendo um novo projeto que vai ao ar em breve.
Programação
15h – Espetáculo O Leão na Sala de Aula (Grupo Gatelupa) – Theatro Treze de Maio
19h – Livro Livre – Letícia Wierzchowski: A alegria da escrita – Theatro Treze de Maio
Lançamentos
10h
- Caderno Didático de Patologia Prática – Barbara Salvati Grillmann. Crissie Del’ommo Soares Barbieri, Eduarda Beatriz Paaschen,Kenderli, Rieger Holler, Livia Lemes Ulrich – Orientadora Profª.Drª Liliani Mathias Brum
11h - A cor que nos separa – Daniel Roberto Tonetto
- Escrito Autista: experiências autísticas e cartas para o mundo – Kírya Souza de Oliveira Santos
- Restaurante Augusto: Historias de uma Santa Maria que não existe mais – Sávio Augusto Werlang
- Vidas que se Sucedem – Paulo Antonio Lauda
- História da vida de um Magistrado – Arno Werlang
- Cara e Corage II – Poemas Reunidos – Júlio Garcia
- Biodiversidade Brasileira e Propriedade Intelectual; Aspecto da Lei nº 13.123/15 a Questão da Justiça Ambiental – Thiago Luiz Rigon de Araujo
12h
- Lugar Nenhum – Renata Naomi Watanabe Naka
14h
- As Melhores Poesias de Erich Fromm – Lori Antonio Lucatelli
- A Volta do Lobo – Gil Kipper
15h
- Nandcaps -Talentos Brasileiros – Casos de Empreendedores na China & no Brasil – João Carlos Lemos
- Caminho, Verdade, Vida – Em Versos – Eduardo Fadul
- Eu na Índia – Nara Müller
- Eu sei que vou te ver amanhã – Denys Schmitt
- Bisão -nascente e Cavalo-cometa – Denys Schmitt
- Beijo de Goiaba & Outros Contos – Aniuska Van Helden
- Lembranças de Eufrásio / Eufrasios Erinnerungen / 2a Edição – José Felipe Ledur
- O Espelho, a Menina e o Mascate – Contos do Extremo Sul – Jorge Alfredo Barcellos
- Olhar de Sorro Manso – Contos do Extremo Sul – Nilton Araújo
16h
- O Vento da Morte – Livro 1 – Edilson Piedras
- O Senhor das Almas – Livro 2 – Edilson Piedras
- Agamenon e a Guerra dos Três Mundos – Livro 1 – Edilson Piedras
- A Vantagem e Desvantagem do Brasil no Mercosul: Uma análise do País com o Bloco -Felismina Tchongo da Silva Dias
- De Janeiro ao Uruguai – Contos do Extremo Sul – Paulo Joaquim Silla
- Uma Vela Acesa Descendo a Correnteza – Contos do Extremo Sul – Alcy Cheuiche
- Romance da Rua da Praia – Contos do Extremo Sul – Leonardo Stefani
17h
- Caminhos e Equívocos da Escola Brasileira – Ronai Rocha
- Quem Matou o Engajamento? A Crise Silenciosa nas Empresas – Camila Leal –
- A presença Jesuíta Missioneira na Quarta Colônia – (Org.) Eduardo Baptistela e Tiago Luiz Janner
- Albertosaurus sarcophagus: A jornada de um predador – Daniel Bayer
- Deslizando pro Inferno – Rodrigo Geraldi