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Apesar da fofura, filhotes de cães e gatos precisam de cuidados especiais

Fotos: Renan Mattos (Diário)
Para Sônia Adolfo, voluntária na SOS Bichos de Rua, adotar um filhote de animal é assumir uma grande responsabilidade

Fofinhos, brincalhões e irresistíveis. E, por causa dessas características, os humanos podem ter atitudes impulsivas diante de filhotes de cães e gatos. Mas, quem decide adotar um pet precisa saber que nem tudo são flores na infância dos animais.

Desde as primeiras horas de vida, os filhotes devem contar com cuidados especiais para que possam se desenvolver com saúde. Voluntária do SOS Bichos de Rua, grupo que resgata animais em situação de rua, castra e entrega para adoção, Sônia Adolfo de Carvalho diz que, para adotar um filhote, é preciso cuidado, afeto e compromisso. Ela conta que o grupo já resgatou filhotes de mães que haviam sido atropeladas quando eles não tinham nem aberto os olhos (filhotes abrem os olhos aos 12 dias).

- É difícil salvar os bichinhos. Sem a mãe, filhotes precisam de leite especial ou uma mistura de leite de vaca com outros componentes. Às vezes, conseguimos ajudá-los, mas é bem complicado. Pegamos várias ninhadas, mas nem sempre conseguimos salvar todos. Somente a partir dos 21 dias é que fica mais fácil salvá-los - explica Sônia.

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Apaixonada por animais, Sônia reforça que bichinhos em processo de crescimento precisam de extrema atenção. A voluntária reforça ainda que assumir um pet bebê é assumir uma grande responsabilidade.

- As pessoas têm a ideia errada de arranjar um namorado ou namorada para os cães. Cachorro não namora. Isso é coisa de gente. Eles não têm essa necessidade. Outro erro é querer criar filhotes com a ideia de que vão crescer junto aos filhos recém-nascidos. Em pouco tempo, o cão será adulto, e o bebê continuará um bebê. Agora, se a criança já tiver uns quatro anos, é uma opção interessante - diz.

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Sônia acrescenta que o acompanhamento do animal por um profissional da área da veterinária é fundamental para o bom desenvolvimento do pet.

CUIDADOS IMPORTANTES
Dono do canil Arafat, Jaime Erasmo Bisognin destaca alguns procedimentos considerados indispensáveis nos primeiros dias do animalzinho, entre eles, o cuidado com a amamentação.

- Filhotes amamentados desenvolvem-se bem. Precisamos acompanhar essa fase para que todos consigam pegar na teta da mãe e para que ela não os rejeite. Filhotes rejeitados podem ter sérios problemas, inclusive morrerem. É preciso estar atento também aos mais esfomeados, que podem não deixar os outros mamarem - alerta.

Filhotes devem ser amamentados, no mínimo, por 30 dias

Com 30 dias de vida, os pets começam a passar pelo desmame, quando a própria mãe não deseja mais dar o leite. Neste período, eles já podem ser alimentados com ração própria para filhotes. Segundo Bisognin, observar a evacuação dos animaizinhos também é importante para detectar possíveis doenças:

- Já no primeiro mês do filhote, é importante administrar os primeiros vermífugos aos bebês e à mãe, já que a verminose pode ser transmitida pelo leite. Frágeis como todo recém-nascido, o manejo deles é outra prática que requer cuidado, atenção e paciência.

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O treinador menciona que passar filhotes de mão em mão pode fazer a mamãe da ninhada perder o interesse de cuidar dos filhos.

- Os tutores devem dar ainda atenção à higiene para que tanto animais quanto pessoas sejam protegidas de possíveis infecções. Para evitar contaminações, não deixe de lavar as mãos repetidas vezes - recomenda o profissional.

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Choros noturnos são decorrentes da desconfiança que o filhote sente ao ser separado da ninhada. Este, geralmente, é um período conturbado para tutores e pets. Falta de apetite e tristeza são alguns sinais que vão precisar de mais atenção e paciência. Apesar de sentir falta da mãe, nem todos sofrem tanto. Alguns filhotes adaptam-se com facilidade a esse momento. Já no ambiente onde vai ser criado, Bisognin aconselha colocar o pet em um local não muito amplo, para que ele não se sinta perdido. Com esses cuidados, ele vai se adaptar mais rápido ao novo lar:

- Um bonequinho ou uma garrafa de água morna enrolada em um paninho podem amenizar a ausência da mãe. Não é bom colocar o animal na cama com crianças, já que os pets acordam várias vezes durante a noite com fome ou para fazer as necessidades.

QUARENTENA E VACINAS
Médico veterinário na clínica Planet Dog, Rafael Levi Cado Bidinoto diz que a atenção com as vacinas deve ser redobrada, tanto para filhotes de cães quanto de gatos. Segundo o especialista, os filhotes devem permanecer em 'quarentena' até tomarem todas as vacinas. Ou seja, os tutores não devem levá-los a passeios, a pet shops e a qualquer local onde possam estar suscetíveis a bactérias.

- Filhotes precisam de um protocolo de vacinas. Em média, os cães começam a ser vacinados com 45 dias de vida e recebem três doses de vacina, com intervalos de 21 a 30 dias. A imunização só estará completa após a terceira vacina. Já os gatos começam a ser vacinados aos 60 dias de vida, recebendo duas doses com intervalo de 21 a 30 dias. Nos felinos, a imunização completa-se na segunda dose - explica.

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Bidinoto reforça a importância da vermifugação. Há vários protocolos para esse procedimento, que deve ser feito de acordo com a prescrição do veterinário. O especialista diz ainda que parasitas, como pulgas e carrapatos, são outras ameaças nos primeiros dias dos pequenos. Ele pede atenção para o cuidado após o desmame, quando uma boa ração enriquecida com cálcio é obrigatória.

- É preciso alimentá-los pelo menos três vezes ao dia. Se ficarem em jejum, podem ter hipoglicemia. Cães e gatos não toleram bem a lactose. Não é aconselhável dar leite a eles, pois pode causar vômitos. Ossinhos são bons para o desenvolvimento dos dentes, que são trocados a partir dos quatro meses. É importante também deixar a alimentação longe do local onde os pets fazem xixi e cocô - conclui o médico veterinário.

*Colaborou Lorenzo Seixas

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