Vicente Paulo Bisogno

Partidas e chegadas

A proximidade da celebração do nascimento de Jesus estimula reflexões sobre a nossa origem, destino e missão. Victor Hugo, poeta, ativista e escritor francês, que se converteu ao espiritismo depois que sua filha morreu afogada no Rio Sena, escreveu um poema que serve de conforto e consolo quando parte um ente querido ou quando se busca uma melhor compreensão para a vida, a partir da morte.

 
“Quando observamos, da praia, um veleiro a afastar-se da costa, navegando mar adentro, impelido pela brisa matinal, estamos diante de um espetáculo de beleza rara. O barco, impulsionado pela força dos ventos, vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor.

 
Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte, certamente exclamará: já se foi. Terá sumido? Evaporado? Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha, apenas não o podemos mais ver. Mas ele continua o mesmo. E talvez, no exato instante em que alguém diz: já se foi, haverá outras vozes, mais além, a afirmar: lá vem o veleiro.

 
Assim é a morte. Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro, e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível dizemos: já se foi. Terá sumido? Evaporado?


Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. O ser que amamos continua o mesmo. Suas conquistas seguem intactas, conserva o mesmo afeto que nutria por nós. Nada se perde, a não ser o corpo físico, de que não mais necessita no outro lado.

 
E é assim que, no mesmo instante em que dizemos: já se foi, no mais além, outro alguém dirá feliz: já está chegando. Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a viagem terrena. Cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos, até que se resolva por desfazer-se do que julgar desnecessário.

 
A vida é feita de partidas e chegadas. De idas e vindas. Assim, o que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada. Um dia partimos do mundo espiritual para o mundo físico; noutro partimos daqui para o espiritual, num constante ir e vir, como viajores da imortalidade que somos todos nós!


Renovação e continuidade

Numa semana de tantas tensões, a posse da nova diretoria da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria foi uma demonstração de devotamento ao interesse público. Mesmo sendo uma entidade voltada à defesa de seus associados, a Cacism carrega em sua história de 126 anos uma trajetória de lutas e de conquistas decisivas para a cidade. 


A mensagem deixada pelo ex-presidente Luiz Fernando do Couto Pacheco, de renovação e continuidade, abriu caminho para o presidente Andrei de Lacerda Nunes afirmar que fará uma gestão de “peito aberto”, colocando o coração como sinal de dedicação e de relação fraterna com seus companheiros de diretoria, na busca de oportunidades e de progresso para Santa Maria.


Só morosidade?  

Que a máquina pública é lenta, cara e pesada, é senso comum. Mas existem situações que vão muito além de qualquer capacidade (e esforço) de compreensão. Há bastante tempo existem projeto e recursos para a construção de uma moderna Central de Polícia na Avenida Medianeira. O prédio é ocupado por poucos funcionários do antigo Daer, que poderiam ser transferidos para o local (já desocupado) onde funcionou o Instituto Geral de Perícias na rua Gaspar Martins. 


A área cedida pela UFSM no antigo Hospital Universitário para o IGP já foi para facilitar a transferência. Só falta o aval do Poder Público. Além de desestimular colaboradores voluntários, há o risco concreto de perder os recursos e a chance de dar melhores condições de trabalho aos órgãos de segurança pública, sempre importantes na defesa da sociedade.


Benefícios divididos 

Recebimento do 13° salário nesta sexta-feira (15) foi comemorado por servidores e professores do município. Inativos não puderam fazer o mesmo. Informação é que para este segmento o pagamento será feito só na semana que vem, dia 20. Terão que esperar um pouco mais pelo benefício.


Os (in)visíveis

O tema da prova de Redação na reaplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado dias 12 e 13, trouxe um tema tão atual quanto antigo: “Desafios para a (re)inserção socioeconômica da população em situação de rua no Brasil”. 


Entre as cobertas de papelão e o piso frio feito colchão, há uma vida. Invisível, mas sensível, como qualquer ser humano. E faz do hall de uma instituição de grande movimento durante o dia, seu refúgio noturno. Não consta que até hoje tenha incomodado alguém. A não ser nossa própria consciência.


A vida continua, nesta e em outras dimensões!


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