Vicente Paulo Bisogno

Entre o nada e a imortalidade

Desde que percebeu a capacidade de pensar – e de existir, o homem carrega dúvidas pelos desertos das incertezas, indagações e inquietações. Quem sou, de onde vim, para onde vou, o que é que estou fazendo aqui? Entre o nada e a imortalidade existem mais perguntas do que respostas. Descobrir é o desafio. Os sinais são claros; a leitura, nem sempre. Como disse o grande artista, a escultura sempre esteve no mármore, bastou tirar os excessos, e ela apareceu.


Reconstrução 

Cada dia é uma nova oportunidade de reconstrução, refazimento, fortalecimento. O sono não é apenas o descanso do corpo, mas também o tempo da viagem astral. Somos razão e emoção, mente e coração, energia e vibração. Se a chuva vem, sejamos guarda-chuva para alguém, ombro para ajudar a levantar os escombros, materiais e imateriais, remanso para ouvir calado o clamor do peito amargurado. Que a ansiedade seja vencida pela vontade, desejo de ser útil, ajudar, servir, fazer o bem para o irmão de perto ou do além.

 
Samaritano
O bom samaritano não perguntou quem era o ferido que agonizava no caminho. Jerusalém olhava com desdém os que deixavam suas fortalezas em direção a Jericó, cidade pequena e cheia de incertezas. Nem o sacerdote senhor das leis e nem o levita guardião do templo quiseram perder seu tempo para o socorro de quem não tinha a veste dos reis. Ajudar sem julgar é um gesto nobre, como fez o viandante da Samaria. Entre o nada e a imortalidade, temos muito que aprender. Muitas vezes valorizamos mais as aparências do que a essência. E isso pode esconder a escultura que existe dentro de nós. Basta tirar os excessos.


Gigantes da construção
Apesar de não serem tão altos quanto seus vizinhos, os prédios de Itapema estão começando a fazer sombra em Balneário Camboriú, que pode perder o título de ter o maior preço de imóveis do País. A diferença do metro quadrado entre as duas cidades catarinenses, que já foi muito grande, atualmente está quase no mesmo patamar. Em agosto, o metro quadrado de Balneário Camboriú valia R$ 12.435, e o de Itapema, R$ 11.863.


E por aqui ?
Embora seja em Santa Catarina, o assunto repercute também por aqui. Santa Maria tem na construção civil a principal indústria e uma de suas maiores fontes de geração de empregos, renda e de aquecimento da economia local. Além disso, movimenta outros setores como o imobiliário, lojas de materiais de construção, engenheiros, arquitetos, enfim, uma grande cadeia produtiva.


A pergunta é...
Por que lá o preço médio do metro quadrado é de R$ 12 mil, e aqui fica em torno de R$ 4 mil ? Em primeiro lugar, pela lei da oferta e procura. Tem o efeito do mar, dos atrativos naturais, da influência midiática, etc, mas também existem fatores como segurança, iluminação, sistema viário, limpeza, melhor cuidado com a cidade, mais qualidade de vida, maior volume de investimento do poder público, entre outros.


O ideal
O ideal para Santa Maria, na opinião de alguns representantes do setor, é que o preço médio do metro quadrado fosse de R$ 7 mil, oferecendo mais empregos, aumentando a arrecadação do Município, elevando o PIB e nossa autoestima. Quem já faz tanto, com mais apoio e incentivo pode fazer muito mais. O debate, que já vem de longe, continua aberto.


Tem justificativa?
Uma mulher morreu em São Vicente do Sul e foi levada para o Instituto Médico Legal (IML) de Santiago. Um homem morreu em Santiago e foi trazido para o IML de Santa Maria. Trata-se, conforme explicação obtida extraoficialmente, do sistema de plantão compartilhado. O motivo é a falta de médicos, e os exames são feitos aonde eles estão. A explicação é aceitável, e não passa pelos servidores, mas a justificativa, não. Além do custo do transporte, tem o desgaste emocional dos familiares.


BASTIDORES


Eleições   
Quais os temas que predominarão nas eleições do ano que vem nos 5.568 municípios brasileiros? Municipais ou nacionais? Serão novas eleições ou o teremos o terceiro turno do pleito nacional do ano passado? Pra quem acha que é cedo, já tem gente pensando nisso. Vários segmentos vêm sendo consultados e colocados para dentro das cartilhas e compromissos programáticos.


Subiu o tom (e baixou o nível)
Adi Forgiarini, de saudosa memória, dizia que a Câmara de Vereadores de Santa Maria era a “caixa de ressonância” da cidade. No parlamento se travavam debates acalorados, mas de alto nível, lições de retórica, conteúdo e exercício democrático. Como, aliás, demonstrou João Nascimento da Silva, em sua fala durante visita recente ao Legislativo. A sessão da última terça-feira não condiz com esta tradição.


Combate às fake
Desde quarta-feira, dia 13, o Tribunal Superior Eleitoral conta com mais um meio de comunicação com a sociedade: o canal oficial no WhatsApp. A nova ferramenta busca aproximar ainda mais a Justiça Eleitoral da sociedade, por meio da divulgação de serviços eleitorais, das campanhas e das ações promovidas pelo Tribunal. O TSE quer ser aliado no combate à disseminação de fakenews, seja no período eleitoral ou a qualquer tempo. O objetivo é inibir dados manipulados, informações distorcidas, discursos de ódio, mentiras e outras formas de contaminação da população feitas por meio da propagação em massa, “muitas vezes de forma criminosa”, destaca a informação registrada em seu site.

 
E a vida continua, nesta e em outras dimensões.

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