Armandinho Ribas

A galinha, a formiga e o Gato de Botas

A Galinha

A galinha achou um grão de trigo.
– Quem quer plantar comigo?
– Eu não! – disse o porquinho. – Eu não! – disse o patinho. – Eu não! – disse a vaquinha.
– Então eu vou plantar sozinha.
A planta cresceu e a empreendedora galinha, tornou a convidar.
– Quem quer cuidar comigo?
– Eu não! – disse o porquinho. – Eu não! – disse o patinho. – Eu não! – disse a vaquinha.
– Então eu vou cuidar sozinha.
E assim foram sucessivos convites, em que a galinha ouviu “nãos” por parte dos animais da fazenda, que não tinham interesse em ajudá-la a cuidar da planta. E que crescendo gerou grãos, e depois virou farinha, para o preparo do pão.
Crescido, assado, dourado e cheiroso, era chegado o momento de comer. E a galinha, pela última vez perguntou:
– O pão agora está pronto, quem quer comer comigo?
– Eu sim! – disse o porquinho! – Eu sim! – disse o patinho. – Eu sim! – disse a vaquinha!
– Pois bem, mas agora eu vou comer tudo... sozinha!
Moral de história – fácil de entender –, para aqueles que seguem indisponíveis para colaborar no crescimento alheio: quando a hora de saborear o sucesso chega, vale a pena ter feito parte do esforço para alcançá-lo.


A Formiga

Uma das mais clássicas! A formiga trabalhadeira, suou o verão inteiro, preparando sua despensa para enfrentar o inverno que ainda não se anunciava. Enquanto a cigarra, cantarolante, preferiu apenas curtir dias agradáveis. Por que preparar-se para tempos difíceis, que nem pareciam que chegariam?

Mas o inverno chegou... e muito rigoroso. E pegou a despreocupada cigarra sem uma reserva sequer. Sem recursos, foi buscar asilo no único lugar que imaginou ser possível: a casa da formiga. Que bem preparada, passaria segura pelos rigores daqueles tempos.
A formiga acolheu a cigarra, mas não sem antes acertar uma paga, com as canções. Afinal, dar valor ao que se tem, ou recebe, é que nos ensina o valor do trabalho e do ganho.
Moral dupla, para uma história atual, para todo sempre.


Finalmente, o Gato. De Botas!

O Moleiro morreu, e para o filho mais moço, deixou apenas um gato. Mas não um desses qualquer... era um gato falante e esperto como poucos. Que pegando a última moeda do amo, prometeu-lhe em retribuição:

– Compro agora chapéu e botas, e ei de transformá-lo em um príncipe!
E assim foi-se ao castelo – onde havia casadoira princesa –, dizendo ao rei que seu amo, o jovem Marquês de Carabás, havia livrado o mundo do vil gigante, dono de terras e considerável fortuna.
Convite aceito, o gato correu na frente. E fez o amo, desnudo, passar por assaltado. O rei quando passou em caravana, acudiu o jovem “marquês”, dando-lhe roupas que conferiram aparência principesca, aos olhos da princesa, que já o considerava um consorte.
E lá se foi o gato de novo, correndo pelo caminho e fazendo com que os trabalhadores repetissem sua história, na passagem do rei.
– “O gigante está morto, as terras agora são do Marquês de Carabás”!
Chegando ao castelo, o monstruoso gigante recebeu o gato com ameaças.
– Mas gigante, vim aqui apenas para confirmar se você é mesmo mágico.
E diante do desafio, o gigante transformou-se em terrível leão.
– Ah... gigante é grandão, leões também. Agora, se você se transformasse em algo pequenininho... quem sabe, com um... ratinho? – sugeriu malicioso.
Gigante, virou rato. Rato virou refeição! E quando o rei, o Marquês e a princesa chegaram, já faltava pouco para o filho do moleiro tornar-se de fato príncipe!
E assim o Gato de Botas garantia que seu “empreendimento” era um sucesso! Fruto das ideias de sua cachola, e trabalho obstinado em um sonho que, aos outros, parecia impossível.
Alguém se encaixa nesse projeto? Espero que sim!


Viva os livros, as ideias e as histórias!

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