A colheita de arroz segue avançando firme no Estado, a nossa região é onde falta a maior porcentagem para ser retirada da lavoura, principalmente devido ao atraso na semeadura ainda em consequência das enchentes de maio do ano passado. Os resultados do arroz têm sido bons, todavia, o preço do produto segue caindo, o que será um grande desafio aos nossos produtores.
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Alto custo
A lavoura de arroz irrigado deste ano foi de alto custo e os preços atuais, em torno de R$ 74/saca, não serão suficientes para cobrir esses custos em algumas áreas. Dessa maneira, aqueles que puderem aguardar para comercializar seus produtos podem apostar em uma possível recuperação dos preços.
Juros altos
Todavia, uma das consequências das altas taxas de juros no Brasil é a necessidade de venda antecipada de produtos, visando quitar os recursos que foram negociados com os bancos. Aqueles agricultores que não têm recursos próprios para honrar os compromissos bancários precisam fazer os cálculos para não perder dinheiro pagando altos juros.
Mais medidas
Todavia, infelizmente, temos que analisar o cenário atual e concluir que embora os treinamentos realizados, o esforço fundamental da Emater em difundir conhecimento e da Secretária de Agricultura do Estado em buscar fiscalizar essas aplicações, o problema ainda persiste. Portanto, novas medidas precisam ser tomadas para que os nossos produtores de cultivos sensíveis não sejam mais penalizados.
Lavouras de soja
A soja segue sendo colhida a todo a vapor, entretanto, a produtividade dessas primeiras áreas tem sido muito baixa, com relatos de áreas variando de 10 a 18 sacas por hectare. Se espera que as lavouras semeadas mais no tarde possam melhorar essas médias, todavia, as perdas serão muito significativas nessa safra de soja aqui na nossa região.
Preço e incertezas
A cotação da soja não tem tido alterações significativas nas últimas semanas, todavia o cenário externo segue muito incerto, afinal ainda não se sabe quais serão os desdobramentos da guerra tarifária protagonizada pelos EUA e China nas últimas semanas. O que se tem observado é um maior apetite do mercado chinês pela soja brasileira com um aumento importante nas exportações.
Cenário favorável ao agronegócio brasileiro?
Ainda é muito cedo para fazermos projeções de como as alterações das tarifas no mundo inteiro irão impactar no agronegócio brasileiro. Uma das possibilidades é um forte aumento da demanda de produtos agrícolas brasileiros não somente para a China, mas também para outros mercados onde os produtos americanos poderiam perder competitividade, entretanto, esse ainda é um cenário nebuloso e tem causada muito instabilidade no mercado financeiro.
Quais são os riscos?
Entretanto, esse cenário de altas tarifas no mundo inteiro pode causar uma desaceleração na economia mundial. Esses efeitos podem ser muito ruins para o agronegócio brasileiro, afinal teríamos uma diminuição na demanda de algumas commodities. Além disso, um eventual acordo EUA-China pode neutralizar ganhos brasileiros, como ocorreu em 2020. Sendo assim, vamos ter que esperar as cenas dos próximos capítulos.