Jaqueline Silveira

Relações entre MDB e vereador Tubias Calil estão estremecidas

A vice-coordenadora regional do MDB, Magali Marques da Rocha, e o vereador Tubias Callil foram entrevistados, na quarta-feira (10), pelos jornalistas Alexandre de Grandi e Rogério Kerber do programa Bom Dia, Cidade!, da Rádio CDN 93,5 FM, sobre o momento do partido e a relação estremecida entre sigla e parlamentar.

Primeiro, Magali deixou claro que o MDB deverá ter candidatura própria à prefeitura e o nome a ser lançado é de Beto Fantinel, deputado estadual licenciado e atual secretário de Assistência Social do governo Eduardo Leite (PSDB). O assunto será tratado na reunião do diretório na próxima segunda-feira. O trabalho na pasta e na Assembleia, segundo a vice-coordenadora credenciam Fantinel, hoje principal liderança do MDB em Santa Maria, para a disputa em 2024. “A gente tem o nome dele, é um nome forte e que a gente está predisposta a defender aqui como candidato a prefeito de Santa Maria”, afirmou ela.

 
Sobre a divisão no MDB em que uma ala, descontente com a aliança com o PSDB, do governador Eduardo Leite, apoiou no 2º turno Onyx Lorenzoni (PL) ao Piratini, ela admitiu que tem reflexos em Santa Maria. Nomes históricos como Sebastião Melo, prefeito de Porto Alegre, e o ex-prefeito Cezar Schirmer, de quem Tubias é ligado, posicionaram-se contra a coligação e, por tabela, não apoiaram Gabriel Souza, hoje vice-governador. Essa divergência, segundo Magali, ocorreu no MDB de vários municípios do Estado, inclusive em Santa Maria, mas que, em nível estadual, é uma situação “vencida”, já que emedebistas contrários, hoje, fazem parte do governo tucano.

 
Quanto à possibilidade de o vereador Tubias deixar o partido, Magali disse que esse não é o desejo da sigla, contudo, frisou: “Se ele não se sente confortável mais MDB, sinta-se à vontade”.

 
Logo depois da entrevista de Magali, Tubias falou ao Bom Dia, Cidade! e fez um resgate de sua trajetória e votos. Disse que apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por entender “que o país estava numa linha correta” e que não se juntou à candidatura de Leite, no segundo turno, porque tinham especulações sobre apoio ao PT. Já no quintal santa-mariense, Tubias afirmou ser contrário ao ingresso do MDB ao governo Pozzobom (PSDB), alvo de especulações, por ser crítico à administração feita pelo tucano na cidade. Hoje, o partido não está institucionalmente no Executivo, mas os outros dois vereadores, Adelar Vargas, Bolinha, e Rudys Rodrigues, são da base. Ele reclamou que a legenda em SantaMaria, segundo ele, não estaria respeitando posicionamento diferente, gerando “desconforto” e até especulações sobre sua saída.

 
Em relação a nomes a prefeito, o vereador negou que tenha falado em concorrer a prefeito, mas disse que “seria uma honra”. Afirmou que que não é “só o amigo deputado Beto Fantinel de Dona Francisca” que poderá concorrer ao Executivo, citando, entre outros, os vereadores Bolinha e Rudys e o ex-secretário Antonio Carlos Lemos. Defendeu que o partido precisa debater um projeto para a cidade e não pode impor um nome. Tubias frisou que, hoje, tem um posicionamento mais à direita e liberal e que não pretende sair da sigla, a não ser “que o MDB não me queira”.

 
Pelas duas entrevistas, a leitura nas entrelinhas é que nem a direção do MDB nem o vereador estão à vontade no mesmo ambiente. Tudo indica que não há mais clima para a permanência de Tubias na sigla. Será muito difícil, o vereador não aproveitar a janela de março de 2024 e buscar respirar outros ares.

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