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Mala ERER leva diversidade e valorização cultural para dentro das escolas

A rede municipal de ensino conta, desde o ano passado, com um recurso diferenciado para apoiar professores e alunos na construção de uma educação antirracista e inclusiva: a Mala de Educação para as Relações Étnico-Raciais (Mala ERER). A iniciativa é desenvolvida pelo Comitê Gestor de Educação para as Relações Étnico-Raciais da Secretaria Municipal de Educação (SMED) e tem como objetivo colaborar na implementação das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que tornaram obrigatória a inclusão da história e da cultura afro-brasileira e indígena no currículo escolar.

Mais do que atender a uma determinação legal, o projeto busca fortalecer a identidade e a autoestima de crianças negras e indígenas, além de contribuir para que todos os estudantes tenham contato com a riqueza cultural que compõe a sociedade brasileira.

Uma mala cheia de significados

A Mala ERER é itinerante e percorre diferentes escolas da rede municipal. Em cada instituição, chega carregada de possibilidades: brinquedos, jogos, instrumentos musicais, livros e outros materiais didáticos que apresentam de forma lúdica e positiva as culturas afro-brasileiras e indígenas. O recurso serve como apoio pedagógico para professores, permitindo que trabalhem o tema de maneira dinâmica e próxima da realidade dos alunos.

“O cronograma é definido conforme as solicitações das escolas ou quando o Comitê identifica a necessidade de intervenção em determinada instituição. Assim, conseguimos atender diferentes regiões da cidade ao longo do ano”, explica a equipe responsável pelo projeto. Dessa forma, a Mala ERER pode ser utilizada tanto em atividades planejadas de forma antecipada quanto em situações emergenciais, quando há episódios de discriminação que precisam ser enfrentados de maneira pedagógica.

Registros e trocas de experiências

Cada mala traz também um caderno de registros, no qual professores e professoras anotam as experiências vividas durante o período de uso. Ali são descritas as atividades realizadas, os resultados alcançados e as percepções dos estudantes. Esse material se torna uma fonte valiosa para avaliação e acompanhamento por parte do Comitê, além de alimentar um processo de troca entre as escolas. Muitas vezes, os educadores também compartilham fotos e vídeos, criando uma memória coletiva que inspira outras práticas.

Contribuição para o que já existe

Segundo os organizadores, a proposta não substitui os projetos já existentes nas escolas, mas vem para contribuir e ampliar as ações em andamento. “Muitas instituições já trabalham com essa temática de forma consistente. A Mala ERER chega como um apoio para enriquecer essas iniciativas, oferecendo novas ferramentas e experiências educativas capazes de combater estereótipos e preconceitos.”

Versões adaptadas às faixas etárias

Atualmente, há duas versões em circulação. A primeira é destinada aos anos iniciais do ensino fundamental, já em funcionamento em várias escolas. A segunda, lançada recentemente na EMEI João Franciscatto, é voltada à educação infantil e foi desenvolvida com jogos e materiais específicos para essa faixa etária. Cada versão foi elaborada a partir de pesquisas feitas por professores e especialistas, de modo a garantir consistência, diversidade e respeito às duas culturas que se pretende valorizar: a afro-brasileira e a indígena.

Inspiração para as escolas

Um dos objetivos da iniciativa é inspirar cada escola a criar sua própria mala, adaptada às necessidades e à realidade da comunidade que atende. Assim, o recurso deixa de ser apenas itinerante e passa a se tornar permanente dentro das instituições, ampliando o impacto do projeto.

Uma ferramenta de transformação

Mais do que um recurso pedagógico, a Mala ERER é uma ferramenta de transformação cultural. Ao promover experiências educativas que ressaltam a diversidade e incentivam o respeito, a iniciativa envolve alunos, professores e famílias na construção de uma sociedade mais plural, justa e acolhedora.

Com a circulação da Mala ERER, a rede municipal reafirma o compromisso de que a escola deve ser um espaço de valorização da diversidade, de combate ao racismo e de formação integral de cidadãos conscientes de sua história e de sua identidade.

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