papo científico

Variante mais contagiosa de Covid-19 já foi confirmada em 12 municípios gaúchos

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Itamar Aguiar (divulgação) 

O Rio Grande do Sul já identificou 45 casos de contaminação pela variante P.1 do coronavírus, surgida em Manaus no mês de Janeiro. Destes, nenhum caso é da Região Central segundo análise do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs).  Os dados foram divulgados pelo governo estadual em transmissão ao vivo na manhã desta terça-feira, chamada "Papo Científico" com o objetivo de evitar fake news.

A variante P.1 é um tipo de mutação que está associada ao aumento dos casos de coronavírus em Manaus e já foi identificada em transmissão comunitária em outros estados e no Rio Grande do Sul em Porto Alegre.  Até agora, ela segue o padrão de apresentar um agravamento dos casos de forma mais rápida, comparado a outras formas do vírus. A primeira vez que ela foi detectada no Estado foi em Gramado no dia 14 de janeiro, cerca de 10 dias antes dos primeiros pacientes de Manaus chegarem ao Estado, por isso se descarta a chance de que pacientes de fora tenham trazido a variante. 

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O levantamento feito pelo Cevs e que consta na edição mais recente do boletim genômico considerou 478 amostras colhidas entre março de 2020 e fevereiro de 2021, em 117 municípios, com representatividade de todas as regiões geográficas do Estado, nos diferentes grupos etários, incluindo pacientes internados ou não, além de considerar os atuais indicadores epidemiológicos. A partir disso, o Cevs fez o sequenciamento genômico das amostras e identificou 20 linhagens de coronavírus diferentes em circulação no RS. Com o levantamento feito até o dia 9 de março, já foram confirmadas as presenças da variante P.1 em Porto Alegre, Alvorada, Viamão, Gravataí, Triunfo, Gramado, Canela, Parobé, Nonoai, Lagoa Vermelha, Imbé e Torres em um total de 45 amostras.  Profissionais da saúde que participaram da apresentação deixaram claro que quando uma pessoa já pegou coronavírus não está livre de ser reinfectada, especialmente com a presença de diferentes variantes da doença. 

-Tivemos casos em que a quantidade de anticorpos diminuiu. As reinfecções ocorrem independentemente das variantes. Então, temos de continuar nos cuidando, usando máscara. A solução é a vacinação e a manutenção das medidas de distanciamento - disse Richard Steiner Salvato, especialista em Saúde do Laboratório Central do Estado (Lacen-RS).


MAIS JOVENS E SEM COMORBIDADES
Ainda na live, os especialistas pontuaram um dado que tem chamado a atenção do Gabinete de Crise, que é perfil dos infectados, já que foi registrado crescente no número de jovens com a doença. No entanto, isso possivelmente acontece porque há uma parcela maior da população contaminada, uma vez que o coronavírus está circulando mais. Jovens na faixa etária de 30 anos estão em número cada vez maior nos hospitais, dado que vem aumentando de dezembro até agora. 

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- A Covid ainda é uma doença que afeta os mais velhos, e a idade ainda é um fator de risco bem maior. Acontece que, em um momento de incidência do vírus a nível populacional tremendamente alta, a quantidade de pessoas jovens que adoecem e morrem também é alta. A circulação maior do vírus é a grande habilidade que essa nova variante (P1) tem em relação às anteriores, por isso ela predomina - explicou o farmacêutico do Cevs Eduardo da Silva.

A diretora do Cves, Cyntia Goulart Molina-Bastos também alertou para o número de pessoas sem comorbidades e que depois de contrair a doença acabam apresentando quadros graves: 

- Como o vírus se espalhou muito e muito rápido, é provável que esse espalhamento tenha afetado uma proporção maior de pessoas, e que na maioria tem um perfil sem comorbidade, que circula mais, que promove mais aglomerações. Além disso, há pessoas que muitas vezes nem são vistas com comorbidades, como o paciente que ronca e tem apneia do sono, ou aquele que abusa de álcool, não faz atividade física, ou que tem um sobrepeso. Esses entram como 'sem comorbidades', mas apresentam fatores de risco e às vezes demoram a buscar ajuda, podendo ser tarde demais. 



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