surto de toxoplasmose

Secretaria Municipal e Ministério da Saúde farão reunião para debater as divergências no número de casos da toxoplasmose

Thays Ceretta


Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Infectologistas apontam que novos casos continuam surgindo na cidade, apesar de ser em menor número. Hoje, representantes da área da saúde se reúnem para entender o cálculo feito pelo governo

O Ministério da Saúde tem dados diferentes dos casos confirmados da doença desde que o surto começou no mês de abril. O órgão diz que são 88 casos, já a Secretaria Estadual de Saúde e a Vigilância em Saúde de Santa Maria confirmam, de acordo com o boletim mais recente, que são 485 já confirmados por meio dos exames de contraprova do Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen-RS).

O governo federal tem uma explicação técnica para a diferença gritante nos números: até o último dia 30 de maio, estavam confirmados, laboratorialmente, pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, 88 casos de toxoplasmose com indício de infecção recente. Nesses casos, o exame que leva em consideração o período de infecção deu positivo. Ou seja, é possível saber se a transmissão ocorreu neste surto atual, com a mesma fonte de infecção provável.

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Ainda segundo o Ministério da Saúde, na literatura mundial, a prevalência da toxoplasmose pode ter sorologia positiva em até 50% da população e, por ter a forma crônica da doença, o resultado pode continuar dando positivo por anos após a infecção. Por isso, segundo o Ministério da Saúde, é necessário diferenciar os casos recentes, para que a investigação epidemiológica do surto seja precisa. No entanto, cabe ressaltar que todos os casos estão sendo devidamente investigados e tratados. 

Está prevista para hoje, uma reunião entre a equipe do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada ao Serviços do Sistema Único de Saúde (EpiSUS) do Ministério da Saúde, secretarias Municipal e Estadual de Saúde, na presença da procuradora do município, onde serão questionados os dados apresentados pelo Ministério da Saúde sobre a divergência no número de dados. Além disso, a equipe entregará o relatório do trabalho feito na cidade até agora pela equipe do EpiSUS. À tarde, será divulgado o boletim oficial com a atualização do número de casos.

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- Queremos saber se eles confirmam o retorno. Daqui a pouco, a gente pode solicitar que a equipe volte para a cidade, vai depender dessa reunião. Nós temos 485 casos confirmados de toxoplasmose na cidade, e queremos entender os critérios que usaram como base para divulgar isso. O que mais nos preocupa são as gestantes, pois já são 41 confirmadas. Eu quero que todos tenham os remédios, que os pacientes tenham exame e que os pacientes tem atendimento - afirmou a secretária de Saúde do município, Liliane Duarte. 

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Os técnicos do Ministério da Saúde que chegaram em Santa Maria no dia 26 de abril, logo após a confirmação do surto de toxoplasmose na cidade, vão embora hoje. O trabalho de campo dos seis técnicos resultou na aplicação de 160 questionários com 50 questões específicas com pessoas que tiveram a doença e também em casos que foram descartados pelo Lacen-RS. O trabalho foi feito junto com a equipe da Secretaria Estadual de Saúde e com integrantes da prefeitura de Santa Maria, na tentativa de descobrir o que provocou o surto de toxoplasmose no município.  

De acordo com a assessoria de imprensa do órgão federal, a equipe permanece no Estado para fazer a análise dos resultados colhidos. Depois disso, seguirá monitorando a situação e dando apoio de Brasília. Com o cruzamento dos dados, é provável que, na próxima semana, tenha uma novidade, com informações preliminares da causa da infecção. Só depois disso que será definido se serão feitas ou não novas coletas de água ou de alimentos na cidade.

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O coordenador da Vigilância em Saúde de Santa Maria, Alexandre Streb, explica que, independentemente do acompanhamento do Ministério da Saúde, a prefeitura vai continuar com o trabalho de investigação do surto junto com o Centro Estadual de Vigilância em Saúde, com as mesmas metodologias e processos.  

- O próximo passo, agora, é aguardar os resultados desse cruzamento de dados para ver se precisamos repetir as coletas - comentou Streb.

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